A incivilidade humana e o orgulho do futuro.

A incivilidade humana e o orgulho do futuro.

Depois de fechar o icônico skyline de Nova York no início do mês, o vento que sopra do Canadá finalmente cruzou o Atlântico, levando consigo a cortina de fumaça dos mais recentes incêndios florestais para Portugal e Espanha.

No caso, sua ocorrência está associada ao período de estiagem no hemisfério norte, agora no iniciozinho do verão e que, nas últimas semanas, reduziu a visibilidade em meio a um céu laranja e prejudicou a qualidade do ar em boa parte do Canadá e do Meio-Oeste dos EUA, tendo a Big Apple assumido por algumas horas o posto de cidade com pior qualidade do ar no mundo. Nas imagens de satélites é possível ver a nuvem de fumaça cruzando o oceano.

O episódio, ainda que possivelmente ligado a causas naturais (clima seco e quente + raios), mantém acesa a luz sobre o tema mudanças climáticas (sim, vamos falar disso novamente).

Em se tratando da semana em que se celebra o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, não custa lembrar que os efeitos adversos resultantes das mudanças climáticas afetam a humanidade de maneira heterogêna, isto é, desigual.

Isso porque, apesar de impactar indistintamente a todos nós, estudos dão conta que populações marginalizadas em seus direitos, como é a LGBTQIA+, podem ter suas capacidades de adaptação às mudanças climáticas limitadas devido às mais diversas barreiras: socioeconômicas, culturais, políticas e institucionais.

O debate acerca do ideal de justiça ambiental, para as presentes e futuras gerações, impõe que se discutam propostas de solução para o assunto das mudanças climáticas na perspectiva dos impactos sobre a diversidade da vida em sentido amplo, incluída a diversidade de gênero.

O céu das cidades atingidas assumiu apenas uma dentre as 8 cores da bandeira do arco-íris, o laranja, que, por uma irônica coincidência, representa a cura e a saúde. Curar o planeta e garantir a saúde de todos, no presente e no futuro, exige tirar os direitos LGBTQIA+ do armário. Não estamos mais na época de sermos “discretos e fora do meio” quanto à igualdade, à dignidade e à preservação do planeta (que queremos que continue sendo visto azul lá de cima).

MFAA

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outros artigos de Mattei Franco Advocacia Ambiental

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos