Inspirações Psicanalíticas - Filme "Ted Bundy - a irresistível face do mal"
O filme “Ted Bundy: A irresistível face do mal” é um estrondoso filme de 2019, cuja direção fica a cargo de Joe Berlinger, cineasta e produtor cinematográfico norte-americano, o roteiro é por conta de Michael Werwie e é estrelado pelo belíssimo Zac Efron.
Infelizmente retrata uma história real, de um psicopata e serial killer crudelíssimo, assassino confesso de mais de trinta mulheres nos anos 1970 (estima-se que o número de vítimas seja pelo menos o triplo), na região de Seattle, Salt Lake, Utah, Flórida, condenado à morte e executado em 1989 (sob lamento de boa parte de suas vítimas). Na verdade, há uma série de filmes e minisséries que retratam essa história.
Ted se tornou famoso em todo o mundo, em parte por causa da fama de sedutor, que levou a conquistar várias mulheres, e em parte por ter efetuado sua própria defesa nos tribunais. Liz acaba se apaixonando e tendo um relacionamento estável com ele durante anos, incapaz de acreditar nos seus crimes quando a polícia finalmente o encontra.
Ted dissimula emoções e reações, é sedutor, admirável, manipulador, doce, amável e vive uma vida feliz, acima de qualquer suspeita, por muitos anos. Promete sonhos e planos à sua companheira, no entanto, tem uma voracidade incontrolável para torturar e agredir mulheres.
Muito inteligente, vara a noite na biblioteca para construir sua própria defesa e...quem sabe encontrar suas próximas vítimas, que mais tarde se tornam suas defensoras (as que conseguem sobreviver). Talvez a frase mais marcante do filme seja a de Liz: “Quando sinto o amor dele, me sinto no topo do mundo, e quando não sinto, me sinto um lixo”, que mostra clara e dramaticamente essa devastação emocional provocada numa relação com uma mente criminosa.
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Nas defesas, Ted tentava desqualificar as vítimas e invalidar seus discursos, apelando para sua imensa popularidade – virou um “astro” de repercussão internacional -. Era um homem brilhante, e segundo o juiz, “um grande desperdício de humanidade”.
O processo foi longo até a pena de morte, permanecendo mais de dez anos no corredor da morte, na Flórida. E no último encontro com Liz, antes de morrer, ele confessa tudo.
É perturbador pensar o quanto estamos socialmente vulneráveis; uma mente psicopata pode estar ao nosso lado e parecem tão iguais como qualquer um de nós, mas o psicopata não tem empatia, consciência moral, sentimento de compaixão, culpa ou remorso, nem veem o outro como seu semelhante. Nem sempre o psicopata chega ao assassinato, mas ainda assim é um aniquilador de sonhos, esperanças e confiança. Os psicopatas têm total ciência dos seus atos (a parte cognitiva ou racional é perfeita), sabem exatamente de suas transgressões e as repercussões dos seus atos, mas a deficiência deles é no campo dos afetos e emoções, sendo capazes de maltratar e matar alguém que atravesse seu caminho, e até faça parte de seu convívio íntimo, sem escrúpulos.
Enfim, este filme é desconcertante, incômodo, mas serve de importante alerta aos desprevenidos, quanto à ação destruidora e atraente dos psicopatas. Se identificar, acautele-se, distancie-se, evite-os e tente não se envolver emocionalmente sob hipótese alguma com um deles.
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