Inteligência Emocional: A Chave para um Empreendedorismo Bem-sucedido
As emoções podem ser protagonistas em uma variedade de situações, como aquelas caracterizadas por mudanças e incertezas
Mais de 50% das empresas fecham as portas antes mesmo de completar cinco anos de atividades, indicam os dados divulgados, em 2021, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado integra a pesquisa Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo, que reuniu números até 2019.
Muito triste, porém essa é a realidade.
Mas, por que será que isso acontece? Alguns estudiosos apontam para falta de conhecimento de gestão e de finanças, outros para ausência de investimentos. Até concordo com ambas as visões, no entanto acredito que o problema é bem mais profundo que isso.
Percebi que muitos empreendedores abrem uma empresa por si mesmo porque têm um sonho, uma habilidade e o know-how para fazer com que seus negócios funcionem para eles. Todas essas são qualidades relevantes para qualquer empreendedor, mas a inteligência emocional é muitas vezes deixada de fora da equação, e durante todos esses anos empreendendo, compreendi que ter conhecimento (QI) é importante, mas possuir Inteligência Emocional (QE) é mais.
Na verdade, muitos especialistas, inclusive Daniel Goleman – autor do livro Best-seller Inteligência Emocional- argumentam que a QE é mais essencial para o sucesso dos negócios do que qualquer nível de "inteligência" que você possa ter.
“No mundo atual não basta ser inteligente, esperto e preparado. É preciso ter calma, empatia e persistir diante das frustrações para conseguir viver bem, ser feliz e vencer no mercado de trabalho”
-Daniel Goleman-
Eu costumo dizer que o Brasil é um país maravilhoso, rico e cheio de oportunidades para negócios, prova disso é ele estar entre os 10 países a ter o maior número de startups avaliadas acima de US$ 1bilhão. De acordo com os dados da consultoria CB Insights, com um total de 17 unicórnios - a lista não considera empresas de capital aberto - as startups brasileiras valem, juntas, US$ 40,08 bilhões.
No entanto, apesar desses números bastante expressivos, confesso que empreender no Brasil é, extremamente, desafiador. Não é fácil, eu não só sei disso, como “senti na pele” todas as dificuldades existentes.
Para você ter ideia, comecei minha jornada empresarial em 1986. De lá para cá eu vi a moeda brasileira mudar de nome várias vezes. Passei por 15 planos econômicos, por alta de inflação que variava, diariamente, de 70 a 80% no governo Sarney e pelo confisco das contas da era Collor - que deixou os consumidores sem dinheiro, e as empresas sem clientes.
Como você pôde ler acima, foram inúmeros os problemas que enfrentei ao longo desses 35 anos. Lembro-me de alguns episódios bem críticos que passei no governo Collor. Um deles foi ter ficado impossibilitada, mesmo tendo o dinheiro, de pagar a conta de luz da empresa no final do mês, em virtude da política econômica desse governo. Foi difícil, mas
SOBREVIVI!
E como eu consegui isso?
Sendo A-N-T-I-F-R-Á-G-I-L!
“PARA CONSEGUIR FAZER NOSSO NEGÓCIO CRESCER EM UM PAÍS DESAFIADOR, PRECISAMOS DESENVOLVER E PRATICAR A ANTIFRAGILIDADE”
-Cris Arcangeli-
Entenda que ser antifrágil está diretamente relacionado à prática da Inteligência Emocional, afinal, tudo gira em torno da maneira que você administra suas emoções - principalmente em situações inesperadas e de muita pressão. Pois, pessoas emocionalmente inteligentes são hábeis em se colocar no lugar de outras pessoas. Elas podem ver desafios de diferentes perspectivas, o que, em última análise, os ajuda a resolver problemas complexos.
E o que é ser antifrágil?
Para muitos estudiosos do assunto é ter a capacidade de evoluir diante de situações adversas. Não é sobre se manter forte ou resiliente. Ao invés de resistir e esperar a calmaria, o antifrágil vai além e evolui com os impactos.
Para mim, sendo bem simplista, ser antifrágil é dar de cara com os problemas e ao invés de se desesperar e/ou reclamar diante deles, devemos ter controle emocional para absorvê-los e digeri-los, entendendo suas causas e a partir daí, criar possíveis soluções INOVADORAS que os dissiparão.
Enfim, eu diria que SER ANTIFRÁGIL É UM DOS DEZ MANDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO.
Por que ter Inteligência Emocional é importante para o empreendedor?
“Sem Inteligência Emocional, as empresas
estão condenadas ao fracasso”
- Philippe Clarinval-
Li essa frase em uma matéria no site da Forbes proferida por um dos membros do seu conselho administrativo. No primeiro momento, fiquei bastante impactada com tamanha ousadia da citação, mas logo em seguida não só entendi como passei a concordar com ela. O que autor busca dizer é que os líderes mais bem-sucedidos e inspiradores são sempre autoconscientes.
