INOVAÇÃO: A CORAGEM DE ATACAR A SI MESMO
Inovação, esta buzzword tão aclamada no mundo coorporativo atual é uma das principais armas estratégicas que uma organização pode dispor em sua batalha diária pela sobrevivência e conquista de território de mercado. Inovação, do latim: fazer algo novo. E segundo o convencionado no famoso Manual de OSLO de 2005, pode ser compreendida no mundo coorporativo ao;
O ano é 1972. Arqueólogos chineses encontram fragmentos do livro A ARTE DA GUERRA, datados da dinastia Sung (960-1280), que complementavam a obra e compunham a versão completa e atual do mais sábio tratado militar da história da humanidade. A Arte da Guerra é um dos clássicos mais influentes do pensamento oriental sobre estratégia, escrito por Sun Tzu, antes de sua morte em 496 a.c.
Mas, o que liga um antigo e importante manuscrito militar a um conceito tão aclamado e insistentemente perseguido no mundo coorporativo da atualidade?
A resposta é simples. Estratégia! Inovar é uma expressão inteligente de como colocar a estratégia em prática para uma empresa defender sua posição no mercado e manter seus adversários a pelo menos 2 passos atrás.
"Somente o mais forte possui a coragem de atacar a si mesmo”. – Sun Tzu.
Mas na prática, o que isso quer dizer?
Esta filosófica provocação reflete que a verdadeira força não está em ser o mais forte e acomodar-se nesta zona de conforto. Sun Tzu nos provoca a pensar em mesmo no cenário onde sejamos os mais fortes, sejamos nós mesmos e não nossos adversários ou concorrentes, que devemos questionar o status quo. Ou seja; precisamos provocar uma mudança disruptiva que seja capaz de deixar o elemento que antes era nossa fortaleza, obsoleto.
Pois se uma empresa é a mais forte em seu setor de atuação. Se esta empresa é a líder do mercado. Então ela carrega com sigo um grande alvo. Pois como líder é o player a ser batido. E com isso, pode apostar que haverá um coletivo de concorrentes buscando formas de copiar e de superar a oferta de valor desta empresa que está a frente de todas as demais. Agora se esta mesma empresa se antecipa e reformula sua oferta de valor de tal modo que a sua oferta anterior se torna obsoleta. Toda a concorrência que está investindo tempo e recurso para competir com a oferta anterior, passa a estar não mais um passo à trás. Mas agora, sim, dois passos à trás.
Do contrário, é uma questão de tempo para que outra empresa seja capaz de igualar e até mesmo superar sua oferta de valor. Neutralizando a vantagem competitiva de diferenciação do seu negócio.
Porém, podemos extrapolar este conceito, não o limitando apenas ao líder de mercado. Mas sim, atribuir força através da coragem e disposição que uma empresa apresenta ao dedicar atenção e esforços para inovar em seu setor e buscar ressignificar conceitos tradicionais e transformar o comum em novo.
Recomendados pelo LinkedIn
Estratégia defensiva
“A melhor estratégia defensiva é a coragem para atacar-se a si próprio.”
A citação acima é de Al Ries e Jack Trout na magnífica obra “Marketing Warfare” de 1985, traduzido como “Marketing de Guerra” para o português. Os autores fazem uma brilhante transposição e interpretações mercadológicas do clássico militar, A Arte da Guerra, de Sun Tzu. Retratam com genialidade o papel da estratégia no universo competitivo dos negócios. Isto porque, se sua empresa ou produto são os líderes de mercado, certamente, é o páreo a ser batido pelos seus principais concorrentes. Se sua empresa ou seu produto não são o líder de mercado, então certamente, estão buscando diariamente maneiras e caminhos para alcançar e superar o produto/empresa líder de seu mercado.
Sambemos que copiar as melhorias do concorrente é uma prática comum de mercado. Pode não ser a mais nobre, mas oferece um caminho rápido para obter os resultados construídos pelo concorrente que pesquisou, desenvolveu e validou sua inovação no mercado. Esta é uma estratégia conhecida em marketing como, estratégia de paridade. Uma forma de neutralizar um diferencial da concorrência. O problema não está em se praticar a paridade para não permitir um grande ou rápido avanço da concorrência, mas sim, em basear exclusivamente nisto a estratégia de geração de valor para o mercado. Pois assim, a empresa assumirá uma postura de sempre estar atrás dos seus principais concorrentes.
