A inovação e os puffs na sala
Disrupções acontecem a todo o instante, já foram eventos mais demorados e com processos que duravam anos e até séculos para acontecer, como por exemplo o advento do fogo, o domínio do homem sobre ele e como transformou toda a sociedade e uma espécie por conta disso. Hoje, a velocidade e constância com o que mudanças exponenciais nos sistemas dentro da nossa sociedade acontecem, é absurdamente imensurável.
O movimento das empresas e do mercado, não costumam acompanhar a velocidade em que a sociedade se move. Menos ainda, na velocidade em que as tecnologias são aperfeiçoadas. O médico da família não existe mais, o “seu João” do armazém, então, desaparece a cada dia que passa. Empresas gigantes e dominantes, que não acompanharam ou se preocuparam em entender o processo de mudança que o mundo passou, simplesmente se desmantelaram.
Exemplos são muitos, como a Kodak, que, míope para o movimento fora da sua caixinha, ou arrogância de olhar apenas para o seu “core”, não entendeu o processo de revolução digital que o início dos anos de 1990 já apontavam que iria, de fato, acontecer, e preferiu expandir suas lojinhas de revelação em até uma hora, enquanto Sony, Nikon, Canon, “abandonaram” o que parecia ser eterno como mercado, e apostaram em tecnologia para máquinas digitais. Hoje, parece impossível que um ser humano passava suas férias inteiras tirando fotos, e, só na volta para casa iria até uma dessas lojas para saber se todas as fotos haviam dado certo. O mundo mudou. “Olivetti’s”, simplesmente não existem mais.
O impacto do processo de automação dos meios de trabalho são fundamentais e um caminho sem volta, mas, com ele geram dilemas importantes. Novas tecnologias, menos funcionários, mais desemprego. Novas profissões, novos modelos, novos tudo.
As empresas não conseguem acompanhar essa velocidade, muito em função das barreiras perceptuais dos gestores, ou, simplificando, a cegueira para o que ocorre em relação ao que as empresas entregam. O planejamento, principalmente no Brasil, quando feitos, são como o ditado popular: “vendendo o almoço para comprar a janta”. Pensam no pagamento do boleto do próximo mês, e não no longo prazo. Essa é uma discussão profunda, pois, da mesma forma, as burocracias e barreiras para o empresário no país são enormes também, e o contraponto existe.
O problema desse movimento é que pensando e agindo no curto prazo, empresas tendem a aderir “à moda” do momento e embarcando em projetos para estar e não para serem.
Um exemplo disso é a falta de preparo de empresas para entrarem no mundo competitivo de Startups e modelos de negócio de inovação. Hub’s isso, Innovations aquilo... Não é difícil ver a quantidade de empresas que se apresentam como inovadoras e na verdade criam um espaço descolado, com puffs jogados em uma sala, uma internet de alta velocidade e acreditam que esse simples movimento as farão entrar no mundo da inovação.
Negócios digitais, não necessariamente passam por estar na rede, como muitos gestores imaginam. A complexidade aumenta a cada movimento de disrupção que surge a cada dia, os processos são outros, a dinâmica organizacional não é a mesma, e as empresas ainda apostam em Papéis, Relatórios e análises de dados que ninguém lê, e não fazem absolutamente nada com essas informações, enquanto desbravadores surgem a cada dia, quebrando, literalmente esse sistema, desburocratizando e apresentando novas formas e modelos de negócios. Ninguém ousava dizer que os táxis, como conhecemos estavam ameaçados de extinção, antes de conhecer a plataforma do UBER. É um caminho sem volta, mas para quem faz de forma planejada, estruturada, e principalmente, com quem entende do negócio para tocar projetos que demandam inovação.
O mundo não é linear, as mudanças bruscas não são previsíveis, porque o sucesso e mudança de uma empresa seria. O: isso sempre deu certo, é assim que se ganha dinheiro nesse segmento, nossa empresa é a única a fazer isso... a cada dia tem menos valor.
Certezas dão lugares às dúvidas, o que move e evolui não são as respostas, mas às perguntas e inquietações a que estamos expostos a todo momento. Há uma distância enorme entre o que os gestores entendem o que é complexidade com o que de fato é complexo para as empresas. A chamada “ilusão dos não elefantes” relatada no livro de Yves Moyen, a teoria defende que diante de tamanha concorrência e globalização, simplificar e não atentar para a complexidade atual, para caber numa apresentação de PowerPoint, pode ser um perigo vital para empresas.
Um risco que empresas, principalmente pequenas e médias, correm a cada dia. Simplesmente aderem à modelos inovadores tentando aplicar metodologias arcaicas. Simplesmente não funcionam. O caminho é outro, a jornada é longa, mas pode ser mais rápida.
Viva a tecnologia, menos puffs, mais trabalho.
Building a new kind of #hospitality [human + tech]. 🛎️ insider, ✍🏾 content creator and crazy about hotel concepts 🏨, branding ⭐ and sales 🎯
6 aMuito bom este artigo! Gostei mesmo...
Head of People | Leadership | Culture | Talent Management
6 aE a pergunta que fica é: como se antecipar, ser protagonista da mudança e não engolido por ela? Que novas competências nos levarão ao sucesso neste mundo não linear. Não tenho resposta. Mas acho que vale a busca :)