E segundo Clarinval, os líderes precisam ser autoconscientes para entender as emoções das pessoas que lideram e dos clientes que possuem. Pois, se eles não conhecem e entendem a si mesmos, como poderão entender outras pessoas? Ou, então, como poderão gerenciar suas próprias emoções e, por extensão, as emoções dos seus colaboradores e consumidores?
Bom, entendo que quando você é autoconsciente, você se relaciona melhor. E todo negócio gira em torno de relacionamentos, e a inteligência emocional é a habilidade “necessária” para que o empreendedor possa se conectar com sua equipe e clientes – e, assim, impulsionar o sucesso da sua empresa.
Sim, mas afinal "o que é Inteligência Emocional"?
O conceito de inteligência emocional (QE) apareceu pela primeira vez em uma publicação de Michael Beldoch em 1964. No entanto, um modelo adequado de QE foi cunhado em 1990 por John Mayer e Peter Salovey, e mais tarde o termo se tornou popular, em 1995, com o livro de Daniel Goleman - "Inteligência Emocional - Por que pode importar mais do que QI".
Segundo Goleman, QE refere-se à capacidade de entender e gerenciar emoções, mas também se relaciona à capacidade de reconhecer e influenciar as emoções das pessoas ao nosso redor. Assim, o autor identificou a Inteligência Emocional como uma habilidade relevante a ser aplicada na liderança. Ele afirma que:
“Os líderes mais eficazes são todos iguais de uma maneira crucial: todos eles têm um alto grau do que veio a ser conhecido como inteligência emocional. Não é que o QI e as habilidades técnicas sejam irrelevantes. Eles importam, mas... eles são os requisitos de nível básico para cargos executivos.”
-Daniel Goleman-
De fato, as pessoas com QE superior são capazes de gerenciar melhor suas emoções, enquanto as usam para facilitar o pensamento, a compreensão e até mesmo a percepção das emoções dos outros.
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E por que ela é importante nos negócios?
Porque essa habilidade dar ao empreendedor uma vantagem extraordinária, sendo a chave para um maior sucesso. Dessa forma, o empreendedor precisa aprender a controlar, perceber e gerenciar suas emoções para influenciar relacionamentos e situações de forma positiva e construtiva nos negócios. É como disse a escritora e poetisa americana, Maya Angelou:
“As pessoas vão esquecer o que você disse, [...]esquecer o que fez, mas [...] nunca vão esquecer como você as fez se sentir”.
- Maya Angelou-
Essa frase da Maya nunca foi tão assertiva. Ela descreve bem meu sentimento para com Bill Gates – pai da Microsoft-. Neste exato momento, estou escrevendo este artigo para você no Word, hora ou outra, esse software de texto da Microsoft faz algumas correções instantâneas de palavras enquanto eu redijo. E isso é maravilhoso, pois além de facilitar a escrita, ainda economiza meu tempo. Dessa forma, sinto só gratidão à Gates por ter criado essa empresa.
Agora, imagine se Bill Gates tivesse desistido em 1970, durante o fracasso da sua primeira startup?
Provavelmente, não existiria a Microsoft, uma das empresas responsáveis pela revolução do computador pessoal no mundo, muito menos o Word. Mas, Gates insistiu, e de acordo com ele em seu documentário, na Netflix ‘O Código Bill Gates’,
“A paciência e o AUTOCONHECIMENTO são características
importantes para o sucesso.”
-Bill Gates-
E caso você não saiba, é através do autoconhecimento que se desenvolve a Inteligência Emocional.
Como o QE te torna um empreendedor bem-sucedido?
Como já vimos a Inteligência Emocional tem um papel importante para o empreendedor, impactando, diretamente, na estrutura organizativa da sua empresa, na forma como a equipe consegue lidar com as adversidades e no aumento da capacidade produtiva. Com base no trabalho de Daniel Goleman, ABAIXO estão os cinco pilares específicos pelos quais a inteligência emocional fará de você um empreendedor melhor:
1. Autoconsciência: é a capacidade de reconhecer as emoções, gatilhos emocionais, pontos fortes, fraquezas, motivações, valores e objetivos e entender como eles afetam seus pensamentos e comportamentos.
Como colocar em prática: se você está se sentindo estressado, irritado, sem inspiração no seu negócio, por exemplo, é importante reservar um tempo para verificar com você mesmo e investigar por que você pode estar se sentindo assim. Quando você é capaz de rotular a emoção e entender sua causa, você está em um lugar muito melhor para resolver o problema com as ações apropriadas, como assumir trabalhos adicionais que possam inspirá-lo ou encontrar maneiras produtivas de lidar com adversidades.