Agora, para que uma empresa que não é líder em seu setor, que não possui a maior fatia de mercado, que não possui o produto mais avançado ou que não tem em sua oferta a maior procura e percepção de valor, precisará INOVAR. Ou seja, terá que desenvolver melhorias que sejam significativas para transformar sua oferta ao mercado, melhor percebida e desejada.
Mas, se você atua em uma empresa que já se consolidou como líder de mercado e tem em seus produtos a grande preferência dos consumidores. Muito provavelmente observa um movimento constante dos concorrentes em reduzir ou mesmo, eliminar os seus pontos de diferenciação. Seja por meio de paridade (copiando as características e neutralizando assim os seus diferenciais), ou criando novas funcionalidades, ofertas e posturas que tentam sobrepujar as suas. O que torna o sucesso de seus concorrentes eminente em apenas uma questão de tempo.
Desta forma, a empresa líder também pode se defender mantendo uma agenda de inovação ativa e se possível ainda mais acelerada. Pois ao lançar um novo produto, uma nova oferta ou mesmo novas melhorias em seus produtos, na sua forma de fazer ou de se posicionar, que gere uma maior percepção de valor pelo mercado, irá aumentar sua vantagem em relação à concorrência. Pois se antes os concorrentes estavam trabalhando para copiar ou inovar e se equipararem à sua oferta. Eles podem até ter sucesso. Mas sua nova oferta de valor avançou mais uma casa.
Atacar a si mesmo pode sacrificar os lucros de curto prazo, mas isso tem um benefício fundamental. Protege a participação de mercado, a arma final em qualquer batalha de marketing.
Uma coragem desejada e necessária para sobrevivência e longevidade
Em um ambiente empresarial dinâmico, as organizações enfrentam constantes desafios e mudanças. Aquelas que buscam prosperar a longo prazo precisam abraçar a mentalidade de autocrítica, questionando constantemente suas práticas e modelos de negócios. Atacar a si mesmo estrategicamente significa não apenas estar ciente das vulnerabilidades internas, mas proativamente buscar maneiras de superá-las, antecipando as demandas do mercado e reinventando-se antes que a concorrência o faça.
A verdadeira inovação requer coragem para desafiar o status quo e reconhecer que o sucesso passado não garante relevância futura. Empresas líderes entendem que, ao invés de resistir às mudanças, devem liderá-las. Ao adotar uma postura autocrítica, as organizações podem identificar pontos fracos em suas operações e produtos, criando oportunidades para melhorias significativas. Essa abordagem não apenas impulsiona a eficiência interna, mas também permite que as empresas estejam à frente da curva, adaptando-se rapidamente às demandas do mercado em constante evolução.
No cenário competitivo atual, onde a obsolescência é uma ameaça constante, a inovação como a arte de atacar a si mesma não apenas preserva a relevância, mas também promove um ciclo contínuo de crescimento. As empresas que adotam essa mentalidade não veem a mudança como uma ameaça, mas como uma oportunidade para redefinir, reinventar e renovar constantemente sua abordagem estratégica. Ao desafiar continuamente seus próprios limites e conceitos, as organizações estabelecem as bases para uma resiliência duradoura e, ao mesmo tempo, garantem um papel proeminente em um mercado em constante transformação.
"Só mudando a si mesmo o homem pode mudar o que está a sua volta." - Sun tzu.
Consultor, mentor e escritor Liderança e Comunicação
11 mMais um artigo consistente meu amigo. Sou fã de Arte da Guerra há tempos. Tenho até uma coleção de frases Alexandre Conte da Nova //
Head of Operations Solana Superteam Brasil | Consultor & Mentor em Inovação Ι Estrategista para Negócios Inovadores Ι Especialista em Oceano Azul Ι Palestrante Ι Aventureiro na Jornada da Vida Ι🦅🦈
11 mTrabalho com inovação desde dos anos 2000 e fazia tempo que não via uma explicação bem fundamentada das origens do Manual de OSLO que durante muito tempo foi o norteador de projetos junto a FINEP e mercado. E por ultimo a grande premissa das estratégia de guerra de se atacar a si próprio que atualmente dizemos que é o "funeral speech" adotado na metodologia do Navigator que orienta como grande companhias DEVEM e PRECISAM estar constante evolução com seus produtos e negócios. Show de bola. Parabéns pelo artigo!