INOVAR OU MORRER: O dilema da mudança de cultura nas empresas

INOVAR OU MORRER: O dilema da mudança de cultura nas empresas

A cultura organizacional é a essência da empresa. Surge através de princípios e valores tidos como verdade, que formam um conjunto de crenças, se tornam convicções, moldam hábitos e acabam influenciando todos os membros da organização. Com o passar do tempo, esses hábitos se solidificam no dia a dia e se tornam a identidade da empresa, passando a conduzir suas ações e estratégias. A cultura é uma questão de perfil comportamental. Para entendê-la é necessário voltar no tempo e mergulhar profundamente nas origens. Tem muito a ver com o perfil dos fundadores, mas, mais importante que isso, tem a ver com o histórico de como eles enfrentaram os enormes desafios de empreender ao longo de sua trajetória. E, logicamente, as lições tiradas disso. É a verdadeira “casca” ou “marcas da guerra”, como dizem por aí.

No ambiente empresarial, as convicções da liderança normalmente são difíceis de serem quebradas. É preciso um fato gerador de grande impacto para desencadear uma mudança de comportamento. O ser humano, por natureza, é reativo e movido pela lei do menor esforço. Irá empenhar energia quando, ao seu modo de ver, for inevitável. Isso explica, de certa forma, a resistência à mudança da maioria das pessoas. É mais fácil e seguro permanecer no ambiente conhecido, onde tudo é mais previsível, do que ir em busca do novo e enfrentar todos os riscos envolvidos. A questão é que estamos passando não apenas por um fato gerador isolado, mas pela mais impactante revolução tecnológica da história. A 4ª Revolução Industrial ou Industria 4.0, como está sendo chamada por Klaus Schwab - fundador do Fórum Econômico Mundial, traz uma mudança de paradigma e está transformando as bases da economia. As empresas estão perdidas e preocupadas. As transformações são muito mais profundas, impactantes e estruturais do que reza o senso comum. Houve um aumento exponencial na velocidade de mudanças, trazendo uma dinâmica imprevisível ao mundo dos negócios e muito difícil de ser interpretada.

Temos visto grandes empresas sucumbirem por não entenderem que a competição não é mais entre produtos e serviços do mesmo segmento, mas com os movimentos do mercado. E isso envolve toda a cadeia de valor. Com acesso à tecnologia, usando uma metodologia enxuta e aplicando uma gestão de projetos ágil, startups com pouquíssimas pessoas e recursos limitados estão conseguindo desenvolver soluções disruptivas capazes de dizimar modelos de negócios consagrados. Elas entenderam que o segredo está em colocar o cliente no centro da equação. Ao entender verdadeiramente a sua jornada, essas startups estão criando produtos e serviços sob medida e que resolvem definitivamente os problemas de seus clientes. É um tiro certeiro.

O caos sinaliza a hora da mudança. Diante desse cenário, o dilema que as grandes empresas estão enfrentando é: inovar ou morrer. E inovar significa, inevitavelmente, mudar a cultura. 


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