Inteligência Artificial x Soft Skills
Atualmente, uma de minhas tarefas no trabalho é automatizar rotinas para nosso produto OTT, usando a inteligência artificial para garantir que operações básicas simulando ações dos usuários em nossa plataforma estão sendo atentamente acompanhadas por um robô, cenário ideal quando há um quadro de funcionários reduzido - tendência em um momento econômico conturbado, ou até mesmo a fim de garantir que tal tarefa não esteja suscetível a falhas humanas. Entendo que tarefas repetitivas dependem de um algoritmo inteligente para uma correta tomada de decisão, pois são ações já conhecidas e mapeadas, que têm horários previamente agendados para execução e que independentemente de um cenário volátil e complexo, não deixarão de executar tais tarefas. Considero, portanto, um diferencial na comparação robô x humano.
A inteligência artificial é um conceito fundamental para milhares de empresas mundo afora, uma prática consolidada já há alguns anos. Além disso, o mercado exige rápidas adaptações para atendimento às novas exigências e é aí que entra a tecnologia, grande aliada do cenário produtivo mundial. Gigantes como Amazon, Apple, IBM, Microsoft, Facebook, entre outras, beneficiam-se da tecnologia para gerar maior valor ao negócio e aumentar o engajamento com seus usuários/clientes.
Mas, às vezes me pego pensando, qual a probabilidade e a eficácia em substituir, seja parcial ou completamente, setores com ocupação de 100% de recursos humanos, por processos RPA, IA etc?
- E se, de repente, fosse fundamental aquela negociação na área comercial?
- E um cenário de desastre em TI? Inteligênica emocional e habilidade fariam falta para um breve retorno às condições normais, certo?
- E a empatia que um funcionário de RH teria em determinadas situações em entrevistas de emprego, por exemplo? Aquela atitude altruísta que por vezes é exigida. Tem-se falado muito em processo 100% digital, mas tenho receio quanto a delegar etapas tão importantes exclusivamente a um robô.
E antes que eu esqueça, criatividade e habilidade são necessárias para programar um robô. Então, nada feito se não houver envolvimento do cérebro humano.
Uma pergunta: Você iria de carona em um carro autônomo a mais de 100km/h, confiando na inteligência artificial para respostas a possíveis imprevistos? Eu não...
Nada substitui soft skills, nem mesmo o mais "inteligente" dos robôs. O humano nunca será peça descartável.