Integração dos ODS na Estratégia dos Negócios - ACP/PR
Arquivo da ACP/PR

Integração dos ODS na Estratégia dos Negócios - ACP/PR

Na noite desta quinta-feira (04), a Associação Comercial do Paraná (ACP) promoveu um evento focado na importância da aplicação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nas estratégias de negócios. O objetivo foi promover um diálogo construtivo e enriquecedor com os associados e organizações presentes sobre ODS e como integrá-los as práticas empresariais. O Vice-Presidente Comercial da ACP, Paulo Mourão, deu as boas-vindas aos presentes, destacando: “A importância dos ODS se dá pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade ambiental e social nos governos e nas empresas e, no universo corporativo, que tornam os negócios mais eficientes, responsáveis, transparentes e mais competitivos.”

 

O coordenador do Conselho de Sustentabilidade Empresarial (CASEM) da ACP, Edilson Ribeiro, reforçou o compromisso de engajar empresas na jornada para um futuro mais sustentável, promovendo inovação, responsabilidade social e práticas comerciais responsáveis. Ele lembrou que o objetivo do CASEM é promover o alinhamento das empresas com a Agenda 2030, integrando os ODS em suas estratégias e operações, além de participar ativamente no debate e na formulação de políticas que fomentem a sustentabilidade e a implementação de modelos de economia circular.

 

Para o diálogo, o Fórum Integração das ODS nas Estratégias de Negócios convidou dois especialistas: Ana Gabriela Simões Borges, Superintendente do Instituto GRPCOM, Doutora em Educação, Coordenadora da RIS-Rede de Investidores Sociais do Paraná, e Rafael Andreguetto, Especialista em Gerenciamento de Projetos, Diretor de Políticas Ambientais da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e Diretor do Patrimônio Natural do Instituto Água e Terra.

Ana Gabriela iniciou sua fala trazendo uma linha do tempo que contou a história da adesão de práticas sustentáveis no mercado, apresentou os termos e conceitos que levaram ao que conhecemos atualmente como ESG (Environmental, Social, and Governance). Também traçou um paralelo com a atuação do Instituto GRPCOM, que trabalha com os pilares da educação pública, da sustentabilidade e do apoio ao terceiro setor. “Apesar dos conceitos mudarem, na essência os princípios são os mesmos, estas nomenclaturas nos convidam a agir e sair do lugar para fazer um mundo melhor”, comentou.

Ela destacou que os empresários têm muitos motivos para se engajarem na missão de alinhar seus negócios com a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “A sociedade valoriza cada vez mais as empresas que olham além do lucro, com as novas gerações priorizando o consumo de marcas ambientalmente responsáveis. Pesquisas mostram que empresas com boas práticas de governança e preocupação ambiental são mais lucrativas a longo prazo. Além disso, investidores estão cada vez mais focados em empresas com sólidas práticas ESG, e fundos que adotam essas estratégias estão crescendo rapidamente”, elencou.

Ana Gabriela também enfatizou que dar visibilidade às boas iniciativas melhora a imagem da empresa perante stakeholders, o que inclui fornecedores, clientes, parceiros e acionistas. “A pressão da sociedade e do mercado financeiro para a adoção dessas práticas está se tornando uma tendência dominante”, encerrou. Ela ainda apresentou alguns projetos e cases de sucesso do Instituto GRPCOM que implementam os ODS na prática, destacando como a educação e a sustentabilidade são pilares fundamentais para o desenvolvimento de iniciativas que beneficiam a sociedade e o meio ambiente.

Já na sua fala, Rafael Andreguetto trouxe à mesa uma discussão crucial: a necessidade de simplificar a comunicação sobre a conservação e proteção do meio ambiente. “Embora pareça um desafio etéreo, a simplificação dos termos é essencial para ampliar o engajamento além dos já convertidos. Precisamos explicar nossas ações de forma clara e acessível, pois isso é fundamental para atrair novos apoiadores”, explanou.

Ele destacou a importância de cada empresário incluir essa pauta em suas estratégias, pois ela reflete um compromisso com os direitos humanos, a proteção do meio ambiente e a anticorrupção. “Embora ainda seja um diferencial adotado por poucos, essa abordagem simples e direta é vital para promover mudanças significativas”, concluiu.

Rafael também destacou a importância do Selo Clima, uma ferramenta pública e gratuita prevista na política estadual de mudanças climáticas, que facilita o acesso das pequenas empresas à elaboração de seus inventários de emissões. O Selo trata do Registro Público Estadual de Emissões de Gases de Efeito Estufa e de boas práticas conectadas à cultura ESG e aos ODS.

Assim, ele promove o reconhecimento das organizações e municípios paranaenses comprometidos com os ODS, a Cultura ESG e as campanhas "Race to Zero" e "Race to Resilience". Além disso, auxilia na promoção da imagem dos participantes, chancelando suas boas práticas visando o desenvolvimento sustentável. Estimulando as organizações paranaenses a participem de processos de normatização, certificação e obtenção de selos como uma ferramenta de “entrada” para os outros. Favorece que as organizações implementem ações voltadas às pautas climáticas e constrói um método de avaliação das organizações, possibilitando o fornecimento de outros benefícios.

Em ambas as abordagens, a adoção dos ODS nas estratégias empresariais traz diversos benefícios, especialmente para pequenas e médias empresas. Empresas comprometidas com a sustentabilidade são mais bem avaliadas e valorizadas por consumidores e investidores, especialmente as novas gerações que preferem marcas que possuem responsabilidade social e ambiental. Somado a isto, empresas sustentáveis podem acessar novos mercados, oportunidades de negócios e incentivos fiscais que podem beneficiar e impulsionar os negócios.

A integração dos ODS nas estratégias de negócios não só contribui para um mundo melhor, mas também traz benefícios tangíveis para as empresas. A ACP, através do CASEM, está comprometida em engajar suas empresas associadas no compromisso com a Agenda 2030, promovendo o diálogo entre os ODS e o empreendedorismo. A adoção de práticas sustentáveis fortalece a posição das empresas no mercado, melhora sua imagem e cria valor a longo prazo.

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Joana Serra

Consultora em comunicação estratégica e socioambiental.

6 m

Foi excelente o debate e o seu texto representa muito bem tudo o que foi discutido. Parabéns pela condução Edilson Ribeiro!

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