Indústrias inteligentes
Se a internet das coisas (ou IoT, na sigla em inglês) já começa a fazer parte do dia a dia das pessoas, porque seria diferente nas atividades industriais? As vantagens de conectar processos e equipamentos por meio da internet dentro de uma fábrica são claras: ganha-se em precisão, em eficiência, e naturalmente em produtividade. Ao final do dia, os custos de operação tornam-se menores, e as vantagens competitivas da empresa ficam mais evidentes.
Há dois anos, o estudo The internet of things: Mapping the value beyond the hype, do McKinsey Global Institute, já previa que a IoT geraria mais de US$ 11,1 trilhões para a economia global por volta de 2025. E nessa conta as fábricas deverão responder por um terço do total – US$ 3,7 trilhões. “Usuários corporativos terão de mudar seus sistemas e organização a fim de se aproveitar ao máximo da internet das coisas. Precisarão investir em capacitação, cultura e processos, bem como em tecnologia. Quem não conseguir será ultrapassado pelos competidores que o fizerem”, concluía o estudo.
Mas esta tendência não se limita a sistemas automatizados que passam a “conversar” entre si. O acesso a infindáveis quantidades de informações – o big data – permitirá aumentar ainda mais a eficiência e, principalmente, a inteligência dos processos industriais. “Os dados são o novo petróleo. Valiosos, mas inúteis se não forem refinados”, afirmava em 2006 o matemático Clive Humby. E é verdade: o uso inteligente de consideráveis quantidades de informações, de maneira conectada e eficiente, possibilitará o grande salto nos processos manufatureiros que já começa a se tornar parte do dia a dia.
Ao lado de tendências já discutidas neste espaço, como a digitalização e a indústria 4.0, tanto a internet das coisas quanto este uso intensivo do big data na indústria (o chamado Industrial Analytics, ou IA) deverão acelerar a integração das diversas etapas da produção.
Uma mostra deste cenário foi descortinada no ABB Customer World – evento realizado em Houston (EUA) entre 13 e 16 de março que reuniu profissionais de operadoras de energia, indústrias e infraestrutura para discutir as principais ideias e tecnologias destes setores. Na ocasião foi lançado comercialmente o ABB Ability, que reúne as soluções digitais da ABB em uma única plataforma – colocando tecnologias diferentes mas complementares em um único lugar, a nuvem da Microsoft.
O ABB Ability é um exemplo concreto que a digitalização e a conectividade chegaram de fato à indústria.
Vice-Presidente de Relações Institucionais do Grupo AMANHÃ e Head de Marketing na Fundação Tênis
7 aBelo artigo! A Internet das Coisas veio pra ficar, pois assegurará muita inteligência e agilidade em processos. Alguns especialistas já cogitam que os investimentos possam chegar a 19 trilhões de dólares.
CEO at SOLAR COMMIT Energias Renováveis; Perito Judicial
7 aRealmente, IoT, Big Data e Inteligência Artificial irão (já estão) provocar grandes disrupções em todas as áreas de nossas vidas! Só um exemplo da evolução: em 1991 instalei o primeiro roteador IP na Xerox do Brasil, com circuitos de comunicação de dados à 9.600 bits/s.... Acreditem ou não, mas funcionava! Hoje temos facilmente em nossas casas velocidades de acesso à Internet de 10, 20, 30, 60 Mega bits/s.... E em alguns casos até 120 Mega bits/s.... Ou seja, de 1.000 à 10.000 vezes o que em 1991 era "alta velocidade" no Brasil.... E vejam que estamos "anos" atrás dos Países mais desenvolvidos... Mas cedo ou tarde..., as tecnologias chegam ao Brasil.... E temos de estar atentos e preparados para os avanços!
Diretor de Soluções e Partner da Hominiss Consulting
7 aEspero que a IOT tenha uma rápida absorção pelas indústrias aqui no Brasil. A mentalidade vigente, em sua grande maioria, é conservadora e só vai adotar o conceito quando as condições forem extremamente propícias. Eu lembro quando surgiu códigos de barras aqui no Brasil. As primeiras fábricas que eu vi adotando o fizeram alguns anos depois da padaria do meu bairro...
Excelente texto, explicando claramente e de fácil compreensão a forma como a digitalização dos negócios, tanto nas industrias de manufatura, como comerciais, marítimos e de óleo e gás está revolucionando todo o mercado de produção e prestação de serviços. O trecho que diz "Precisarão investir em capacitação, cultura e processos, bem como em tecnologia. Quem não conseguir será ultrapassado pelos competidores que o fizerem" explica claramente hoje a corrida entre os grandes players do mercado de energia para estabelecerem seus sistemas como "benchmarks" desta revolução que está ocorrendo e, assim, abocanhar uma boa fatia dos US$ 11,1 trilhões esperados para o setor. Quem se sairá vencedor só o tempo dirá.
Com certeza a IoT, já no campo das idéias esta revolucionando através das possibilidades, pois ainda vivemos onde sistemas travam o tempo todo, equipamentos eletroeletrônicos falham, sinal de internet e celular tem qualidade discutível, mas sim com toda certeza termos uma revolução de cultura. E nessa nova cultura a idéia de trabalho também vai será mudada, pois hoje os custo de uma industria com o despreparo dos responsáveis é algo alarmante para que possamos ter preços competitivos, pagar salários e todos os tributos além de lucros justos. Estamos entrando numa nova era de relacionamento, antes (20 anos apenas) as pessoas compravam praticamente tudo por catalogo, hoje pelo celular, daqui 10 ou 20 anos será apenas comando de voz, sistemas realmente inteligentes, que dispensam grande conhecimento de programação, os comando serão simplesmente compreendido e cumprido conforme a necessidade. Estamos engatinhando, mas mesmo esse engatinhar é extremamente veloz em termos de industria e como fator cultural, mas todos logo estaremos nos adaptando e essa nova era de conhecimento.