2. Autogestão: baseando-se na autoconsciência, a autogestão é a capacidade de regular suas emoções. Todos - incluindo aqueles com um alto equalizador - experimentam mau humor, impulsos e emoções negativas, como raiva e estresse, mas a autogestão é a capacidade de controlar essas emoções em vez de fazer com que elas o controlem.
Como colocar em prática: nunca tome uma decisão ou faça negócios quando estiver em situações altamente estressante ou agressivas. Prefira atrasar a resposta daquele e-mail ou telefonema ou decida descansar, dormir, em vez de agir impulsivamente. As emoções negativas e o comportamento impulsivo não apenas afetam negativamente as pessoas ao seu redor, mas também podem afetar seu bem-estar.
3. Motivação: a motivação é essencialmente o que nos move a agir. Quando enfrentamos contratempos e obstáculos, ter nossos objetivos em mente é o que nos inspira a seguir em frente.
Como colocar em prática: quando estiver desmotivado, lembre-se do seu porquê. Pois, aqueles com baixa motivação são mais propensos a serem avessos ao risco (em vez de solucionadores de problemas), ansiosos e rápidos para jogar a toalha. Sua falta de motivação também pode levá-los a expressar sentimentos negativos sobre os objetivos e deveres do projeto, o que pode afetar a moral da equipe. Já aqueles que são motivados por uma “paixão”, "realização" e trabalho de que se orgulham, por outro lado, são mais propensos a pedir feedback, monitorar seu progresso, se esforçar, e melhorar continuamente suas habilidades, conhecimentos e resultados. É fácil ver por que as pessoas com alta motivação são um trunfo para qualquer negócio de sucesso.
4. Empatia: é a capacidade de se conectar, emocionalmente, com os outros e levar em consideração seus sentimentos, preocupações e pontos de vista. É uma habilidade importante ao negociar com partes interessadas e clientes internos e externos, pois permite que um antecipe as necessidades e a reação do outro.
Como colocar em prática: Na força de trabalho de hoje, empreendedores experientes e inteligentes reúnem diversas equipes com diferentes perspectivas, assim como pontos fortes únicos que podem ser aproveitados. A empatia é uma parte fundamental para acolher e apreciar diferentes pontos de vista para resolver problemas e encontrar caminhos inovadores a seguir. Ela é essencial também para a harmonia da equipe. Perceber e responder às necessidades emocionais das pessoas com quem você trabalha contribui para uma cultura de trabalho feliz.
5. Gerenciamento de relacionamento: tem tudo a ver com habilidades interpessoais - a capacidade de liderar e construir confiança genuína, relacionamento e respeito com os colaboradores e clientes.
Como colocar em prática: Construa um time de empreendedores. Pois, esse tipo de colaborador possui excelentes habilidades de gerenciamento, de relacionamento sendo capaz de inspirar, orientar e desenvolver os demais membros de sua equipe, contribuindo muito com o desempenho e a produtividade do seu negócio.
Então, acredito que ficou claro por que a inteligência emocional é tão importante, no mundo cada vez mais diversificado em que vivemos, o QE é uma ferramenta necessária para fornecer soluções sociais e econômicas para pessoas de circunstâncias e necessidades muito diferentes.
Você pode ter uma excelente ideia, mas se você não tiver Inteligência Emocional, ela nunca dará certo tão bem quanto poderia. Da mesma forma, você pode ter uma ideia ruim e transformá-la em um negócio de bilhões quando associá-la à Inteligência Emocional.
Portanto, como empreendedor, ter Inteligência Emocional é descobrir a porta do “Secret Garden” chamado: Sucesso. Nem todos terão acesso, somente aqueles que tiverem uma mente aberta e vontade de trabalhar duro.
Você é um desses?
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Empreender liberta!!
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2 aSensacional minha amiga Cris Arcangeli obrigado por compartilhar estas dicas importantes, abraços e bom final de semana !
Diretora e Fundadora na Ornare | Comunicação Marketing
2 a💗
CEO/Founder at FreteGlobal.com and President at FreteGlobal.com LLC USA | The power of an inclusive workforce!
2 aConcordo 100%! E sigo no exercício de ser cada vez mais antifrágil e treinar nossa equipe para ter esse modelo mental também.
Educadora, Psicóloga especialista em Psicologia Escolar e Educacional, Orientadora Profissional e de Carreira, Neuroeducadora, Capacitação THS, Graduanda Ciên. da Felicidade, Coautora: Revolução da Mente-Editora Lisboa
2 aA Inteligência Emocional precisa estar matriculada na consciência das pessoas, não para darem crédito à sua existência e sim para potencializar o seu desenvolvimento.o artigo de hoje está incrível mesmo, Cris Arcangeli !!!! Vida vivida, sentida, (re)descoberta e entendida, traz autoconsciência e faz diferença sempre.