IoT. Os negócios explosivos das coisas inteligentes
A ColôLâmpadas com ligação wi--fi, campainhas inteligentes, máquinas de café conectadas, assistentes virtuais capazes de controlar tudo com comandos de voz, semáforos adaptativos, sistemas de bordo ligados ao termóstato caseiro: a Internet das Coisas (IoT) já contabiliza uma base instalada de 20,35 mil milhões de dispositivos, de acordo com dados da Statista para 2017.
O mercado está a atingir um ponto crítico de massificação e as previsões são de um crescimento explosivo nos próximos anos, tanto ao nível de dispositivos como de receitas geradas. O novo relatório da consultora Research and Markets prevê que o mercado da IoT cresça de 137,22 mil milhões de euros em 2017 para 451,35 mil milhões em 2025, um ritmo anual de 26,9%.
A pesquisa refere a importância dos avanços em técnicas de analítica e processamento de dados, que são essenciais para extrair padrões dos volumes de dados recolhidos da comunicação entre aparelhos.
Não apenas dispositivos domésticos, que ajudam o consumidor a controlar a casa, mas especialmente sensores e aparelhos aplicados à indústria, manufatura, cidades inteligentes, carros autónomos e várias outras áreas.
Por exemplo, sensores colocados nos parques de estacionamento para introduzir melhorias no planeamento ou preços diferenciados; aparelhos que medem o ruído em certas zonas da cidade, em tempo real; semáforos inteligentes que se adaptam ao trânsito e às condições meteorológicas; sensores colocados no cimento das pontes para monitorizar a sua evolução ao longo do tempo.
Os números da consultora aproximam-se daqueles que foram revelados pela GrowthEnabler & Marketsand Markets, cuja expectativa é de que o crescimento anual do mercado seja de 28,5% para atingir 367,6 mil milhões de euros em 2020.
Cidades inteligentes
Um dos principais focos de fabricantes e governos locais é a melhoria dos espaços urbanos com recurso a máquinas que comunicam entre si. No final de 2017, as receitas geradas por tecnologias IoT viradas para cidades inteligentes atingiram 20,2 mil milhões de euros, de acordo com os dados da ABI Research. A consultora prevê que as doze principais tecnologias para smart cities atinjam 50 mil milhões de euros em 2026, a um ritmo de crescimento anual em torno dos 11%.
O relatório identifica os contadores inteligentes e a videovigilância como os segmentos com maiores oportunidades de receitas. No entanto, as áreas que estão a crescer mais rapidamente são as estações de carregamento de veículos elétricos e a iluminação pública inteligente.
Em termos de categorias de receitas, quanto mais acima na cadeia de valor, maior a recompensa: por exemplo, aplicações e serviços, analítica e inteligência artificial, e um grande foco na segurança.
Curiosamente, a pesquisa avisa para o decréscimo de atratividade de outras áreas, pelo menos no que toca à geração de receitas: são elas a conectividade, sensores, gestão de dispositivos e serviços profissionais. O motivo é este: há cada vez mais comoditização e padronização em plataformas.
“O interesse e o foco nas cidades inteligentes disparou em 2017, com um grande número de fabricantes de toda a cadeia de valor a reposicionar-se e a otimizar os seus portfólios IoT, para captarem as vantagens desta oportunidade”, explica o vice-presidente da ABI Research Dominique Bonte. “Pela sua natureza de agregar uma grande variedade de soluções e tecnologias, o segmento de cidades inteligentes oferece o ambiente perfeito para o fornecimento de plataformas IoT horizontais e endereça uma tendência recente para abordagens mais holísticas e transversais”, acrescenta.
Entre as principais plataformas para smart cities estão a SAP Leonardo, Cisco Kinetic for Cities, IBM Watson IoT, Microsoft CityNext, Siemens MindSphere, AWS IoT, Huawei OceanConnect, Nokia Impact, além da Chordant da InterDigital, NetSense da Verizon e ThingWorx da PTC.
O controlo da casa
A visão é montar um ecossistema doméstico em que todos os eletrodomésticos e outros aparelhos têm inteligência, estão ligados à net e comunicam entre si.
Do ponto de vista do consumidor, a interação é feita sobretudo através de voz e recorrendo a um dos assistentes virtuais que estão a lutar para dominar em casa: Alexa da Amazon, Assistant da Google, Siri da Apple (que lança o altifalante inteligente HomePod a 9 de fevereiro) e também, a um nível mais micro, a Bixby da Samsung.
A fabricante sul-coreana é uma das que está na linha da frente a dotar os seus eletrodomésticos de inteligência, desde as televisões aos frigoríficos, e vai lançar em breve uma aplicação SmartThings unificada que permite controlar todos estes aparelhos.
Já a LG lançou a nova marca de eletrodomésticos com inteligência artificial, ThinQ, e concebeu um pequeno robô doméstico, CLOi, para assistir o consumidor na utilização dos aparelhos conectados.
Fonte: https://www.dinheirovivo.pt/iniciativas/iot-os-negocios-explosivos-das-coisas-inteligentes/sthash.1faJEjCI.gbpl