Lei Geral de Proteção de Dados: como afeta suas estratégias digitais?

Se as pessoas jurídicas públicas só podem fazer o que a lei autoriza e as pessoas jurídicas particulares podem fazer tudo que a lei não proíbe, o que se altera com a Lei geral de proteção de dados?

Achou confusa a pergunta? Fique tranquilo, vou explicar o que é a Lei geral de proteção de dados, como ela vai funcionar e de que modo ela vai impactar no planejamento de marketing digital da sua empresa.

O que é a Lei Geral de Proteção de Dados?

A Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018, determina como dados de cidadãos podem ser coletados e tratados. Ela busca oferecer segurança e controle no tratamento de dados pessoais informados em cadastros e prevê punições para quem não se adequar às novas exigências.

Os dados protegidos pela LGDP são os pessoais de qualquer espécie. Mas há, contudo, um requisito importante: o dado precisa ser suficiente para identificar ou tornar identificável uma pessoa. Assim, há classificações diferentes de proteção: informações sobre a vida sexual de uma pessoa, sobre crenças religiosas e posicionamentos políticos, por exemplo, possuem maior restrição de acesso.

A pergunta com que iniciamos esse post se justifica quando questionamos quais eram as normas que as empresas públicas e privadas seguiram, até o momento, para criar banco de dados de pessoas físicas bem como a responsabilidade que tinham por eles. Fomos surpreendidos, nos últimos tempos, com notícias na mídia que relatam escândalos de empresas que tiveram informações pessoais de usuários usadas indevidamente devido a vazamentos e compartilhamentos de dados.

E agora, como vou tratar os dados dos meus clientes?

A Lei geral de proteção de dados deve ser vista como positiva na vida de pessoas e empresas. Para as empresas, ela criou obrigações; para os cidadãos, ela trouxe direitos.

Apesar de as organizações verem as adequações de infraestrutura como gastos nesse primeiro momento, é preciso levar em consideração que adequar suas rotinas às diretrizes da LGPD será uma estratégia de marketing no futuro. Afinal, que consumidor não gostaria de saber que seus dados estão protegidos?

É importante considerar ainda que a Lei geral de proteção de dados entra em vigor 18 meses após sua publicação oficial, ou seja, em março de 2020. Até lá, as organizações podem planejar e implantar ações para atender à nova legislação.

O maior impacto, sem dúvida, será para empresas que operam com meios digitais. Sabendo da importância do tema, vamos relacionar algumas vantagens e desvantagens da LGPD para as estratégias de marketing digital e suas consequências.

Vantagens

A primeira vantagem a ser considerada é a melhora no relacionamento com os clientes. O fato de a empresa ter a preocupação em preservar as informações dos seus clientes aumenta a credibilidade e contribui para a boa imagem da organização.

Um segundo ponto a ponderar, é a redução de custos a longo prazo. Com a implantação de sistemas apropriados de entrada e controle de dados, haverá melhor filtro na coleta de informações, o que diminui tempo e dinheiro investidos desnecessariamente.

A Lei geral de proteção de dados também trará melhora no gerenciamento de dados, que são essenciais para a elaboração das estratégias de marketing. Com o uso de informações mais precisas, as chances de assertividade e otimização dos recursos de marketing aumentam.

Desvantagens

As principais desvantagens recairão mais sobre empresas de pequeno e médio porte que, por algum motivo, não consigam se adequar à LGPD. Estas empresas ficarão vulneráveis do ponto de vista cibernético, sofrerão sanções, como multas, e ainda perderão oportunidades de negócios por não conseguir captar dados relevantes dos consumidores.

Como vimos, a Lei geral de proteção de dados será benéfica em muitos aspectos. Como principais consequências podemos citar a participação dos cidadãos no processo de autorização do uso dos dados, o incentivo às boas práticas e o aperfeiçoamento na segurança jurídica e na proteção das informações pessoais.

Acabou a festa para quem trabalhava de forma abusiva, ganha quem procura trabalhar de forma profissional.