Juros parados, futuros agitados, não tem mais desculpa pra essa taxa não cair, the new billionaire’s party e nas Bets só quem perde é você
Olá, investidor(a)!
Tudo bem?
Aqui está, saindo quentinha do forno, mais uma edição da TradeLetter, a mais divertida newsletter de notícias do mercado financeiro.
Nesta edição, vamos olhar em retrospecto para tudo que de mais interessante aconteceu na última semana. Bora lá?
E os troféus de maiores altas e maiores baixas do ano vão para...
🥇 EMBR3 = +105,58%
🥈 BRFS3 = +82,40%
🥉 MRFG3 = +50,10%
👎 COGN3 = -59,03%
👎👎 YDUQ3 = -53,19%
👎👎👎 AZUL4 = -52,53%
Principais índices
IBOV = +1,06%
IDIV =+4,50%
IFIX = +2,33%
Dow Jones = + 9,25%
S&P-500 = +18,13%
Nasdaq = +19,10%
Dólar Ptax = +14,15%
*Dados do ano até o fechamento de 23/08/2024.
Agora, sem mais delongas, vamos ao que interessa!
Os juros pararam no presente, mas no futuro não
Ao longo do primeiro semestre, período marcado pela desaceleração e, por fim, estagnação da cruzada pela queda dos juros, houve um aumento de 24% na negociação de derivativos de juros.
Mas calma lá! Derivativos de juros? Isso mesmo. Derivativos são ativos cuja valoração está diretamente ligada a outro ativo no mercado, como comodities e, no nosso caso, os juros.
Dados da B3 mostram que foram negociados, em média, 6,126 milhões de contratos na modalidade derivativos de juros por dia.
Dentro desse gigantesco número, o aumento mais substancial foi na negociação de EDS (Exchange Defined Strategies), com um avanço de 183%, passando de 79 mil para 225 mil contratos negociados por dia. Esse derivativo, lançado em 2022, consiste basicamente numa combinação de dois vencimentos de um contrato, tornando-se ideal para quem quer negociar estratégias na curva de juros brasileira.
Outro derivativo que se destacou foi o Futuro de DI, com negociações crescendo 15% na média diária do primeiro semestre. Em termos numéricos, a alta de negociações diárias subiu de 3,3 milhões de contratos para 3,8 milhões.
Em seguida vieram operações com Opções de Copom, com alta de 66%; Opções de IDI, com alta de aproximadamente 35%; e, por fim, o Futuro de Cupom IPCA (DAP), com aumento aproximado de 27%.
Ah, como é fascinante o mercado! Ganha-se (e perde-se) dinheiro com tudo. E você aí de braços cruzados, achando que não há nada pra fazer enquanto a Selic está parada...
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Por falar em perder...
A epidemia das Bets e das criptomoedas vêm se tornando um ralo de dinheiro para fora do país nos últimos anos, isso porque a grande maioria das Exchanges e plataformas de jogos funciona no exterior. Assim, ao fazer uma aposta ou comprar uma cripto, o usuário acaba por mandar dólares para fora do país.
No que diz respeito às criptos, isso já pode ser considerado notícia velha. Os gastos de brasileiros com as criptomoedas entre 2018 e 2023 chegam à cifra de US$ 39,6 bilhões, segundo dados do BC — um crescimento de nada menos que 11 vezes nesse período de cinco anos.
Mas quando falamos das Bets... o buraco é ainda mais fundo. Primeiro que não existem dados oficiais. Apesar disso, aqueles que se dedicam na missão de estimar uma cifra para esse mercado apresentam uma conclusão assombrosa: o crescente volume financeiro já pode chegar a mais de uma centena de bilhões de reais por ano.
O Itaú Unibanco, por exemplo, projeta um gasto bruto por brasileiros, na casa dos R$ 68,2 bilhões — só em 2023. Em outro estudo, o Santander estima valores entre R$ 100 e R$ 150 bilhões por ano. E esses números assombrosos só tendem a crescer.
O problema é tão sério que o diretor do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse suspeitar que parte do aumento da renda da população pode “estar vazando para esse tipo de atividade”.
