A importância da prevenção ao assédio nas organizações

O assédio, em suas diversas formas, representa um problema grave no ambiente de trabalho, com consequências nefastas para as vítimas, para as empresas e para a sociedade como um todo. Por isso, a prevenção ao assédio nas organizações se torna uma questão crucial, exigindo medidas proativas e permanentes para garantir um ambiente de trabalho seguro, justo e ético. Diante da importância do tema, a ABRH-DF promoveu na terça-feira (16), um encontro na FGV, com o especialista no assunto do Ministério Público do Trabalho, Ricardo Franco.

Ao longo da formação, Ricardo destacou o contexto atual de falta de sentido da vida, isolamento social e até mesmo a instrumentalização do medo e a falta de solidariedade que vivenciamos no ambiente de trabalho. Por vezes até mesmo encontramos colaboradores “anestesiados”, diante da dor do outro. A importância de construir mecanismos de prevenção, tais como espaço de diálogo, humanização das relações e gerenciamento de dados para medir o nível de assédio foram temas destaque ao longo da formação. 

Dados de mercado 

De 2019 a 2023, os Canais de Denúncias operados pela Aliant coletaram cerca de 665 mil relatos de aproximadamente 710 grupos empresariais. Os resultados indicam uma média de 7,7 casos por mil colaboradores - mantendo a tendência de crescimento na quantidade de denúncias.

Segundo o 9º caderno de denúncias da Áliant, o aumento das denúncias via site pode indicar que esse canal oferece uma maneira mais acessível e conveniente para os colaboradores registrarem suas denúncias. Outra possibilidade é que há uma percepção maior de anonimato.

A diminuição de 7 dias no processo de resolução sugere que as organizações estão se tornando mais ágeis na gestão de denúncias. Este progresso pode ser atribuído a melhorias como: a otimização de processos internos, o uso de tecnologias mais avançadas para o gerenciamento de casos e um foco maior na capacitação das equipes responsáveis pelo tratamento das denúncias.

Impactos do assédio nas organizações:

• Prejuízos à saúde mental e física dos colaboradores,  tais como ansiedade, depressão, síndrome do pânico e até mesmo transtornos de estresse pós-traumático (TEPT). No aspecto físico, as vítimas podem sofrer com insônia, fadiga, dores de cabeça e outros problemas de saúde.

• Queda na produtividade e rotatividade de funcionários, gerando custos adicionais para as empresas com recrutamento, treinamento e perda de know-how.

• Danos à reputação da empresa, pois clientes, parceiros e potenciais colaboradores podem se afastar da empresa em virtude de sua postura negligente na prevenção e combate ao assédio.

  Em casos mais graves, as empresas podem ser responsabilizadas judicialmente por danos morais e materiais causados às vítimas de assédio, o que gera ainda mais prejuízos financeiros.

Melhor prevenir do que remediar

A conscientização dos gestores sobre o impacto que causam na vida de seus subordinados é essencial. Em um trabalho de implementação de políticas claras e objetivas contra o assédio, a promoção de um ambiente inclusivo, de respeito, cooperação, treinamentos constantes e canais de denúncia seguros e confidenciais são estratégias eficazes. 

Os grupos de estudos têm, principalmente, a finalidade de adquirir e disseminar o conhecimento e as melhores práticas de gestão de pessoas, bem como estruturar e oferecer ações educacionais, contribuindo para o desenvolvimento e a excelência dos associados da ABRH-DF.

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Cláu Garcia - Vice-Presidente de Pesquisas da ABRH-DF