Inteligência artificial ajudando a desvendar mistérios científicos
Olá, pessoal! Bem-vindos a mais uma edição do Cérebro Quântico! Hoje vamos explorar como a inteligência artificial está ajudando cientistas a desvendar mistérios da ciência e da história, transformando o que pensávamos ser impossível em realidade.
De textos antigos a comunicações marinhas e avanços biológicos, prepare-se para conhecer as inovações que estão redefinindo nosso entendimento do mundo.
Decifrando os pergaminhos de Herculano
No ano 79 d.C., o Monte Vesúvio devastou a cidade de Herculano, carbonizando centenas de pergaminhos antigos que, por séculos, permaneceram intocados devido à sua fragilidade. Esse desafio parecia insuperável até que a combinação de raios-X de alta resolução e algoritmos de inteligência artificial permitiu a decodificação de mais de 2.000 caracteres desses textos, revelando passagens completas de escritos gregos e latinos.
Essa conquista ganhou destaque com o Vesuvius Challenge 2023, uma competição global que reuniu equipes de cientistas e especialistas para criar algoritmos capazes de identificar tinta e decifrar trechos dos pergaminhos usando imagens tomográficas. Entre os destaques do evento, está a equipe brasileira do IFSC/USP, que se destacou ao conquistar o 2º lugar, empatada com duas equipes internacionais.
IA ajudando a decifrar proteínas
As proteínas, blocos fundamentais da vida, desempenham papéis essenciais como combater doenças e catalisar reações químicas. Mas prever como elas se dobram em formas tridimensionais – algo crucial para entender sua função – sempre foi um mistério científico.
Com o AlphaFold, uma ferramenta de IA do DeepMind, essa tarefa ficou mais rápida e precisa. Em apenas dias, o AlphaFold revelou a estrutura de duas em cada três proteínas estudadas, atingindo 90% de precisão – comparável às melhores técnicas laboratoriais. Esse avanço já está acelerando o desenvolvimento de medicamentos e foi essencial para entender o "spike" do vírus da Covid-19, base para as vacinas.
Explorando Nazca: descoberta de 303 novos geoglifos
As famosas Linhas de Nazca, no deserto peruano, são desenhos gigantes no solo que só podem ser apreciados do céu. Criadas há cerca de 2 mil anos, essas formações continuam sendo um mistério. Mas, enquanto o significado dessas linhas permanece incerto, a inteligência artificial trouxe uma nova luz para o estudo dessas obras milenares.
Em apenas seis meses, uma investigação japonesa, conduzida pelo arqueólogo Masato Sakai em parceria com a IBM Research, utilizou IA para identificar 303 novos geoglifos. Isso quase dobrou o total de figuras conhecidas, que eram 430 – um número que levou quase um século para ser descoberto usando métodos tradicionais. Entre os novos desenhos estão figuras lineares gigantes de animais selvagens, formas geométricas e até representações humanas.
Traduzindo a linguagem das baleias
As baleias cachalote utilizam cliques chamados "codas" para se comunicar, mas o significado desses sons sempre foi um mistério. Usando IA, cientistas analisaram 9.000 sequências de cliques de 60 baleias no Caribe, identificando padrões complexos, como 18 tipos de ritmo e outras estruturas semelhantes à fonética humana.
Embora ainda não saibamos o que esses sons significam, a pesquisa abriu caminho para um futuro onde possamos entender, e talvez até "conversar", com esses gigantes marinhos. Além disso, o método pode ser aplicado para decifrar a comunicação de outras espécies.
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