LEGAL DESIGN

LEGAL DESIGN

Descubra como o design vai reinventar os serviços jurídicos

        Como o design poderia melhorar a forma de se prestar serviços jurídicos? Emprestando a sua forma de pensar: ensinando formas diferentes de se resolver um problema. Assim surgiu o “design thinking”, um método que reúne o “pensamento” dos designers e a utilização de suas ferramentas na busca de soluções inovadoras, criativas e focadas no ser humano. Nesse processo é imprescindível que haja empatia, colaboração, prototipagem e muita iteração. O lema é: falhe cedo, sem medo e de forma barata.

 Essa metodologia, que vem sendo aplicada a diversas áreas (por exemplo, em recursos humanos - “Employee Experience”), começa também a ser aplicada ao Direito e tem sido chamada de “legal design”. Através do legal design escritórios de advocacia, departamentos jurídicos e tribunais redesenham a forma como prestam seus serviços. A comunhão do Direito, da tecnologia e do design propicia abordagens mais criativas e experimentais na prestação dos serviços jurídicos. O avanço da tecnologia e a crescente utilização de inteligências artificiais dão acesso a novas informações, que precisarão ser analisadas e organizadas de uma foram até então não pensada.

 O estudo do legal design foi iniciado na Universidade de Stanford, por Margaret Hagan, hoje diretora do Legal Design Lab, com a pergunta: “como os serviços jurídicos podem ser mais utilizados, úteis e envolventes?”. E é sempre através de uma pergunta que o processo de design thinking começa, que normalmente é “como podemos ajudar x a fazer y?” – afinal, sabe-se desde o começo qual dor se pretende resolver, mas ainda não se tem ideia de qual será a resposta.

 Seguindo essa toada, o Legal Design Lab questiona: “como melhorar o acesso à Justiça?”. Nesse processo, verificou-se um alto índice de abstenção em audiências e, ainda, que grande parte da população não entende como funciona o sistema jurídico, quais são seus direitos e quais são suas opções. Com isso em mente, os pesquisadores estão (i) desenvolvendo uma plataforma de envio automatizado de mensagens de texto do judiciário para seus usuários (para testarem se assim os índices de abstenções diminuem); e (ii) elaborando um guia visual sobre os principais trâmites judiciais, por exemplo o que fazer diante do tribunal ou como pedir a dispensa do pagamento de multas e taxas. As soluções que estão sendo propostas não são definitivas – como parte do processo de legal design, são protótipos passando por processos contínuos de iteração para ver se realmente resolvem a dor que pretender curar.

 Outra frente de estudo do Legal Design Lab está relacionada ao que chamam de “visual law”. A questão colocada foi: “Como elaborar textos jurídicos compreensíveis por todos?”. Pretende-se, através de técnicas visuais e interativas, melhorar a forma de comunicação entre juristas e o público em geral. Parte-se da hipótese de que as comunicações podem ser juridicamente estratégicas (para cumprir exigências legais ou proteger interesses) e de fácil compreensão – o leitor é capaz de entender a informação, relacioná-la ao seu caso e decidir como agir, afinal, por que as condições de prestações de serviços, regras de uso de dados, não podem ser mais fáceis de serem lidas e compreendidas?

 E como você pode usar o legal design no seu escritório ou no departamento jurídico de sua empresa? Por exemplo, revisitando os serviços prestados e criando novas soluções em conjunto com seus clientes (externos ou internos), entendendo suas dores. Ao invés de assumir que já sabe o que o cliente quer ou precisa, ouça-o e entenda seu ponto de vista. Além da melhora nos serviços prestados, o legal design pode ajudar no desenvolvimento de um plano de diversidade e inclusão entre seus membros e a treinar os advogados na forma como devem apresentar os problemas e soluções aos clientes.

 Os desafios são infinitos e os processos de criação e aperfeiçoamento dos serviços prestados devem ser contínuos. Por isso pensamos ser tão importante que os juristas tenham conhecimento das ferramentas oferecidas pelo legal design, principalmente porque serão incentivados a quebrar paradigmas: será permitido quebrar regras, ter ideias “absurdas”, entregar um trabalho inacabado e, ainda, tomar riscos.

 

Fabiola Keramidas

Partner at Keramidas Advocacia

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Uau ! Que máximo !!! Adorei !

Lillian Coelho

Advogada - Sócia do LEM/Advogados - Head de Relacionamento Estratégico e Novos Negócios - Mãe do Lipe, empresária, investidora anjo, founder da comunidade Sócias Adv., compartilhando habilidades de negócios com advogadas

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Olá Priscila! Adorei o artigo, parabéns!!! Coordeno o Núcleo de Legal Design e Visual Law no escritório Faria Cendão e Maia Advogados no RJ e adoraria bater um papo com você.... tenho certeza que teremos muitas experiências para trocar! Vamos conversar?

Artemis Romano

Perfil LinkedIn e CVs | EUpreendedora | Creative Leadership Professional | Araribóia Valley | Aldeia Tech | Embaixadora Codivas | English Interview Training | Tradutora e Revisora | Mãe da Tamires e do Ian | Pet Sitter

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Paula Veiga Rodrigues do Amaral

Advogada Trabalhista Empresarial | Especialista | Coordenação Jurídico Trabalhista Corporativo | Supervisora | Head

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Acho interessante essa inovação, agradeço se puder compartilhar comigo o que aprendeu

Leo Toco

Inteligência Artificial & Gestão para o mundo jurídico | Podcast | Newsletter | Cursos | Workshops | Implementação |

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