Invista nas Pessoas
Li na revista Exame uma resposta de Vicente Falconi, na coluna Gestão à vista, em que ele dizia: “(…) Minha conclusão é que precisamos olhar mais para o ser humano como fator decisivo. Muitas empresas orgulham-se de dar importância ao ser humano, mas na verdade focam apenas nas lideranças. Precisamos incluir o pessoal administrativo e de produção. (…)”.
Ele comenta sobre um projeto de cinco anos de melhoria de produtividade, do qual participou, em que atuaram nos cinco grupos de necessidades básicas do ser humano proposto pelo psicólogo americano Abraham Maslow.
Das cinco necessidades básicas propostas por Maslow, duas estão relacionadas às relações. Uma delas é a necessidade afetiva/social ou seja a necessidade de respeito, aceitação e interação com colegas, superiores e clientes. A outra é a necessidade de autoestima que envolve a necessidade de ser gostado, de reconhecimento, de ser responsável por resultados.
Depois de ter as necessidades básicas de alimento, moradia e segurança satisfeitas o que o ser humano quer, e precisa, é estabelecer relações saudáveis e recompensadoras.
No ambiente de trabalho pela diversidade de valores, crenças, criação e objetivos isso nem sempre é simples de ser conseguido. A frustração na realização dessa necessidade tem consequências diretas, negativas, não só na vida do colaborador, como no clima e na produtividade da empresa.
Nenhuma novidade até aqui. A maioria das empresas e dos gestores têm conhecimento disso. No entanto, o que se vê na prática, são investimentos pontuais em dinâmicas de integração e confraternizações e só. Isso traz um resultado imediato que rapidamente se dissipa com o retorno à rotina.
O ideal é investir em projetos de médio em longo prazo, pensados e construídos para atender as necessidades da organização. Trabalhar os diversos níveis hierárquicos, com os temas de cada grupo, melhorando as relações em cada setor até chegar a um momento compartilhado entre todos.
Como psicóloga e psicomotricista relacional proponho um trabalho que une a prática vivencial da psicomotricidade relacional, a reflexão aprofundada mediada por recursos da psicologia e a articulação dos conteúdos com a realidade cotidiana da empresa.
As organizações são feitas por pessoas. Elas são a maior riqueza, mas também podem ser a fonte das maiores dificuldades. Conhecimento e tecnologia, no mundo globalizado em que vivemos, estão disponíveis para todos. O diferencial determinante que vai levar uma empresa a se destacar e se manter competitiva sempre, principalmente em tempos de crise, é o capital humano. Invista nas pessoas.