Inovação no rastreamento do câncer de próstata: de olho na qualidade de vida

Na medicina, a busca incessante por melhorar a qualidade de vida dos pacientes está sempre em primeiro plano, especialmente para aqueles que enfrentam o câncer de próstata. Esse compromisso se reflete em pesquisas avançadas para o desenvolvimento de novos métodos de rastreamento e de alternativas terapêuticas que transformam o cuidado oncológico.

O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens no Brasil e o mais prevalente nessa população, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). No Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), foram apresentados avanços significativos no tratamento de tumores genitais, inclusive aqueles que afetam próstata, pênis, testículos, bexiga, rins e uretra.

Um dos destaques foi o estudo BARCODE1, publicado no periódico Journal of Clinical Oncology, que trouxe uma abordagem inovadora no rastreamento de tumores de próstata por meio da medicina de precisão. Com a utilização de dados genéticos, o ensaio desenvolveu um exame de risco poligênico que avalia a interação entre diferentes genes para determinar o risco de desenvolvimento do tumor. Pacientes com maior perfil de risco foram encaminhados para ressonância magnética e biópsia de próstata.

O Dr. Oren Smaletz, oncologista da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (SBIBAE) e ex-vice-presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), destacou que, dos 6 mil participantes do estudo, apenas 500 foram encaminhados para rastreamento. Desses, a doença foi detectada em 40% dos que realizaram a biópsia, o que representa 2,8% do total de participantes. "Estamos caminhando para uma medicina de precisão que ajudará a identificar quem realmente precisa ser rastreado", afirma o Dr. Smaletz.

Essa abordagem de precisão não só aprimora o rastreamento como também abre portas para o desenvolvimento de alternativas aos tratamentos tradicionais. Entre essas alternativas, destacam-se cirurgias menos invasivas e terapias-alvo, projetadas para atacar moléculas específicas relacionadas ao crescimento e à disseminação do câncer.

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