Inovação Aberta e Singularidade Tecnológica
Singularidade tecnológica é o termo, usado por Raymond Kurzweil, para definir a previsão de que, em poucas décadas, homem e tecnologia estarão tão integrados e indissociáveis, que a presença da evolução tecnológica simplesmente não será mais notada. Organismos cibernéticos, os ciborgues, serão comuns e as tecnologias não serão usadas apenas para reparar deficiências físicas dos humanos, mas para ampliar tanto sua capacidade física quanto seus sentidos, memória e raciocínio.
A primeira vista, parece um cenário de ficção científica, porém ao se observar as curvas de evolução de determinados ramos da ciência e de suas aplicações tecnológicas ao longo das últimas cinco décadas, percebe-se que tal evolução não obedece a um padrão de crescimento linear, mas exponencial.
Isso significa que, diferentemente do aumento da temperatura, do inverno para o verão, que tem um crescimento linear, o crescimento da capacidade dos computadores e das redes, as descobertas da nanotecnologia e da engenharia genética, se dão em saltos exponenciais, como o que observamos no crescimento do número de usuários da Web nos últimos 20 anos, por exemplo.
O crescimento da capacidade computacional, o aperfeiçoamento da robótica, os avanços da neurociência levarão a uma redução de custo e, consequentemente, popularização de recursos avançados de auxílio mecânico e cognitivo (hardware e software) às capacidades humanas.
É interessante observar que as perspectivas analisadas e propostas por Kurzweil, e outros cientistas que apoiam o conceito de Singularidade, não seriam possíveis, se dependessem de apenas uma empresa, um pesquisador, ou mesmo um grupo limitado de pesquisadores. São muitas as áreas do conhecimento envolvidas no processo de criação dos ciborgues.
As livres combinações de descobertas e fluxo corrente de informações entre pesquisadores e grupos tem acelerado o processo. Pesquisadores brasileiros, como Miguel Nicolelis, trabalham junto a uma ampla e diversa comunidade, que inclui cientistas, empresas, governos e ONGs, para conectar tecnologia computacional aos nossos cérebros.
Inovações abertas e incrementais nas áreas de Inteligência Artificial, Nanotecnologia, Bioengenharia, dentre outras, para a complementariedade das habilidades do ser humano serão capazes de gerar um futuro onde as referências de idade, saúde e bem estar podem ser radicalmente alteradas e a quebra de tais paradigmas pode dar início a um novo ser humano.
Da mesma forma, novos paradigmas organizacionais também estão sendo alcançados através da inovação aberta, onde instituições públicas, empresas privadas e indivíduos se rearranjam e se complementam em competências e iniciativas, que, em um futuro não muito distante, dará origem a uma nova empresa, integrada equilibradamente pela tecnologia e pelo humano, assim como o ciborgue.
Assista minha fala sobre o tema do Tedx Inatel