A inovação para transformação digital do setor produtivo tem a base na empatia
Jefferson de Oliveira Gomes e Gianna Sagazio
Este ano de 2020 é, sem dúvida, um dos anos mais importantes, com certeza o mais marcante, para todas as gerações vivas. Concluímos que o sistema global social de saúde, além de ser mal estruturado no sentido da engenharia de sistemas, também atingiu as economias dos países de forma muito mais abrangente e complexa do que imaginávamos. Definitivamente, fatores epidemiológicos e ambientais deixaram de ser considerados apenas como políticas públicas de bem-estar social para também servirem de premissas para atividades econômicas. E esse percurso não tem volta.
Aliás, sob uma perspectiva política, econômica e social, a efetividade do mundo do trabalho está e estará diretamente relacionada com a capacidade de administrar os distintos hábitats, juntamente com procedimentos epidemiológicos. Esse processo deve ser em tempo real. Portanto, o uso de tecnologias digitais estará cada vez mais intrínseco na cultura corporativa.
Considere ainda que num mundo endividado como está (a dívida mundial de estados e empresas é de aproximadamente 200 trilhões de dólares), os “novos normais” modelos de negócio, provavelmente, serão mais abertos, em plataformas digitais, permitindo a presença de distintos atores, criando a vantagem de mitigação de fragilidades de pessoas, sistemas e tecnologias pelo maior entendimento das demandas de populações. Assim, as tecnologias aplicadas serão desenvolvidas para o propósito, criando conexões com/para/entre clientes e consumidores.
Somado a esse cenário de coopetição (cooperação e competição), imagine-se num mundo repleto de tecnologias exponenciais que podem deixar sua empresa cada vez mais digital, flexível e adaptada à tão sonhada produção em massa e customizada. O problema é por onde começar.
Atualmente, a literatura mundial e as consultorias estão repletas de ferramentas que identificam a maturidade tecnológica das empresas. Fato é que, mesmo analisando os pilares cultura, pessoas, tecnologias e negócios, a empresa não sabe ao final quais tecnologias devem ser implantadas. Toda transformação é urgente, contínua, dinâmica, mensurável e sustentável, portanto, cultural, independentemente de ser digital ou analógica. No entanto, as organizações convencionais estão em bases analógicas, como já diz o Professor Silvio Meira. Mesmo digitalizadas, as tarefas e grupos de pessoas estão separados sistemicamente sem interações naturais. Como migrar para esse mundo 4.0?
Em termos práticos, se o objetivo é trabalhar com informações, montando conhecimentos em tempo real e sincronizado (princípio da transformação digital), já na concepção do “job to be done”, pessoas e tecnologias devem ser compostas para o sentido do negócio. Quaisquer concepções distintas dessa serão meramente aplicações tecnológicas por si.
Nesse caso, a gestão da inovação deve se posicionar para que a normalidade seja não constante, nem perfeita, nem completa. Essa instabilidade constante deve existir numa atmosfera que compreenda a administração do risco com indicadores de performance, sincronizada com a cultura da empresa e com a atmosfera do mercado. Inovações desse porte são fruto de construção coletiva com garantia de diálogos (respeito à diversidade e ao contraditório com profunda empatia).
Vale ressaltar que a maior parte do capital mundial despendido e reinvestido atualmente está no curto prazo, o que caracteriza, via de regra, a tentativa de melhorias de processos e produtos ineficientes. Já o cenário de longo prazo parte do princípio de um profundo conhecimento de gestão dos processos de inovação, de modo a mitigar os erros típicos que ocorrem na jornada do desenvolvimento. É uma gestão mais complexa e, somado ao fato de os executivos terem, normalmente, baixo apetite ao risco em crise, o nível de inovação nas empresas é baixo. Isso é normal.
É nessa atmosfera e enredo que surge o programa da Rede Nagi Digital. A CNI e o MCTI, com apoio do CNPq, firmaram parceria para apoiar a gestão da inovação para a transformação digital do setor produtivo, no âmbito das ações da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI). A iniciativa tem o apoio da MEI, grupo coordenado pela CNI que reúne mais de 300 das principais lideranças empresariais do país. A Mobilização tem como objetivo incorporar a inovação na estratégia das empresas, bem como propor políticas de inovação eficazes e que coloquem o Brasil entre os países mais inovadores do mundo.
O Nagi Digital selecionará instituições que, após alinhamento conceitual, desenvolverão pilotos de transformação digital que possam ser posteriormente escalados numa plataforma de apoio à tomada de decisões multicritérios de combinação de distintas tecnologias e processos de gestão da inovação, levando a um número exponencial de soluções de novos negócios de perfil empreendedor.
Vale a pena conferir!
Especialista em Relações Governamentais | CEO Hexa Brasil | CEO P&D Brasil | Conselheira: CDESS/Presidência da República | CATI/MCTI | CNDI e CONEX/MDIC | FUST/MCOM | Conselho Consultivo FINEP | GrupoMulheresBrasil
4 aQue maravilha Gianna!!!😉
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4 aEncontrar as tecnologias digitais certas é uma obrigação, pois abrirá o caminho para você atrair a atenção de clientes em potencial usar uma nova plataforma de sua empresa pública ou privada.Agora é importante priorizar estratégias que capacitem todas essas tecnologias digitais. Um grande abraço.
Especialista em desenvolvimento industrial, tecnologia e inovação
4 aQue bela abordagem: empatia tá em falta!!!
Bela iniciativa da CNI propor o edital, trará frutos ao ecossistema empresarial brasileiro.