*A Justiça por Direito Natural – Parte 1
Bispa Jônica

*A Justiça por Direito Natural – Parte 1

*A Justiça por Direito Natural – Parte 1
Deus não exerce a sua justiça meramente com base no cumprimento ou não dos seus mandamentos, mas sempre pelo direito que lhe é conferido por sua própria natureza perfeitamente justa.
Tanto isto é verdade, que caso fosse pelo mero mandamento, ainda teríamos que cumprir todos os dispositivos legais cerimoniais e civis, do Velho Testamento que vigoraram na Antiga Aliança, e que foram revogados em Jesus Cristo.
Não pecamos por não celebrar as festas fixas do Pentecostes, Tabernáculos, Páscoa etc, e nem por não apresentar as ofertas e sacrifícios exigidos pela Lei do antigo pacto, bem como todos os demais dispositivos. Todavia, a justiça que era segundo o mandamento, requereria isto dos judeus, no período do Velho Testamento.
Vemos então que a justiça que é segundo a lei, mesmo a dos homens, não é justiça perfeita, porque pode não ser mais aplicável conforme novas condições ou épocas.
Todavia, a justiça que é segundo o direito natural divino é eterna porque está relacionada à Sua própria pessoa divina.
Por isso os mandamentos morais são perfeitos, porque são conformados à citada justiça.
Estes mandamentos morais são regulamentados, especialmente com base nos dez mandamentos.
Assim não furtarás, não adulterarás, não darás falso testemunho, são verdades que permanecem justas e perfeitas, entre outras, independentemente de condições ou épocas, porque refletem o que Deus é em Sua própria natureza.
* A Justiça por Direito Natural – Parte 2
Não lemos no relato das Escrituras que Adão foi criado filho de Deus, mas que Deus criou o homem.
Este homem criado, o próprio Adão somente poderia se tornar filho de Deus por meio da adoção segundo a fé em Jesus Cristo.
Deus criou a humanidade para se prover de filhos. E estes filhos por direito natural passam a ser herdeiros de Deus para sempre.
E não podem ser deserdados, porque a justiça de Deus, baseada no direito que é segundo a Sua natureza divina, não o permitiria.
Então Adão não seria filho de Deus, a menos por ser recebido dEle a referida condição.
Por isso se diz que Jesus é nossa justiça, não somente no sentido de nos livrar da culpa do pecado, como também para nos conduzir a esta condição de filhos, que foi o propósito de Deus na criação da humanidade.
Como a demanda da filiação aponta necessariamente para a semelhança com Cristo, então passa a ser também uma demanda da justiça divina, que sejam condenados e banidos todos aqueles que não satisfazerem a tal propósito; e que recebam herança e galardões todos aqueles que o cumprirem.
Deve ser assim porque a integridade é uma propriedade absoluta da natureza divina, e pode somente ser achada em todos aqueles que partilham da citada natureza.
Daí a necessidade de sermos feitos coparticipantes da natureza de Deus por meio da nossa união espiritual a Jesus Cristo.
*A Justiça por Direito Natural – Parte 3
Os escribas e fariseus eram legalistas porque não exerciam a justiça segundo as demandas da natureza divina, mas segundo a mera letra do mandamento.
E a situação deles se agravava porque não o faziam segundo o espírito do mandamento dado por Deus, mas segundo uma distorção e corruptela da lei que eles haviam criado segundo a tradição dos homens.
Por isso nosso Senhor afirmou que a nossa justiça deve exceder em muito a dos escribas e fariseus, e também que eles haviam negligenciado o que havia de principal na Lei, e citou a justiça, a fé e o amor, para ilustrá-lo.
Ora, como poderemos julgar segundo a reta justiça que é segundo as perfeições que existem na natureza divina, se não formos feitos coparticipantes de tal natureza?
Ou ainda: como poderemos julgar segundo a referida justiça, caso sejamos legalistas como os escribas e fariseus?
Um juiz perfeito humano deveria ser dotado em sua natureza de uma perfeita justiça. E isto sabemos que ninguém a possui. Mas Deus é perfeito juiz porque possui tal natureza justa perfeita.
Então a justiça divina sempre requererá que atendamos ao propósito da nossa criação, a saber, que sejamos semelhantes a Cristo, em caráter, em santidade.
Porque sem isto, não podemos ser justos, assim como Deus é justo.
Então um caráter justo terá necessariamente, que ser aperfeiçoado.
Terá que crescer no aprendizado prático da própria pessoa de Cristo.
Quanto mais formos semelhantes a Ele, mais justos seremos, segundo o padrão da justiça perfeita e eterna que há na natureza de Deus.
Daí o Senhor ter dito:
“…o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se.” (Apo 22.11b)
*A Justiça por Direito Natural – Parte 4
Por que Deus pune o pecado, onde quer que ele seja achado?
Exatamente porque a sua natureza perfeitamente justa o exige.
Por isso, para a nossa redenção, foi necessário que a justiça divina visitasse a culpa do nosso pecado na morte de Jesus na cruz, que tomou o nosso lugar, para que a demanda da justiça divina fosse atendida.
Deus não pode justificar sem permanecer justo.
Ele não pode perdoar de forma injusta.
A justiça demanda a punição do malfeitor, e não seria portanto justo, que Deus nos perdoasse sem que nossas transgressões e culpas fossem, antes, removidas, pelo justo castigo que merecíamos.
Isto explica porque Cristo foi castigado no nosso lugar para tal propósito.
Ele não o merecia, porque não tinha qualquer pecado.
Nós o merecíamos, mas Ele tomou o nosso lugar por amor, e para que o propósito eterno de Deus de ter muitos filhos semelhantes a Ele pudesse ser cumprido.
Desta justiça perfeita da natureza de Deus dá testemunho a Escritura, inclusive no Velho Testamento, especialmente nos Profetas.
A palavra da profecia afirma em todos os lugares que Deus é justo, e que sendo possuidor de tal justiça, isto denota a retidão universal e perfeição de sua natureza divina.
Sua essência é a mais sábia, a mais perfeita, a mais excelente, mais misericordiosa, mais benigna, enfim, é a própria justiça da qual dão testemunho as Sagradas Escrituras.
Então todos os atos de Deus sempre estarão conformados à sua justiça, que sempre o levará a agir com sabedoria, bondade, verdade, misericórdia e longanimidade.Bispa Jônica

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