E o pior de tudo é que essa galera só perde, macho...
Estudos afirmam que brasileiros perdem cerca de R$ 23,9 bilhões com apostas, o que representa 0,2% do PIB.
Isso sem falar no grande irmão, cujos esforços já se dirigem avidamente para uma iniciativa de regulação do universo das apostas online. Aí, sim! A galera vai perder e ainda pagar imposto...
Pra esse tipo de coisa eu bato é palma — haha!
Cada vez mais confirmado
Cada vez mais confirmado, além de Raphael Bostic, presidente do Fed de Atlanta, ter anunciado seu apoio dias atrás, agora a grande maioria dos diretores do Fomc (Federal Open Market Comitte) afirmam estarem inclinados a optarem pelo corte dos juros americanos em setembro.
De acordo com a ata da última reunião do Fomc divulgada nesta quarta-feira (21), a grande maioria do comitê de política monetária do Federal Reserve, acredita que, se os dados macroeconômicos continuarem a se comportar conforme o esperado, será provavelmente apropriado flexibilizar a política na próxima reunião.
E mais: o mercado tem se tornado cada vez mais convicto que o Fed vai abrir o ciclo de relaxamento monetário com um corte de 0.50 p.p., a despeito do cenário de redução de 0,25 p.p. ser o mais aventado.
Essa informação pode ser extraída da plataforma de monitoramento CME Group, a principal bolsa de derivativos do mundo.
Após divulgação da alta, o CME FedWatch mostrava 38,5% de possibilidade de a taxa básica cair da faixa atual (entre 5,25% e 5,50%) para o intervalo entre 4,75% e 5,00% em setembro, comparado com 29% registrados na terça. Dessa forma, risco de haver um corte mais tímido, de 0,25 p.p., diminuiu de 71% para 61,5% na mesma base comparativa.
Para o final do ano, houve um aumento na probabilidade de um corte acumulado de 125 pontos-base (de 19% para 29,2%), indicando provavelmente três cortes. No entanto, a curva ainda embute chance maior (43,1%) de uma retração de 100 pontos-base, indicando mais prováveis dois cortes até o fim de 2024.
Tá chegando, galera. Tá chegando...
O carry trade está de volta... mas às avessas
Isso mesmo! Lembra de todo aquele bafafá envolvendo que rolou semanas atrás e que acabou resultando num dos dias mais sangrentos para as bolsas asiáticas? Pois é. Esse assunto voltou aos holofotes.
De acordo o Citigroup, a estratégia do carry trade voltou a ser implementada entre hedge funds bilionários, mas com uma grande diferença: esses fundos estão se financiando em dólares em vez de dinheiro para suas apostas em mercados emergentes.
Pra quem não entendeu nada até aqui, o carry trade é a pura e simples malandragem de tubarão grande. A ideia completamente inacessível a nós, meros mortais, consiste basicamente no endividamento em moeda com juros baixos (como foi o caso do Japão, por muito tempo com taxa de juros negativa) para investimento em moedas com juros mais altos (no caso dos últimos anos, os EUA).
Pois bem. Isso vinha servindo muito bem até o Japão iniciar um movimento de alta dos juros e a economia americana começar a dar um indícios de um movimento de baixa do lado de cá.
Em vista disso tudo, a coisa mudou. Agora, os fundos de hedge que usam a estratégia têm preferido o dólar em vez do iene como moeda de financiamento, justamente pela quase certa queda da Fed Funds Rate.
Com um dólar sendo negociado em seu nível mais baixo desde março, de acordo com fontes do mercado, os hedge funds têm usado a moeda americana desde 5 de agosto para comprar divisas de mercados emergentes, incluindo o real e a lira turca. Com a perspectiva de os juros aqui subirem e os americanos caírem, um novo perfeito cenário se desenha. Malandro não é besta, não é?
Sayonara, Nippon koku! A bola da vez agora é outra...
Hora de dar tchau!
Por hoje é só, galerinha.
Vejo você na próxima sexta!
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