Jovem, licenciado, à procura de emprego durante uma pandemia? Descobre como em 5 passos!
2020 está a ser um ano difícil para todos mas, para mim, tem sido, provavelmente, o ano mais afortunado a nível profissional, desde que me licenciei em finais de 2018.
Há uns meses atrás, fui chamada de imatura e louca, por alguns, quando, em plena pandemia, me despedi do meu primeiro emprego a full-time. Uns meses depois, consegui ser aceite para uma outra posição numa outra empresa.
Mas, Mariana, como é que fazes isso, em plena pandemia? Como é que um jovem, recém licenciado ou não, tem esperança no mercado de trabalho, no contexto atual?
Tenho conversado com várias pessoas e assistido ao medo, desorientação e falta de esperança de muita gente da minha geração relativamente ao seu caminho profissional. Não sou nenhuma expert, mas decidi deixar uma ajuda que pode chegar a alguém e, quem sabe, ajudar.
- Saber o que não queremos. Vamos ser honestos: quantos de nós terminaram a licenciatura a saber exatamente aquilo que queriam fazer a seguir? Exato... Mais do que saber o que quero, sempre foi importante para mim saber aquilo que eu não queria. E eu sempre fui muuuuito seletiva. Mas, acima de tudo, é importante entender que manter a mente aberta em relação ao que pode ser para nós ou não, nos vai abrir mais portas do que limitar as nossas opções.
- Arriscar. Primeiro emprego, entrada no mercado de trabalho, sonhos e objetivos... Algum dia alguém te disse que o teu primeiro emprego poderá não ser o emprego dos teus sonhos? Lamento ser eu a dar-te esta notícia, mas há uma grande possibilidade que não o seja. E está tudo bem! Somos novos, temos anos de carreira pela frente. Se te faz sentido, arrisca! Se podes adquirir conhecimento importante para ti, crescer enquanto profissional e indivíduo e é uma opção viável, arrisca. Why not?!
- Procurar, procurar e procurar! Os sites típicos de procura de emprego deixaram, há muito, de ser uma ferramenta útil para mim. Passei, depois, para o LinkedIn, através de pesquisa orientada para vários cargos para os quais potencialmente teria perfil mas mantendo sempre uma linha em aberto. Quando o LinkedIn deixou de funcionar, comecei a arriscar. Foi quando comecei a procurar autonomamente empresas que me despertavam o interesse, a procurar nos sites das mesmas e a enviar emails espontâneos que recebi uma resposta positiva. Muitas vezes, os nomes pomposos das posições vão enganar-nos, tanto pela positiva como pela negativa. Para poupar tempo, tornem a vossa pesquisa inteligente. Vão "diretos à fonte", sejam proativos, mostrem-se interessados e nunca parem de procurar e tentar. O pior que podem receber é um "não, não temos vagas em aberto para a tua candidatura." Ok, next!
- Networking. As pessoas que conhecem e que já trabalham podem, sim, ajudar-vos. Não tenham medo de pedir opiniões, seja sobre empresas onde gostavam de trabalhar, áreas que acreditam ser do vosso interesse mas nas quais não têm qualquer experiência prática, cargos que fogem completamente à vossa licenciatura... A nossa rede de contactos pode, muitas vezes, ajudar mais do que pensamos - e não há mal nenhum em aproveitar essa ajuda. Nem sequer precisamos de ir diretos aos CEOs. Lembram-se daquele colega de faculdade que está numa empresa do vosso interesse? Ele pode ser uma ajuda. Há um mundo de possibilidades que não conhecemos - a vida não é a preto e branco e o mercado de trabalho também não. Muitas pessoas podem ter conhecimento que nos seja útil, mesmo que o seu header no LinkedIn não pareça importante.
- Não! Esta será, possivelmente, a palavra mais ouvida neste processo. Isto, quando, por sorte do destino, calharam de responder ao nosso email, à nossa candidatura... Muitas vezes vão ser ignorados e ficar sem resposta. Vão receber um não sem qualquer justificação. Mas isto também significa algo: não, tu não és inútil. Não, isto não significa que nunca vais encontrar emprego. Isto significa que talvez esteja na hora de mudar a tua técnica, orientar novamente a tua procura para algo diferente, repensar as tuas opções, redefinir os teus objetivos ou continuar a insistir.
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E por fim... És jovem, recém licenciado, talvez a ponderar um mestrado, a querer adquirir experiência no mercado de trabalho... Acima de tudo, lembra-te de algo: tudo o que fazes vai construir o teu futuro e adicionar - ou subtrair - o teu propósito. Nunca trabalhes nem tornes o propósito de uma organização ou empresa o teu propósito pessoal - são dois propósitos diferentes e que não devem ser um só.
Trabalha, procura, estuda - sempre orientado para aquilo que acreditas ser o teu propósito. A partir daí, será mais fácil identificares oportunidades e verás que, de todas elas, poderás retirar algo útil para ti e estarás a construir o teu caminho.
2020 veio alterar o paradigma do mercado de trabalho, mas se há geração que acredito ser capaz de se adaptar a qualquer momento, é a nossa. Não desistas!
2020 ensinou-me, também, algo que a Mariana de 2018 jamais admitiria ou aceitaria: nem sempre temos as certezas de tudo o que vai acontecer na nossa vida - e está tudo bem. Arrisquemos?
Imagem retirada do Google.
Technical Licences & Permits PT Manager na EDP Comercial
4 aParabéns pelo artigo Mariana Oliveira!
🩺 🚀 Healthcare Marketing Expert | Digital Marketing Manager @ PHORMULA GROUP
4 aDemasiado bom. Um grande “banho de realidade”. Queremos mais artigos! 👍
Marketing Community Manager at AllChiefs & Music Business Student at the SAE Institute Amsterdam
4 aParabéns pelo artigo, é exatamente isto!
Digital Communication Manager at IBERDROLA | MSc Strategic Communication
4 aMariana, é muito isto mesmo.
Learning Experience Designer | Corporate Solutions
4 aÉ sempre um gosto ler as tuas reflexões tão pertinentes e autênticas acerca do teu percurso, e o quanto as mesmas podem ajudar outros a refletir acerca de si próprios e daquilo que devem ser os seus caminhos pessoais enquanto jovens no mercado de trabalho. Muitos parabéns pela partilha, espero pelas próximas!