Laços fracos são mais importantes do que você imagina

Laços fracos são mais importantes do que você imagina

Quinta-feita, 1 de dezembro de 1955 em Montgomery, Alabama. Rosa Parker se recusa a ceder o seu lugar para uma pessoa branca num onibus e inicia uma verdadeira revolução que acabaria por desencadear o fim da segregação racial nos Estados Unidos nos anos seguintes. 

Ela não foi a primeira a ter esse tipo de atitude, mas foi a única que teve força suficiente para mudar as coisas. O que fazia dela diferente de todos os outros que tiveram a mesma atitude? Laços sociais. Rosa fazia parte de diversas comunidades, incluindo aí a Igreja, o clube, o centro comunitário...e dentro dessas redes sociais ela era conhecida e estimada. 

A maioria de nós tem amigos que são parecidos conosco, seja pela aparência, pelo que ganham e de contextos similares de vida. Os amigos de Rosa no entanto, se espalhavam pelas hierarquias sociais de Montgomery. Em outras palavras, numa era sem Internet, Rosa tinha muito poder através de suas redes sociais. 

No fim dos anos 1960, Mark Granovetter fez uma pesquisa sobre como 282 homens tinham achado seu emprego atual. Essas pessoas normalmente recebiam ajuda dos seus amigos e também dos conhecidos casuais (amigos de amigos) . Granovetter chamou essas conexões de laços fracos. Ele acabou descobrindo que para conseguir um emprego, os laços fracos eram muitas vezes mais importantes que os amigos com laços fortes, pois os laços fracos nos dão acesso a redes sociais as quais de outro modo nós não pertencemos. 

Indivíduos com poucos laços fracos serão privados de informações de partes distantes do sistema social e ficarão confinados a noticias e visões de seus amigos próximos. Esse isolamento pode coloca-los em desvantagem no Mercado de Trabalho, onde as ascensão talvez dependa de ficar sabendo das melhores vagas no tempo certo. 

Na década de 1990 eu trabalhava na Souza Cruz e tive o prazer de conhecer o Miguel Adão. Miguel tinha um sistema de fichas (muito antes do linkedin existir) onde ele administrava uma matriz de relacionamentos que dava a ele, o que Rosa Parks e muitos outros descobriram antes do nascimento das Redes Sociais digitais : networking. Neste últimos 20 anos , Miguel sempre conseguiu demonstrar a sua competência em Organizações de primeira linha, graças em parte ao seu network. 

Hoje, em tempos de Linkedin ainda vemos muita gente que ainda não entendeu o poder das redes. Não basta criar um perfil e esquecer. É preciso participar, opinar e ajudar sempre que possível, lembrando que amanhã pode ser você que esteja precisando. O linkedin, o facebook e todas as outras redes digitais são apenas instrumentos de algo maior : relações humanas. Se você não tem a minima ideia de quem são os seus colaboradores no ambiente de trabalho (estou falando das pessoas e não das funções) e não consegue lembrar qual foi a última vez que você fez algo por alguém sem esperar receber algo em troca, pare e repense o seu modelo de vida. 

Isso dá trabalho? Sim. É preciso dedicar diariamente algum tempo nessa atividade? Sim. Mas lembre-se, estamos vivendo um cenário de transformações profundas e muito provavelmente ser um ser "Social" em todos sentidos,será um diferencial na sua carreira nos próximos anos.

(Esse artigo foi inspirado na leitura do Livro: O poder do hábito)

Pedro Henrique

EWM | SAP Logistics | S/4HANA | Otimização de Processos | Supply Chain

9 m

Muito bom a sua contextualização á respeito do laços fracos e forte , quando o assunto é hábitos sociais.

Emerson Pontes

Engenheiro Mecânico - Empreendedor

1 a

Parabéns, ótima perspectiva e analogia que você fez do livro.

Christopher Montenegro

Diretor Executivo na CONEXAMERICA BRASIL

7 a

Miguel Adão, DBA nao pude deixar de mencionar vc nesse artigo. Espero que vc curta. Grande abraço!

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