A jornada para a Única coisa

A jornada para a Única coisa

Em todos os programas de desenvolvimento de lideranças em que tive a oportunidade de operacionalizar, pude constatar que as maiores dificuldades das pessoas é descobrir qual o seu grande objetivo, qual sua verdadeira intenção, qual o seu maior desejo fonte de satisfação. E também como “chegar lá”.

Uso os termos grande objetivo, verdadeira intenção ou maior desejo fonte de satisfação porque vejo a palavra “propósito” banalizada. Ainda, essa palavra se tornou fonte de angústia e preocupação por aqueles que não conseguem definir o seu “propósito” em uma única frase ou sentença. Aparentemente, precisaríamos ter quase um “slogan” de vida.

A RH EDC Group realizou uma pesquisa, também publicada na  Forbes,  sobre o tema propósito e identificou que 91% dos participantes respondentes mudaram seu propósito de vida durante e pós pandemia. 

Os propósitos mudam no decorrer da vida, junto com todas as mudanças que nós, seres humanos, nos permitimos usufruir na jornada.

Ainda, um estudo da McKinsey revelou que mais de 50% dos brasileiros estão infelizes com suas carreiras atuais e ao que tudo indica, o motivo é que suas escolhas profissionais foram guiadas por fatores externos, como necessidades financeiras e expectativas sociais, ao invés de interesses pessoais e aptidões.

E para trilhar o caminho, é preciso silenciar, parar e pensar no que se quer de fato: i. Como se imagina no futuro; ii. com o que trabalhar; iii. qual a rotina que se quer construir; iv. quais as habilidades e competências tem; v. quais as dificuldades que precisarão ser trabalhadas.

Um exercício legal é refletir e definir como se imagina daqui a 10 anos. Pode parecer clichê, mas é um exercício que traz muita clareza.

Por essa dificuldade em que grande maioria das pessoas se encontram, de definir sua trajetória, é que considero uma ótima leitura o livro A única coisa.

Garry Keller e Jay Papasan disseram em seu livro, “A única coisa”, que o sucesso extraordinário é sequencial e não simultâneo. Você faz a coisa certa, depois faz a próxima coisa certa. Com o tempo, elas se somam e o potencial geométrico do sucesso é deflagrado. Praticamente um efeito dominó.

O sucesso é construído sequencialmente, um passo por vez. A chave está no tempo.

E aqui, sucesso colocado como resultado positivo para algum objetivo almejado.

Eu gosto desse conceito. De forma bem simplista, é colocando um tijolinho por vez, o tijolinho certo, que chegamos no tão almejado objetivo.

Precisa de consistência. Resiliência. Revisitar, reavaliar o planejado e manter no radar a melhoria contínua do processo.

Mas e quando tudo parece urgente e importante? Quando tudo parece igual?

Somos bombardeados por mais informações e escolhas num dia do que nossos ancestrais recebiam durante toda a vida. Estamos ativos e ocupados.

Atarefados demais, ocupados demais, compromissados demais.

Por isso é preciso refletir e definir as prioridades. Selecionar o tijolinho certo. Lembremos do Pareto: 20% de esforço é responsável por 80% de resultado.

E quando o sonho parece distante demais?

Segundo pesquisas, quanto mais distante no tempo se encontra uma recompensa futura, menor é a motivação imediata para consegui-la.

Então, chegamos na ideia de desmembrar um grande objetivo em passos menores.

Assim como Gary e Jay, devemos pensar na sua única coisa em períodos:

Qual é a única coisa que quero fazer algum dia?

Com base no objetivo para algum dia, qual é a única coisa que posso fazer nos próximos 5 anos?

Com base no objetivo de 5 anos, qual a única coisa que posso fazer este ano?

Com base no objetivo de deste ano, qual é a única coisa que posso fazer esse mês?

Com base no objetivo mensal, qual a única coisa que posso fazer essa semana?

Com base no objetivo semanal, qual é a única coisa que posso fazer hoje?

Com base no objetivo hoje, qual a única coisa que posso fazer agora?

Se pergunte: qual é a única coisa que posso fazer de modo que, ao fazê-la, o restante se torne mais fácil ou desnecessário?

É um ditado já antigo que uma jornada de mil quilômetros tem de começar com um único passo.

E como concordam Mark Twain e Carnegie, o segredo de começar é quebrar tarefas esmagadoramente complexas, transformando-as em pequenas ações a serem realizadas.

E em meio a tantas alternativas, como manter a produtividade?

Produtividade tem a ver com prioridades, planejamento e proteger o seu tempo com o que mais importa. Ter foco.

O foco resume-se mais a decidir quais coisas você não vai fazer.

Você pode ter muitas prioridades, mas procure bem no fundo e descobrirá que sempre existe algo que importa mais, sua ÚNICA coisa.

Segundo um estudo da Universidade Dominicana da Califórnia conduzido pela Dra Gail Matthews, definir objetivos e metas aumenta em 42% a probabilidade de “chegar la” com sucesso.

Definir o planejamento a médio e longo prazo e manter os objetivos visualmente ao alcance é ainda mais promissor.

Existem ferramentas legais para apoiar esse processo e com versão gratuita:

Para fazer mapa mental e visual do processo: Miro; Para se organizar e planejar, tornando os passos mensuráveis e escaláveis: Monday e Trello;

Escreva seus objetivos e mantenha eles em mente. Releia, reveja, relembre frequentemente para evitar sair da rota.

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