Jardim Inglês
Nei Van Soria, nascido em Porto Alegre em 5 de outubro de 1968, é um cantor, guitarrista e compositor brasileiro de rock and roll. Ex-integrante de duas das principais bandas do rock gaúcho, TNT e Os Cascavelletes, iniciou sua carreira solo em 1992. Seu maior sucesso solo, a música “Jardim Inglês”, integra seu segundo álbum, que leva o mesmo nome e foi lançado em 1998.
A música “Jardim Inglês”, é uma bela metáfora sobre a permanência em um lugar familiar e confortável, enquanto o tempo e as pessoas ao redor seguem em movimento. A letra trás a imagem de um jardim tranquilo e convidativo, que simboliza tanto a segurança quanto os limites que nossa zona de conforto podem impor. Em uma perspectiva mais ampla, a música questiona se estamos vivendo de forma ativa ou apenas observando, sem realmente nos conectar com o que está além do que conhecemos.
A zona de conforto
A música começa com “Estou sentado num jardim inglês / Esperando pelo jantar” e destaca a postura passiva de quem apenas espera que as coisas aconteçam ao seu redor, sem se levantar ou interagir diretamente com o que o mundo oferece.
No ambiente de trabalho, a “zona de conforto” pode ser um lugar onde permanecemos devido à segurança e familiaridade, mas que também pode limitar o crescimento e a descoberta de novas habilidades e perspectivas. A música convida a refletir se, em algum momento, essa segurança se torna uma prisão, onde o “jardim” nos impede de buscar algo mais significativo.
O fluxo do tempo
“Enquanto o mundo segue a girar / Enquanto alguns choram ao partir / E alguns outros ao chegar” nos lembra que o tempo e os acontecimentos não param.
Em um cenário profissional, ver as mudanças acontecerem ao redor e apenas “assistir” pode ser um sinal de estagnação. A ideia de que pessoas vêm e vão, enquanto você permanece no jardim, aponta para o risco de não evoluir e, em vez disso, permanecer preso a um ritmo pessoal enquanto o mundo lá fora exige movimento e adaptação.
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A comodidade
“Pode ser que eu não saia daqui / Nunca mais!” é um grito que fala sobre a comodidade de um ambiente familiar, mas também sobre a possibilidade de que isso impeça novas experiências e aprendizados.
Na carreira, não sair do “jardim inglês” representa o custo da inércia: perder oportunidades de crescimento, de desenvolver novas habilidades e de contribuir de maneiras diferentes. Essa permanência também pode nos privar de desafios necessários para o autoconhecimento e para a realização de nosso potencial pleno.
O valor das pequenas coisas
No entanto, a música também apresenta o valor de momentos de paz e reflexão. “Por que eu deveria sair / Deste lindo jardim? / Se as flores mais bonitas / Crescem aqui!” sugere que há beleza e significado em encontrar contentamento onde estamos.
Em um mundo de constante busca e comparação, aprender a valorizar o presente e encontrar beleza nas coisas pequenas é uma habilidade rara e importante. No contexto profissional, isso se traduz em reconhecer os aspectos gratificantes e as realizações que cada fase da carreira nos oferece.
Conclusão
“Jardim Inglês” nos leva a refletir sobre o equilíbrio entre a valorização da zona de conforto e a disposição para buscar crescimento fora dela. O jardim é belo, mas será que ele representa o nosso destino final, ou apenas um local temporário para restaurar as forças antes de seguirmos para novas paisagens? No ambiente de trabalho, assim como na vida, às vezes é preciso sair desse jardim para explorar novas habilidades, abraçar desafios e construir algo novo.
Aplicação prática:
Assim, “Jardim Inglês” nos ensina que há um momento certo para a pausa e o descanso, mas também para ousar e explorar além dos limites. Ter clareza de quando cada um desses momentos deve ser vivido é um passo importante para construir uma vida e uma carreira que combinem conforto e crescimento.