Investir em conhecimento
Encargos = responsabilidades, deveres, obrigações ou compromissos
Eu gosto de resumir este caderno a um compromisso com o investimento feito em mim e no conhecimento que adquiro sempre que aplico as fichas quase todas. Construir na nossa propriedade mais cara do mercado, a nossa mente/cérebro/massa encefálica/neurónios, pode-se concretizar numa casita bem composta. Diga-se casita, pois no nosso tão belo Portugal ainda se tem de desembolsar uns euros para este investimento, o do #conhecimento.
Mas que experiência foi essa que trouxe compromisso?
À data de hoje recebo em casa um diploma de conclusão da Pós-Graduação em Gestão Empresarial das Instituições de Saúde, da Coimbra Business School | ISCAC . Já o tinha recebido no e-mail, mas ver o papel timbrado (caro que dói!) fez arrepiar. Um arrepio a avisar de que o investimento compensa, basta assumir o encargo, largar uns euros, perder amor aos fins de semana, à vida social e durante uma gestação de 9 meses sai o filho pródigo, bem suadinho! Mas eu até arrisco a confessar aqui, que sendo profissional de saúde, este suar já são peanuts.
>o inicio
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Ingressar neste curso fez-me perceber que, enquanto profissional de saúde, estava na #saúde sem perceber o setor. Um setor volátil, sensível, difícil... Não só para quem dá o corpo às balas, mas também para quem gere. E foi por querer assumir a responsabilidade de conhecer o setor da saúde que paguei o bilhete para a viagem. Sem fazer grande publicidade ao curso, vivenciei a experiência do mundo da gestão empresarial pela primeira vez. Apesar de na Licenciatura e Mestrado assistir a unidades curriculares baseadas na organização e gestão em saúde, nada se comparou com o meter mãos à obra em contabilidade, em #economia e #políticas da saúde, em #gestão #estratégica e #operacional das organizações de saúde. E isto tudo na visão de administradores hospitalares, gestores, contabilistas, economistas, auditores, advogados, etc...
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>o meio
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Já especialista na carreira de TSDT, na área da #Radioterapia, o confronto com uma realidade fora das #ciências da saúde, a aprendizagem da #cultura #gestionária da saúde, só me fez perceber o quão mal estamos em termos estruturais. A base foi bem pensada, cumprir com um #modelo universal de saúde para todos, mas investir na #reforma da saúde, há tanto tempo aguardada, parece ainda uma #utopia. As instituições "gritam" por ajuda, por #mudança, mas rápida. Agora que a pandemia está a ir, não nos podemos esconder em mais lado nenhum. Há que lutar por condições dignas de melhores modelos de gestão, de concretizações não hipotéticas, mas reais.
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Temo que haja uma latência, um medo de mudar, de arriscar. Somos um povo fixo, não propenso a mutações.
Também a temática do momento, a transformação #digital foi abordada, dando-nos a conhecer as primazias daqueles que ousaram arriscar para inovar, nos primeiros hospitais do Serviço Nacional de Saúde que tinham um modelo de gestão próprio, recorrendo a métodos e planeamentos utilizados no setor privado.
Neste momento, falar em saúde é falar em #valor, é falar em #digital e com o digital é falar em #ética e em tudo o que o uso dos dados, que correm por entre redes intra-hospitalares, pode acarretar. Uma interligação confusa, mas que nesta #economia 4.0, da quarta revolução industrial, o presente demonstra o quanto um profissional de saúde tem de estar a par do que está a acontecer. Somos profissionais que estudamos para o resto da vida, isto se quisermos saúde de excelência, de #qualidade. Isto se centrarmos o utente/doente e adaptarmos a #estrutura.
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>o fim
Ter um plano estratégico sem o tornarmos operacional, de nada nos vai valer. Se não se contratar/indicar/nomear quadros intermédios com cultura de #liderança visceral, ao ponto de levar a banda da música a tocar em uníssono, não há equipas, não há retenção de talento e a banda deixa de tocar. Tudo isto é metafórico sem o ser. Basta ler o que #líderes (não chefes) de equipas conseguem fazer com os seus profissionais e o valor que dão à saúde (dos utentes e dos próprios profissionais), à instituição, ao utente/doente e tudo fica muito claro.
Nada do que escrevo é novidade para quem está atento. Considero simples ler todas as considerações, todos os estudos realizados para reformar a saúde. Vejo é uma falta de vontade que se entranhou. Não falo só da tutela, falo de cada um de nós que está dentro do setor da saúde, que trabalha para a saúde, para a #humanização. O #conformismo fica a metade do caminho para o fim. Mas ainda há uma #esperança portuguesa típica, aquela que vai ao segundo tempo até aos minutos finais e, por isso, por #acreditar, é que ainda invisto em #conhecimento.
"Caderno de Encargos" by Cláudia Lopes Coelho
Físico Médico
2 aParabéns. Claudia
Assistant Professor, PhD
2 aMuitos parabéns!!!!
Designer DIGITAL | UX and UI Designer | Observadora de AI
2 aParabéns pela Pós-graduação e pelo artigo. Gostei muito de o ler. Espero que venham mais no futuro 👏