Ingenuity: a capacidade humana de superar.

Tem uma palavra em inglês que traduz um pouco a capacidade humana de transpor barreiras e dificuldades: “Ingenuity”, que em uma tradução simples se lê como engenhosidade, é a faculdade que os seres humanos tem na hora de confrontar os problemas que nos assolam, ou são criados por nós mesmos. 

Vai um pouco além de criatividade, tem a ver com brilhantismo. O momento em que construímos soluções que mudam trajetórias. A roda foi um momento de ingenuity. O controle do fogo também. 

Vivemos uma época de muitas mudanças, pontos de vista,  pandemia, desigualdade, guerra, polarização política, mudanças climáticas, revisão e relativização do que é certo e errado, erosão de valores, deficit de atenção, alienação ou hiper exposição digital, só para citar algumas.

Apesar disso, a humanidade evolui. Acabei de ter acesso a um estudo da CB Insights intitulado “Game Changers”. Players de diferentes setores que com tecnologia e "ingenuity" estão contribuindo para melhorar, desenvolver ou mitigar partes de nossas dores contemporâneas e temas como meio ambiente, saúde, educação, privacidade. Mais do que desejos, iniciativas sendo produzidas hoje para criar impacto no tempo.

Einstein dizia que imaginação era mais importante que conhecimento, porque é uma forma de exercer a capacidade de pensar o impensável. Ingenuity é a ferramenta de execução.

Estamos lidando com os efeitos dos gases estufa e o aumento da temperatura no mundo. Parte disso é creditado à produção de proteína animal, além da questão do bem estar dos mesmos. Pois bem, iniciativas desenvolvem tecnologias de fermentação de proteínas livres de animais que podem ser usadas na produção de uma série de alimentos. Empresas como Perfect Day, desenvolvem alimentos lácteos que contém as mesmas proteínas de um leite de vaca. Detalhe: sem a participação de nenhuma. Clara Foods aplica técnicas de fermentação para desenvolver proteínas para serem usadas em alimentos do dia a dia de alto consumo. Conforme a demanda pro proteína cresce no mundo, estas empresas acharam alternativas para desenvolver soluções zero impacto e criando a era da comida sustentável de fato. 

Se isso já parece interessante, o próximo é mais: Bioprinting.

Empresas como Volumetric e 3DBio estão desenvolvendo soluções de criação de tecidos e órgãos humanos em laboratório, para atender a demanda de transplantes e também como campo de testes para novos remédios em órgãos vivos e não em seres vivos. Você poderá ter um órgão "on demand” para chamar de seu.

Em educação, ganha espaço o conceito de tutor inteligente, ou a inteligência artificial agindo de forma mais profunda na educação, com foco em maximizar a retenção e acelerar o treinamento, aumentar o acesso e melhorar a experiência de educação a distância. Empresas como Korbit, Riid e Squirrel estão levando o AI para novas aplicações com o objetivo de maximizar o aprendizado em países como China, Coréia do Sul e Canadá por exemplo.

E o que dizer das questões de privacidade e proteção de dados? No fronte de comunicação e marketing com o final dos cookies em escala global o Ai entra como grande aliado na detecção de conteúdos pertinentes aos objetivos dos anunciantes e dos usuários, promovendo uma maior integração entre qualidade de conteúdo que as pessoas querem consumir e a oportunidade de uma mensagem que faça sentido para cada um. Empresas como AnyClip e Gumgum prometem analisar em tempo real o conteúdo e promover a semanticidade e pertinência no impacto de mensagens. Tudo isso amparado por uma camada nova de proteção à privacidade de cada um de nós através de soluções de “syntetric data”, ou seja, empresas como Hazy, Mostly e Privitar criam através de Inteligência artificial layers de automação para criar simulações sem expor os dados e a privacidade de cada um.

Novas formas de criar alimentos, atender a demandas de saúde, educação e proteção e privacidade. Problemas criados por nós. Soluções também.

 O ser humano é incrível, Basta usar sua “ingenuity" para o bem de todos.