It's time to decide

It's time to decide

Aproveitei o início do ano para resgatar um livro lido em 2019, "Blink - a decisão num piscar de olhos”, do Malcolm Gladwell. Raramente resgato livros antigos, mas me surpreendeu positivamente que os insights depois de mais de 4 anos tenham sido diferentes, o que me pareceu ser um bom sinal de amadurecimento.  

Nesse momento eu já me conheço o suficiente para saber que tomar decisões é sempre um processo complexo para mim e até pouco tempo atrás olhava para isso puramente como uma fraqueza. Afinal, as pessoas precisam tomar decisões rápidas nos negócios. Quem nunca fez um teste de um processo seletivo e ficou pensando em como seria avaliado se respondesse que tem dificuldades para tomar uma decisão rápida e sob pressão?

 Felizmente também ao longo do tempo, eu fui descobrindo que existia uma parte boa em entender esse processo como complexo. Afinal, não pode ser tão ruim assim querer entender melhor o contexto e as possibilidades antes de tomar uma decisão.

Fiquei refletindo então sobre como o processo de tomada de decisão tem sido diferente e exigido abordagens distintas ao longo dos papéis que ocupei.

 Quando penso no meu papel como engenheira de processos, por exemplo, minha motivação era buscar uma conexão entre problema e causa, antes de propor uma ação na esperança que desse certo. Isso me ajudou a evitar o dispêndio de recursos em soluções ineficientes e me concentrar naquilo que realmente resolveu o problema; Por outro lado, será que todas as variáveis daquela análise de regressão realmente eram relevantes para estabelecer o  comportamento do processo? Eu poderia ter agido mais rápido se eu me concentrasse em um R² de 0,8 ao invés de 0,9?

Seguindo, quando facilito uma avaliação de risco de um processo de gerenciamento de mudanças, eu estou ali para ser o mais detalhista possível. Eu fico no "what-if" repetidas vezes para mapear tudo o que pode dar errado antes de tomar uma decisão.

Mas meu maior desafio certamente veio quando me tornei supervisora de Projetos. Houve em especial uma frase que me foi dita e que me marcou muito: "Não tomar uma decisão também é tomar uma decisão”. Foi neste papel que aprendi, na prática, que tomar decisões não pode ser 8/80. Não há como tomar uma decisão sem ter um embasamento, sem conhecer as consequências das escolhas e o quanto ela é reversível ou não! Mas o timing da decisão é quase tão relevante quanto a própria decisão. Tempo em Projetos realmente é dinheiro (ou muito mais do que isso). Há decisões difíceis que a gente tende a querer pensar melhor sobre, mas que requerem a disciplina de ter um prazo fatal para ter um desfecho.

E talvez dessa vez, reler "Blink" tenha complementado exatamente essa questão. Como Malcolm recheia de exemplos neste livro, a experiência vai nos levando a tomar decisões de forma intuitiva e o excesso de informações para uma tomada de decisões nem sempre nos leva à melhor decisão. Nosso inconsciente está aqui para nos ajudar trazendo o sentimento de “pressentimento” para algo que vem de um dejavu que ele sabe que ocorreu mas que a gente não vai conseguir explicar.

Exemplo de como é mais fácil "sentir" do que explicar um pressentimento.


No fim, tenho aprendido que nossa capacidade de tomar boas decisões é diretamente proporcional à quantidade de vezes que praticamos isso, com ou sem medo de errar!


Grazi, obrigada por compartilhar. Este é um ponto delicado para mim, ainda mais quando minha mente já me leva às consequências após a decisão tomada ou até mesmo pela incerteza delas. Vou colocar na minha lista.

Luiza Rosa Dutra de Souza

Supervisora Meio Ambiente | Licenciamento Ambiental | ESG | Gestão Ambiental | Auditoria | ISO 14001 | Gestão de Projetos | EHS

11 m

Concordo com vc, Grazi. Também sinto que quanto mais passamos por experiências e, consequentemente, decisões acertadas ou não, nos sentimos mais preparados para decidir, ainda que sempre sejam desafiadoras!

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