Just Culture: a responsabilidade nos eventos adversos.
Segundo Sidney Dekker a notificação de erros está diretamente relacionada à forma como as pessoas são tratadas nas organizações, ou seja, a forma como a cultura organizacional acolhe e encaminha essas situações no processo de trabalho.
Dessa forma, alcançar um modelo no qual as consequências não sejam desproporcionais seria o ideal, co-responsabilizando o colaborador e os envolvidos pelos eventos, sem estigmatizar e inibir novas notificações.
A fórmula seria balancear a responsabilidade com o aprendizado.
Frequentemente a definição do responsável por fazer o julgamento sobre o evento e determinar os limites é hierárquica e do gestor, muitas vezes sem levar em consideração a complexidade da prática operacional.
Algumas recomendações são sugeridas por Dekker afim de facilitar esse processo:
1º) Desprender do que seria um comportamento aceitável.
2º) Certificar de que as pessoas não fiquem estigmatizadas, oferecer suporte emocional e não aplicar punições.
3º) Certificar de que possui uma equipe independente para lidar com as notificações, sem depender da liderança minimizando inibições.
4º) Proteger as informações internas quanto às ações judiciais.
5º) Certificar de que a equipe sabe lidar com os incidentes, o que esperam, com quem devem ou não falar visando a preservação da imagem organizacional, mas também minimizando a ansiedade frente ao desdobramento do evento.
Aumentando a responsabilidade da equipe a organização pode aprender e melhorar!
Certamente o oposto à Cultura Justa, a Cultura Punitiva é estigmatizante, constrangedora e inibidora traz além da marca e peso da culpa desdobramentos que afetam diretamente o trabalho em equipe e frequentemente levam ao adoecimento do colaborador.
As relações interpessoais tanto com a liderança quanto com a equipe e até com os acompanhantes e pacientes (no caso dos serviços de saúde) afetam diretamente a ambiência.
Resultado: diminuição da produtividade, diminuição da qualidade da produção, diminuição da satisfação com o trabalho, sensação de impotência, de perseguição, adoecimento, possíveis novos erros.
Atualmente existem ferramentas para esse tipo de intervenção ser realizada com suporte emocional adequado, visando o fortalecimento da força de trabalho.
Cintia Cristina Castellani - Educação Permanente e Acreditação ONA
Planejamento Estratégico de Carreira | Orientação Profissional | Coaching | Mentoria | Marca Pessoal | Palestras & Cursos
8 aConcordo. A cultura punitiva nunca foi aliada da cultura de aprendizagem, cristalizando uma situação de não-empoderamento do colaborador, a qual é inibidora do crescimento por meio da responsabilização consciente, com pesos e medidas adequados.