Inovação na Saúde: o modelo de executivo que todos os pacientes esperam
As novas tecnologias empoderam as pessoas e ampliam suas possibilidades de escolha., por isso os pacientes estão se tornando cada vez menos 'pacientes'. Foto: Freepik

Inovação na Saúde: o modelo de executivo que todos os pacientes esperam

Cuidado e assistência são transformados pelas novas tecnologias, com impacto imediato na condução do negócio

Por Franco Motta*

Em qualquer profissão, aprender é determinante para a carreira. Em um cenário no qual a inovação é praticamente diária, compreender as mudanças proporcionadas pelo avanço das novas tecnologias é fundamental para o profissional que quer se manter atualizado. No setor de Saúde, esse contexto fica ainda mais complexo, seja pela quantidade de transformações, seja pelos desafios impostos por elas à gestão dos negócios.

O paciente está se tornando cada vez menos ‘paciente’. As novas tecnologias empoderam as pessoas e ampliam suas possibilidades de escolha. Uma pesquisa feita em seis países pela Doctoralia traçou o perfil desses indivíduos, chamados de pacientes 4.0. Eles utilizam a internet de forma constante, buscam informações de alta qualidade sobre especialistas e serviços médicos, organizam consultas médicas por meio de plataformas online e participam de discussões sobre saúde na web, seja em redes sociais, fóruns ou blogs. No Brasil, 75% são mulheres - responsáveis pelos cuidados com a saúde da família. São elas que, em geral, têm o poder de decisão sobre qual profissional de qual instituição irá cuidar de seus filhos, marido e demais familiares.

Cabe ao gestor da instituição compreender essas mudanças de relação social e mercadológica que estão surgindo. As pessoas querem cada vez mais serviços de promoção à saúde e bem-estar. Tratamento e cura estão sendo realocadas na pirâmide empresarial.

Pensar de forma disruptiva exige experimentar modelos tecnológicos, de gestão e de aprendizado.

Gerir utilizando a tecnologia como meio para o alcance de resultados é mudar a estratégia de gestão, voltar a atenção para o único sentido de existência de uma organização de Saúde: pessoas. Investir em modelos digitais de Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), sem considerar que o paciente já pode ter todos os dados acessíveis em nuvem, é uma estratégia obsoleta. O executivo de Saúde moderno pensa sempre em formas de aproximar o paciente da instituição. Garantir que o cuidado de qualidade e eficaz seja o centro e os resultados de todos os processos é uma qualidade transformadora para os profissionais de gestão em Saúde.

O conhecimento acadêmico é essencial e necessário - mas não basta. A prática, por meio da criação de estratégias de melhoria do cuidado e de uma cultura de inovação que permeie a instituição fazem parte de experiências em ambientes voltados para a disrupção. Organizações de Saúde que estão determinadas a mudar o setor enxergam novas formas de atenção, serviços e digitalização do cuidado como universidades formadoras de executivos de excelência, determinados e capacitados para passarem por qualquer nível de transformação.  

Pensar de forma disruptiva exige experimentar modelos tecnológicos, de gestão e de aprendizado. Na Saúde, que está em constante transformação, galgar o sucesso exige muito mais que uma formação sólida. A carreira dos executivos demanda preparação constante para inovar, propor conceitos e estar atento a um fator inerente à transformação digital: tudo o que agora é novo e inovador, dentro de horas pode se tornar obsoleto.

Você, executivo de Saúde, sabe o que está para surgir amanhã e que mudará todo o setor?

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*Franco Motta é CSO (chief science officer) da MV. Especialista em tecnologia para medicina diagnóstica, EMR Architect, PACS Operations Analyst, PACS System Analyst, PACS Interface Analyst e Big Data in Healthcare

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