Incluir, de verdade
Março chegou e com ele aquele tanto de reflexões trazidos pelo mês das mulheres. A gente já acostumou a ter abordagem de todo tipo, inclusive de organizações interessadas em se aproveitar do momento para oferecer “pouco” para compensar o “nada” que recebemos no resto do ano.
Fato é que ainda estamos digerindo alguns dos dados que muitas de nós, eu inclusive, tivemos acesso no ano passado com a divulgação maciça do trabalho da vencedora do Prêmio Nobel da Economia de 2023, Claudia Goldin.
Para quem não se recorda, a Professora Goldin é economista e dedica seus estudos a avaliar a participação das mulheres no mercado de trabalho. É fruto do seu trabalho aquela imagem chocante e muito real que demonstra por meio de um gráfico a diferença no crescimento na carreira das mulheres em comparação com os homens nas idades mais produtivas, entre os 30 e 60 anos.
São verdades indigestas, mas que precisam ser ditas. Acredito que os dados sempre ajudam a enterrar alguns mitos – mas a tarefa não é tão simples quanto parece. Todos temos percepções enviesadas sobre o que se pode fazer, até onde é possível ir, o quanto dá pra desafiar o que “sempre foi feito assim” para incluir as mulheres de verdade no mercado.
Incluir, de verdade.
Fazendo parte de uma grande organização, na última semana pude me reunir com meus colegas embaixadores da diversidade e inclusão para pensar nas ações voltadas ao gênero. Temos metas (que bom!) ambiciosas para aumentar o número de lideranças femininas na empresa, cujo ramo é historicamente masculino, e é sempre um desafio pensar em como possibilitar que isso aconteça de forma estrutural e rápida.
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Idealizamos campanhas internas, lembramos da necessidade de disponibilizar dados de forma rápida e simples pra apoiar as decisões, falamos sobre as provocações necessárias que precisam ser feitas a cada promoção e contratação. Há muitos meios de isso acontecer, é verdade. E um colega relembrou: não há nada mais impactante por si só que a presença de uma mulher na liderança.
Hoje eu cruzei com um artigo da Forbes que exaltava novas contratações de CEOs mulheres em grandes companhias nos Estados Unidos. Em tradução livre, o título do texto: “Ano novo, novas alturas do teto de vidro: mulheres agora compões 10% entre CEOs das principais corporações dos EUA”. O trecho que me deixou reflexiva foi esse:
“A presença das mulheres na liderança da empresa cria efeitos em cascata sentidos em toda a organização. Isso até melhora a forma como as empresas pensam sobre as mulheres; pesquisadores descobriram que ter mais mulheres em cargos de liderança desmantela os estereótipos que impedem as mulheres de avançar. Além disso, as mulheres têm mais probabilidade do que os homens de contratar mulheres, o que significa que uma melhor representação na alta administração pode levar a uma melhor representação em todos os níveis. E estudos têm mostrado que quanto mais mulheres há no topo de uma empresa, mais saudável é a cultura no local de trabalho (tanto para mulheres quanto para homens), mais provável é que as conquistas das mulheres sejam reconhecidas e mais provável é que as mulheres sejam promovidas.”
Mulheres que podem transformar o que as empresas pensam e decidem sobre mulheres; mulheres que contratam outras mulheres; mulheres que geram um ambiente de trabalho mais saudável; mulheres que promovem outras mulheres.
Não são apenas mulheres que farão a transformação – estando as tomadas de decisão ainda muito nas mãos dos homens, eles devem participar ativamente da mudança, ainda que não sintam o que nós sentimos. Mas não posso deixar de lembrar no quão transformador podem ser a inclusão e representatividade, assim, na prática.
Que seja um Dia Internacional das Mulheres de muitas reflexões, seguidas de ações, para nós.
Coordenador de Projetos de TI na Rumo | MBA |L6S Black Belt
9 mRefletindo aqui em + 20 anos na minha carreira as líderes que mais me marcaram positivamente eram mulheres. Tive o privilégio de trabalhar e trabalho atualmente com lideranças femininas excepcionais. Na minha visão as mulheres trazem uma riqueza de detalhes e elevam o nível de qualidade do trabalho. Como esposo e pai de menina faço minha parte para que empoderamento e participação das mulheres não dependa de algo externo, mas também comece dentro de casa.
Diretora Jurídica | Conselheira
9 mHá muito o que se fazer e que bom poder colocar luz neste tema, cada dia mais e com mais engajamento.
Gerente Executiva de Eficiência Tecnológica na Rumo | Especialista em Planejamento Estratégico, Processos e Projetos | Expertise em Logística, Financeiro e Tecnologia | Foco em Controles SOX e Experiência do Cliente
9 mRafa, excelente reflexão 🫶🏻 obrigada por compartilhar e por inspirar tantas de nós!
Mãe da Vic e do Pepê | Advogada | Consultora Jurídica | Executiva Jurídica | Tributário | Legal Operations
9 mReflexão necessária! Incluir, mas de verdade. Rafa, feliz em ler seu artigo hoje! ❤️