Joseph Campbell e o "Herói de Mil Faces" Christopher Volgler e a "Jornada do Escritor"
Joseph Campbell ao estudar, durante anos, a mitologia de todos os cantos do mundo teorizou sobre o Monomito em seu livro o "Herói de Mil Faces". Campbell identificou que o herói mitológico, em toda e qualquer cultura, passa por uma um jornada similar seguindo um ciclo que representa a transformação simbólica da psiquê e do inconsciente coletivo, "encarnando os dramas do contexto de cada cultura". Por essa jornada ele se liberta de seu ego, se transformando no herói da cultura, morre como homem pessoa para renascer como herói coletivo.
"A Jornada do Herói" como é popularmente conhecida, em geral se relaciona, como no video, com a proposta do Christopher Vogler que adaptou a teoria de Campbell em um guia de possibilidade de estruturar narrativas heróicas, sejam de livros, filmes, peças, ou qualquer outra forma de contar história. Evidentemente esse modelo não é o único, mas pelo fato de dialogar diretamente com o conteúdo mitológico ancestral, acaba por permitir uma assimilação mais ampla da história contada, e por isso se tornou tão utilizada no cinema e na literatura. Também, pelo fato de fazer parte do inconsciente coletivo, esse modelo acaba sendo identificado em muitas obras que são muito anteriores ao livro de Vogler "A Jornada do Escritor".
É importante esclarecer que Campbell não pretendia cria um guia para escrita ou construção narrativas, nem criar regras rígidas para a compreensão das mesmas. Suas constatações sobre as história dos heróis mitológicos seguem um contexto e abordagem que parte dos princípios jungiano de arquétipos e inconsciente coletivo e das 4 funções primordiais do mito segundo a visão do mitólogo: Função Cosmológica que da conta de explicar a criação do universo conhecido; Função Mística que transcende a explicação da própria existência; Função Sociológica para organizar criando uma ordem social e cultural dentro de um contexto coletivo; Função Pedagógica em que o mito serve como um guia para compreensão da própria existência individual.
Sendo assim é importante compreender que a abordagem mitológica de Campbell sobre o Monomito e a Jornada Mitológica do Herói, não é e nunca pretendeu ser um manual de escrita. Campbell falava de um campo mais sutil dos arquétipos e da psique humana.