As lembranças de quem eu era
Olá!
A nossa mente é mesmo incrível. Precisei revisitar algumas memórias de minha infância para uma investigação pessoal profunda nesses últimos dias. Claro que já voltei na infância algumas vezes em terapia e afins, mas o trabalho agora era muito diferente. Buscava compreender a essência daquela garota - o que nasceu com ela e que, de alguma forma, pode ter se perdido ao longo do tempo. Aqui, não iria levantar elementos do contexto social e do histórico familiar que, claro, sabemos que também influenciam aquilo que somos.
Lembrei-me da pequena Lu responsável, cuidando das irmãs mais novas enquanto seus pais trabalhavam fora. Da Lu sonhadora, que avistava os aviões no céu e dizia para si mesma "um dia ainda vou viajar em um desses". Da Lu esforçada, que andava cinco quilômetros para ir e voltar da escola, todos os dias, sem reclamar. Da Lu competitiva, que amava participar dos jogos da escola. Lembrei-me com muito afeto da Lu tímida, apaixonada pelo lindo garoto de olhos azuis do outro lado da estrada, com quem ela nunca teve coragem de trocar uma palavra. Lembrei-me, com certa surpresa, de uma Lu criativa, tentando encontrar soluções para pequenos problemas domésticos que aconteciam. De uma Lu espiritualizada, buscando significado para tudo que fazia.
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Olhando para esta criança tão bonitinha, fico refletindo sobre a seguinte pergunta: em que ponto a gente deixa que os conflitos, os traumas e o medo de decepcionar ou desagradar fiquem maiores que todas essas qualidades tão incríveis que nasceram conosco?
O exercício proposto, ainda que em um primeiro momento bastante doloroso, fez-me reconectar com essa essência que habita em mim. Como posso usar melhor essas qualidades para dar os próximos passos (audaciosos) que preciso na vida profissional? Como posso curar-me das feridas, usando como remédios (naturais) essas forças que estão dentro de mim? É um exercício e tanto, e que ainda estou elaborando dentro de mim.
E você, já pensou nessa sua criança? Que lembranças lindas você tem dela?
*** Esta newsletter é a reprodução da que é enviada a todos os assinantes da Vida Simples, todos os domingos. Espero que gere boas reflexões por aqui também! ***
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2 aUm exercício pra lá de interessante, mesmo, tentarmos lembrar de quem éramos na infância. A tendência é quase sempre apagar ou esquecer os traços de personalidade, minimizando como “coisa de criança”. Quando, na verdade, são pilares que já vão se solidificando. Lindo texto, food for thought.
Hipnóloga, Terapeuta, Master Practitioner em NLP, Coach na Blanche Coaching, EFT Practitioner e Celta Certified Teacher
2 aexcelente reflexão!