Leitura: um mundo a ser descoberto
O pensador, de Augusto Rodin

Leitura: um mundo a ser descoberto

Ler o mundo, ler as palavras: eis a questão fundamental para todas as pessoas que se veem diante da vida e querem encontrar nela as respostas para o seu crescimento pessoal, profissional e social.

Como já dizia Paulo Freire "a leitura da palavra é sempre precedida da leitura de mundo", o que nos remete à ideia de que só seremos capazes de verdadeiramente nos apropriar do sentido expresso pelas palavras quando antes aprendermos a ler o mundo, ou melhor, compreendermos o próprio sentido da vida e, mais ainda, fizermos de ambas (das lições apreendidas na vida e nos textos) um caminho para o nosso próprio desenvolvimento.

Na educação básica, quando solicitados a ler e interpretar os mais variados textos, muitas vezes, os jovens se apresentam desmotivados e acabam não rompendo com os primeiros obstáculos enfrentados diante da leitura - a preguiça, as dificuldades com o vocabulário ou com a complexidade do texto, a não persistência - por não perceberem que aí se inicia um processo importante de transformação e que vencê-los significa começar a superar o senso comum.

Já no nível universitário, a não superação da complexidade e da condição técnica dos textos lidos e, não raro, o exercício da leitura tomado como trabalho meramente acadêmico continuam impedindo que esse desenvolvimento se efetive. Mas é, principalmente, na vida adulta e profissional que o não entendimento da leitura (da palavra e do mundo) como propulsora do crescimento pessoal, profissional e social definitivamente corrobora para que o indivíduo se sucumba ao senso comum e não faça a descoberta do universo de possibilidades ao seu redor.

Ler, interpretar, expressar-se oralmente, escrever com eficiência e alcançar êxito na vida requer, antes de tudo, uma visão aberta para o mundo, sem as lentes ofuscadas que o sistema e a realidade impõem àqueles que não leem o seu entorno e/ou não veem na leitura um caminho para o seu desenvolvimento. Nada se esclarece, nada evolui se não há a interpenetração dos dois mundos: o das palavras e o da realidade. 

Portanto, o que se coloca como desafio a ser superado é o da interpretação em seu sentido amplo e solucioná-lo, embora exija empenho, pode ser mais simples do que parece. Basta enveredar-se pelo reconhecimento da própria realidade, detectando nela os seus diversos aspectos e as condições necessárias para que as dificuldades sejam superadas. Ler nada mais é do que entender a própria trajetória, intervir à luz do mundo das palavras e seguir sempre em frente, sem medo de ser feliz!

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