A importância do acompanhamento psicológico para assegurar a recuperação da saúde física

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), “saúde” é o bem estar físico, mental e social do ser humano, e não só a ausência de doenças. Com isso, nasce a ideia de que, para que uma pessoa seja considerada com boa saúde, é necessário mais do que a ausência de doenças, mas também um metabolismo que apresente bom funcionamento.

Diversos fatores contribuem para o desequilíbrio da saúde do nosso corpo físico, sendo estes fatores de caráter externo – como uma contaminação viral, por exemplo, e demais eventos que não podemos prever nem evitar – ou de caráter interno – isto é, os sentimentos, estresses, anseios e preocupações do ser humano, que refletem diretamente na saúde física, pois diminuem a resistência imunológica.

A indicação de procedimentos e intervenções cirúrgicas de grande porte ameaça o equilíbrio físico e psicológico do ser humano e tira o paciente da sua zona de conforto, tendo potencial para impactar o emocional de forma intensa, o que, associado ao estresse, desencadeia manifestações psicológicas, como depressão e altos níveis de ansiedade. Esse desequilíbrio emocional é capaz de comprometer o resultado do procedimento cirúrgico e a recuperação física do paciente no pós-operatório.

Ainda que comum a presença de estressores psicoemocionais em pacientes com a indicação de cirurgia de grande porte, a intervenção cirúrgica é encarada por cada paciente de diferentes formas e intensidades, sendo que a avaliação psicológica especializada, desde a indicação cirúrgica e durante todo o perioperatório, tem o potencial de permitir a identificação precoce de sintomas psicológicos de ansiedade e depressão, possibilitando intervenções do corpo clínico adequadas para favorecer a saúde integral do paciente (física e psicológica).

Nessa perspectiva, é indispensável que, desde o pré-operatório, sejam levantadas informações relativas ao estado psicológico do paciente. Durante a anamnese, deve ser verificada a existência e os níveis de estressores psicoemocionais a que o paciente está submetido, com o objetivo de compreender a influência destes no seu quadro clínico, bem como realizada a estratificação de riscos e o planejamento do procedimento cirúrgico em questão.

A verificação dos agentes internos de estresse tem o condão de humanizar o atendimento médico prestado e promover o bem estar psicológico dos pacientes que serão submetidos à intervenção cirúrgica, diminuindo os riscos aos quais estão expostos e contribuindo para a recuperação da saúde física no pós-operatório.