Inteligência Artificial - Hype, modinha ou impacto real no curto prazo?
Do ponto de vista prático, qual será o impacto do uso da Inteligência Artificial para os profissionais de marketing a para os negócios?
Com a inteligência artificial (IA) seremos capazes de criar anúncios personalizados e empoderados para analisar dados de performance que vão nos guiar para gerar resultados cada vez mais assertivos? O uso das linguagens de IA podem trazer impactos para todos os setores, e não apenas para a publicidade.
François-Xavier apontou que a tecnologia em si não é exatamente nova, mas o que muda a partir de agora, com os modelos de IA generativa, é que tornará o trabalho melhor e mais rápido. Neil Patel, QUE SOU FÃ, refutou a ideia de que a IA serve principalmente para criar conteúdo e mandou um recado dizendo que as pessoas ignoram o fato de que já é muito barato produzir conteúdo e que não é aí que está o impacto da tecnologia “nova”. Para ele, o uso mais eficaz da inteligência artificial será em data analytics. O uso correto da IA vai permitir a análise de dados em tempo real e vai reduzir a ineficácia dos anúncios de mídia paga.
Outro caso de alto impacto da IA será nos algoritmos das ferramentas de busca, o que terá consequências para as estratégias de SEO. Patel disse que o Google está desenvolvendo um projeto chamado Magi, que é uma espécie de nova versão da ferramenta de busca. Em vez de mostrar 10 resultados de sapatos, por exemplo, passará a mostrar exatamente o sapato que o usuário buscou, a mesma cor e modelo.
Ainda assim, Patel alertou que existem evidências de que a personalização não traz maior conversão ou receita após um certo limite. Disse também que a corrida das empresas para usar inteligência artificial está criando um efeito contrário: o conteúdo de diferentes marcas tende a ficar semelhante. "Hoje, de 20% a 30% do conteúdo disponível na internet é duplicado, e tende a aumentar com o uso de IA".
Para driblar essa falta de originalidade e excesso de cópias, Patel disse que as pessoas querem que as marcas sejam humanizadas e que o único jeito de se destacar é mostrando aquela coisa que faz seu conteúdo ser único, com experiência, expertise, autoridade e confiança. Isso, a inteligência artificial não será capaz de fazer.
E o que eu penso sobre tudo isso?
Se pensarmos pela lógica de ser assertivo em seu resultado de busca, os buscadores irão mostrar o produto que o cliente quer, personalizado com IA. O que muda é que, para se decidir sobre o que é relevante para o consumidor, o buscador levará em conta se aquela loja conseguiu converter o cliente. Isso passará a ser driver para o orgânico e fará com que o buscador priorize as lojas mais capacitadas em conversão.
Portanto, não bastará mais se preocupar apenas com a etapa de aquisição do lead. Melhorar o tráfego orgânico será o resultado de como todas as áreas da empresa atuam na jornada do cliente.
Ao longo de anos, como CEO da AlliN, especializada em behavioral marketing e trabalhando com grandes clientes como Sephora, Magazine Luiza, Ponto Frio, GOL, Buscapé e outros gigantes de vários setores, sempre percebi a dificuldade em estruturar os dados para utilização, como principal gargalo para os times de mídia, marketing e CRM. Portanto, antes de correr a maratona da IA, você precisará correr os primeiros 10 quilômetros de preparação: a estruturação dos dados.
Já sobre o ponto de se tornar autêntico e não uma cópia, farei uma analogia para explicar como entendo que deve ser a relação de uma marca com o seu cliente.
Pense no seu relacionamento, como você conquistou seu marido ou sua mulher?
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Descobriu o que gostava de fazer, de comer, de escutar. Entender o seu cliente fará você levar a sua paquera, que ama sertanejo, no show do Jorge e Matheus e não do Iron Maiden. Uma vez entendido, você traz o seu toque, sua autenticidade, vai até com chapéu de cowboy. Outro exemplo, se descobrir que sua paquera ama comida japonesa, é claro que você levará no melhor japonês da cidade e mais ainda, dará seu toque de autenticidade, como pedir para o dono do restaurante contar à mesa, como foi que ele veio do Japão para o Brasil após a segunda guerra mundial, tornando o momento único e especial, personalizado.
Se tudo der certo, você vai começar um namoro e um dia vai casar-se. Missão cumprida? NÃÃOO.
O casamento foi a concretização de tudo que você trabalhou para conquistar aquela pessoa.
Quando pensamos no cliente, os exemplos que eu dei se equivalem à primeira vez que um cliente comprou na sua loja.
Vamos pensar no básico: Qual é a primeira coisa que você faz depois do casamento? Larga a pessoa logo em seguida e procura outra? Ou vai para a lua de mel?
Entregue à lua de mel perfeita e você aumentará o LTV (Life Time Value) do seu cliente.
Ele será fiel a você e você não precisará levá-lo ao melhor restaurante japonês, ele aceitará que você mesmo faça a comida japonesa, na mesa da sua sala. Não se esqueça que você poderá diminuir a frequência nos restaurantes, mas nunca, nunca, a intensidade dos momentos. Serve para relacionamento de amigos, família e clientes.
Para finalizar, novas tecnologias sempre vão surgir, mas tenha em mente que elas serão sempre meio e não fim. Conectar-se com seu cliente é o coração do seu negócio e não se trata apenas de vender, mas sim de construir um relacionamento duradouro. Isso só é possível com a criação de um significado para sua audiência e cliente.
Agora passo a bola e te pergunto:
O que você achou de tudo isso? Qual sua opinião sobre Inteligência Artificial?
Manda bala nos comentários e se você gostou, compartilhe e me siga nos outros canais para ler mais insight do mundo digital.
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Advogado / membro da ANPPD / Mentor de Startups / CLO / COO
1 a👏👏👏
Digital Business Manager LATAM - PUIG Beauty & Fashion
1 aAdorei, principalmente sobre a estruturação de dados - parece simples, parece básico e nem sempre as empresas tem líderes que pensam em estruturar dados para gerar vantagem competitiva pro negócio
Product Owner
1 aHype ou modinha? Que nada! Acredito que torne-se uma necessidade em curto ou médio prazo e o impacto é real, já está ai. Recentemente refatorei uma vitrine virtual com duas coisas bem simples: 1: Exibir os produtos dinamicamente de acordo com o comportamento do usuário. 2: Não exibir mais de 3 vezes, para usuários, que não chegaram a passar o mouse ou clicaram no produto para saber mais. Veja que isso não chega nem perto do que uma AI pode fazer. Porém, aumentamos consideravelmente o CTR e as vendas dos produtos. Isso mostrou que já não basta ser aquele e-commerce tradicional que exibi os produtos de acordo com categorias, menor preço, promoção e por ai vai. E minha opinião sobre a AI! Ela está ai e é para se usar.
Director of Product and Business Unit @UOL - Leading digitalization and ecommerce in SMB`s ecossystem
1 aExcelente reflexão. A IA pode ser uma ótima ferramenta para otimizar processos e atividades em que há menor necessidade do pensamento crítico e isso é ótimo. Porém, no final do dia, sempre precisaremos da mente humana e suas complexidades para construir diferenciação, valor e propósitos que são temas que uma IA, hoje, não pode proporcionar.
Marketing | CRM | Growth
1 aOtimo! Adorei as analogias.. perfeito!