IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DO AUTOCONHECIMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA LIDERANÇA.
"Não acredito em receita mágica, verdades absolutas ou fórmulas milagrosas. Desenvolvimento é processo contínuo, repleto de variáveis individuais, de ambiente e contexto. Desenvolvimento é ação."
Por 16 anos liderei times num ambiente altamente complexo e volátil de uma grande instituição financeira. Em dezembro de 2019 decidi fazer uma transição de carreira e investir mais tempo e recursos no planejamento dos meus próximos passos e no meu desenvolvimento. Com a pandemia e seus impactos na minha vida, ajustei a rota desenhada inicialmente. Estudei e refleti bastante sobre liderança e comportamento humano e pude estabelecer conexões entre esses novos aprendizados e minhas experiências como executivo, consultor, cidadão e ser humano. Constatei o que eu já sabia de forma empírica:
Competências comportamentais referem-se à padrões comportamentais aprendidos e reforçados ao longo da vida e que influenciam nossa reação aos eventos, situações e condições. Esses padrões motivam nossas ATITUDES e muitos deles operam no nível inconsciente, ou seja, executamos sem perceber, como o ato de dirigir e escovar os dentes.
Atualmente, graças à neurociência, sabe-se que estes padrões comportamentais são executados por meio de circuitos neuronais “instalados” e “fortalecidos” em nosso cérebro pela repetição ao longo da vida. Quanto mais fortes estes circuitos, mais prioritário seu acionamento como resposta aos estímulos recebidos. Outra descoberta da neurociência é a capacidade que o cérebro tem de criar novos circuitos neuronais prioritários, chamada neuroplasticidade, o que comprova a capacidade de desenvolver novos comportamentos, ou competências comportamentais.
Portanto, para alcançar mais satisfação com os resultados que produz, sobretudo num mundo repleto de variáveis incontroláveis, experimente prestar mais atenção em si, reconhecer seus motivadores, seus gatilhos, seus objetivos, o que é importante pra você e, com isso, tornar consciente o funcionamento de suas dinâmicas comportamentais e seus impactos. Tornar esse processo consciente é fundamental para identificar o que se pode desenvolver para promover as mudanças necessárias e, aí sim, produzir resultados diferentes.
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No contexto corporativo, autoconhecimento e autodesenvolvimento têm importância estratégica sobretudo para a liderança, grande influenciadora dos resultados e das transformações de toda natureza. Habilidade para tomar decisões, flexibilidade, resiliência, pensamento crítico e complexo, comunicação assertiva, viabilizar ambientes colaborativos, ágeis, criativos, de inovação, são algumas das competências comportamentais chave para gerar novas soluções. E os desafios e necessidades atuais demandam cada vez mais novas soluções, não é mesmo?
Como vimos, a neuroplasticidade cerebral valida a capacidade de desenvolver novos comportamentos de liderança e romper com aquelas práticas que já não servem mais. Desenvolver novas competências comportamentais renova, enriquece e fortalece a atuação do líder em direção a resultados sustentáveis que impactam positivamente a organização, o time, os parceiros, a sociedade.
Muitos líderes, por ainda funcionarem no modo automático e inconsciente, ainda ousam pouco em seus papéis como agentes transformadores e seguem cartilhas ultrapassadas, por vezes baseadas no binômio comportamental comando + controle, com foco em resultados de curto prazo, centralização na tomada de decisão, formação de equipes tarefeiras e homogêneas com espaço quase nulo para criar e inovar.
Modelos como esse podem ainda produzir algum resultado, mas alcançarão um desempenho futuro não mais que medíocre e com muitos efeitos colaterais – físicos, psicológicos, econômicos. Esses modelos só entregam mais do mesmo, geram instabilidade, são inflexíveis e incapazes de oferecer soluções e repostas efetivas e com velocidade adequada para toda problemática do ambiente ultra digital.
Desenvolver soft skills leva tempo e demanda dedicação e disciplina. O primeiro passo é se comprometer com o caminho do desenvolvimento, olhar para si despido de vaidade e reconhecer seus valores e comportamentos, seus medos e desejos, compreender como você se comporta na liderança, quão diversa e colaborativa é sua equipe e quanto o ambiente sob sua liderança é confiável e favorável à criatividade, inovação e exposição de ideias.
Autoconhecimento e autodesenvolvimento é um processo constante e não precisa - talvez nem deva – ser solitário. Existem diversas possibilidade e recursos – coaching, mentoring, cursos, psicoterapias, treinamentos, leituras. Não acredito em receita mágica, verdades absolutas ou fórmulas milagrosas. Desenvolvimento é processo contínuo, repleto de variáveis individuais, de ambiente e contexto. Desenvolvimento é ação. Quais suas ações para o seu desenvolvimento?
Consultor e Mentor de Empresas em Inclusão e Diversidade na Egalas
2 aMuito bom. Parabéns!!!
Conselheira Consultiva de Startups e PME’s | Liderança & Performance | DHO | Pessoas e Cultura | Educação Corporativa | ESG
2 aExcelente artigo Fábio Castilho ! Parabéns pelo trabalho!
Excelente “provocação “ Fábio Castilho ! Eu ja chamo “soft skill” de “human skill” !