Indústria e gestão 4.0 e a sociedade 5.0:  Quem não se adequar ficará para trás?

Indústria e gestão 4.0 e a sociedade 5.0: Quem não se adequar ficará para trás?

"Estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes", - Klaus Schwab, autor do livro A Quarta Revolução Industrial, publicado em 2016.

Já passamos por diversas revoluções significativas para o mundo. A primeira, por exemplo, é marcada pela produção manual à mecanizada, entre 1760 e 1830. A segunda, por volta de 1850, trouxe a eletricidade e permitiu a manufatura em massa. E a terceira que aconteceu em meados do século 20, com a chegada da eletrônica, da tecnologia da informação e das telecomunicações. E agora estamos vivendo a quarta revolução industrial, o que especialistas chamam de Indústria 4.0.

A Indústria 4.0 está ligada de modo direto às novas tecnologias, como inteligências artificiais e  big data, por exemplo, automatizando os  processos de modo que impacte tanto no dia a dia de pessoas quanto das empresas, que podem unir o online ao offline para impactar seus consumidores. 

Para as empresas, a Indústria 4.0 resulta em maior produtividade, redução de custos e uma gestão com foco nos clientes, se aplicando em negócios de diversos segmentos e tamanhos. Além de modernizar o negócio, outro aspecto importante é a procura de benefícios que contribuam para que seus colaboradores tenham aumento de produtividade.

Outra mudança importante nas relações comerciais é em relação ao comportamento do consumidor, que está cada vez mais exigente e em busca do que há de mais tecnológico no seu dia a dia. 

Ademais, a Gestão 4.0 vem como resposta à quarta revolução industrial e trouxe impacto aos prestadores de serviços e empresas que agora precisam se adequar a tal evolução. A fim de estabelecer um gerenciamento inovador que torne os processos de negócios mais rápidos, precisos e eficientes. O conceito nasce também da necessidade dos clientes em interagir, fazendo com que as empresas interajam e trabalhem de acordo com as expectativas dos seus clientes.

Dentro deste panorama digital de gestão e revolução industrial, surge a Sociedade 5.0, formada por pessoas que utilizam tecnologias trazidas pela Indústria 4.0 para melhorarem os processos do dia a dia, com foco na qualidade de vida. 

O termo foi citado pelo primeiro-ministro Japonês, Shinzō Abe, em 2017, durante a exposição comercial mundial dos serviços de telecomunicação digital e tecnologia da informação, na Alemanha, onde apresentou o seu 5º Plano Básico de Ciência e Tecnologia, que previa a transição de uma sociedade comum para uma sociedade “superinteligente”. Durante o evento, Shinzō Abe fez a seguinte descrição: “uma sociedade futura que se beneficia da tecnologia para seu avanço econômico e resolução dos seus problemas”.

Imersa no ambiente digital e familiarizada a utilizar sistemas de cibersegurança, horizontais e verticais de integração, a Sociedade 5.0 é conectada, adaptável e principalmente, centrada no ser humano. O objetivo central é equilibrar o processo de economia e a solução dos problemas sociais como sistemas que englobam espaços físicos com ciberespaços. Um bom exemplo é o DOOH alinhado às smart cities, mas também podemos citar:  smart homes; mobilidade autônoma; energia inteligente; assistentes digitais; tecnologias vestíveis, entre outros.

Mas como a indústria irá se adaptar a essa sociedade futurista?

Se o objetivo hoje é otimizar os processos produtivos, nos próximos anos será possível unir essa infraestrutura inovadora para melhorar a qualidade de vida das pessoas. A tendência é que a manufatura seja controlada via software, gerando dados que vão transformar as cadeias de valor e de suprimentos das empresas.

Para os gestores a responsabilidade aumenta, visto que a  revolução tecnológica e informacional  trará a exigência em traçar novos planos e estratégias, sendo desafiados a sair da zona de conforto e aprender mais. As oportunidades são inúmeras, mas as possibilidades de estagnar também. Vivemos numa época de constantes mudanças, razão pela qual todos os interessados em permanecer no mercado devem se manter atualizados. As tarefas repetitivas e manuais ficarão a cargo dos robôs. Na sociedade 5.0 os negócios terão de ser inovadores para manter competitividade com o objetivo central de beneficiar a população, por meio de tecnologias e sistemas inteligentes. 

Apesar de parecer uma utopia no Brasil, devido a instabilidade do mercado brasileiro, o que torna difícil para a indústria a decisão de investir em inovação, especialistas acreditam que a sociedade 5.0 não é limitada apenas ao Japão e outras economias de 1° mundo. A professora Yoko Ishikura, da Universidade Hitotsubashi afirma que: “Os principais valores dessa nova sociedade são a sustentabilidade, a abertura e a inclusão. Estamos usando a transformação digital para resolver questões e existe uma rede colaborativa com parceiros do mundo todo. Podemos construir um desenvolvimento sustentável global ao compartilhar conhecimento acumulado no processo”.

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