Líder, saiba desenvolver seu time para delegar
Uma parte central do trabalho de um líder, dentro de qualquer organização, é apoiar o desenvolvimento de pessoas. Essa tarefa não é simples nem instantânea: pelo contrário, requer energia e tempo, além de um esforço muito consciente e intencional para criar as condições necessárias para a evolução de cada indivíduo do seu time. Uma parte importante desse processo, muitas vezes feita de maneira ineficaz, necessita de um cuidado particular: a delegação.
Você tem dificuldade para delegar tarefas? Muitos líderes enfrentam esse desafio, por isso tendem a centralizar o trabalho e fazer a maior parte das atividades de determinada função por conta própria – seja porque gostam das tarefas, porque se julgam capazes de executá-las com mais rapidez e eficiência do que outras pessoas, porque sentem que vão se distanciar de seu time se não estiverem envolvidos nas demandas do dia a dia ou qualquer outro motivo. São crenças internas que normalmente levam líderes a efetivamente não delegar e continuar envolvidos na execução e operação.
Além disso, existe outro fator que atrapalha: o próprio esforço e tempo necessários para a ação de delegar. Afinal, não parece mais fácil e eficaz fazer uma tarefa você mesmo do que gastar tempo e energia explicando como executá-la para outra pessoa, principalmente se for alguém inexperiente e com pouco conhecimento da função?
Porém, como consequência disso, líderes que não delegam tendem a ficar sobrecarregados e a permanecer numa “zona de conforto”, fazendo sempre as atividades que já dominam, sem passar esse conhecimento para outras pessoas, Isto, além de não lhes permitir estar disponíveis para novos desafios e projetos dentro da organização, também pode prejudicar o desenvolvimento de sua equipe e num médio prazo a própria entrega dos resultados, pois existe o risco de virar gargalo, tanto em termos do tempo, como de conseguir ter todas as respostas.
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Delegar como uma boa prática da liderança
Mais do que uma escolha a seguir ou não, delegar é um processo que faz parte do papel de um líder. Se, por um lado, é necessário para que o próprio indivíduo não acumule tarefas que não são as suas e em demasia, é ainda mais importante como uma maneira de apoiar a aprendizagem e o crescimento dos colaboradores. Isso envolve ensinar a pessoa a executar suas funções, contribuindo para que ela adquira habilidade, experiência e, com o tempo, autonomia para então fazer essas atividades, para as quais foi contratada, de forma plena e eficiente, com autoconfiança e automotivação, com necessidade de acompanhamento mínimo.
Como diz o ditado, ninguém nasce sabendo: por isso, essa primeira parte do processo requer paciência e esforço. É importante que o gestor esteja presente, explicando e ensinando; depois, acompanhando o indivíduo enquanto ele executa a tarefa, oferecendo suporte e, por fim, lhe dando autonomia para fazer sozinho.
Ao mesmo tempo que é necessário ensinar competências técnicas e competências comportamentais e de comunicação, as tais soft skills, o líder também precisa apoiar as pessoas de seu time de outras formas, o que inclui motivar, engajar e estar atento aos modelos mentais e às necessidades de cada um. A longo prazo, também deve-se preparar os indivíduos – e a equipe como um todo – para novos projetos, contribuindo para expandir suas competências e sua capacidade de assumir novos desafios, sempre em alinhamento aos objetivos da própria organização.
Tudo isso – ensinar e delegar, alinhar expectativas, dar feedback, atuar de forma ativa no desenvolvimento de pessoas – é parte do papel da liderança e traz resultados muito positivos. Trata-se de um processo intencional, muitas vezes demorado e que envolve riscos, já que se está lidando com pessoas e com a evolução da organização em si. Mas os efeitos são recompensadores: os colaboradores conseguem se desenvolver e crescer, adquirem autonomia e protagonismo e ficam mais preparados para lidar com desafios. Além disso, todo esse processo estimula a cocriação entre líder e liderados, contribuindo para o alcance de objetivos de forma mais inovadora e colaborativa.
Vale lembrar, ainda, que uma parte fundamental do processo de desenvolvimento de pessoas é o que chamamos de reforço positivo. É comum que os colaboradores tenham dificuldades para se adaptar e fazer as coisas da maneira que se espera deles, principalmente no início, mas o líder precisa estar junto com seu time, apoiando, motivando e engajando. Isso faz toda a diferença para que os indivíduos evoluam e alcancem todo o seu potencial!