A lente do marketing de influência: influenciadores digitais realmente influenciam?
Houve um tempo em que as empresas divulgavam seus produtos e serviços no intervalo da novela das 21h ou em um espaço nobre do jornal do dia. Isso ainda acontece. É válido. Mas não mais suficiente. Para entrar no jogo da relevância, as empresas precisam também se vincular a uma rede de influência. A influenciadores digitais: uma peça-chave nas estratégias de marketing hoje e que todo mundo já sabe, mas ainda se pergunta:
Influenciadores digitais realmente influenciam pessoas?
A resposta pode estar nos números. Um tanto de pesquisas já tentaram e continuam tentando mensurar o tamanho e a força dos influenciadores. Em 2022, a Opinion Box levantou que 77% dos internautas brasileiros afirmam que seguem algum influenciador digital em suas redes sociais. E 55% deles já compraram por indicação dessa pessoa.
A McKinsey fez a mesma pesquisa e apurou que 70% das pessoas confiam nas recomendações de outras, mesmo que não as conheçam pessoalmente. Isso só reforça a ideia de que as pessoas buscam na opinião de terceiros uma validação para suas decisões de compra.
Mas, acima de tudo, a resposta pode estar para além das métricas. Pode estar no conteúdo que eles constroem dia a dia nas suas redes, no discurso que promovem, na conquista de uma voz ativa que diferencia influenciadores verdadeiramente influentes daqueles que apenas possuem números. A autenticidade, relevância do conteúdo e responsabilidade social são pilares que estabelecem essas diferenças.
Influenciadores podem ser figuras altamente visíveis na internet se souberem como usar isso. Eles se aproximam do público, criam uma conexão autêntica e de confiança com eles. São como amigos distantes, camaradas sempre presentes - muitas vezes, o que falta em canais de comunicação tradicionais, como a publicidade televisiva.
A sutil fronteira entre o que é patrocinado e o que é espontâneo.
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Influenciadores usam o dia a dia para fortalecer essa proximidade. Para alimentar a conexão. As pessoas querem saber o que estão fazendo, como gostam de passar o tempo, se já acordaram. Viram uma inspiração. Uma fonte confiável de informação.
Influenciadores sabem como ninguém usar o ativo mais valioso da internet: a atenção.
A consequência todo mundo já sabe: isso molda opiniões, comportamentos e decisões de compra. Muda a dinâmica das recomendações porque vêm de um lado mais pessoal, menos invasivo. O suficiente para dar abertura a apresentação de um novo produto, ou fazer despertar o desejo. Aquele empurrãozinho que faz muita compra acontecer.
O Brasil, hoje, tem cerca de 500 mil influenciadores digitais. Esse número é maior até que a quantidade de muitos profissionais formados anualmente - como os dentistas, que ficam em torno de 374 mil em todo o país. Um mercado que cresce a cada dia e que ocupa um espaço que ainda não se esgotou.
Mas que precisa ser escolhido com estratégia e inteligência. Para se render ao mercado da influência é preciso saber o que, como e quem influenciar. Estar no lugar certo. Com a pessoa certa. Com o conteúdo que promove. Que transparece. E que não apenas ocupa espaço.
Influenciadores digitais influenciam pessoas. Porque estão alinhadas com elas. E todo esse combo precisa constelar também com a tradição de uma marca. Só assim ela brilha. Só assim ela expande.
Só assim ela ultrapassa fronteiras.
Supervisor Jurídico | Agente Omni Blumenau
1 mOutro dia, vi uma entrevista de Walter Longo ( um dos grandes e respeitados publicitários deste país) onde citava que: "hoje às marcas não vendem mais produtos, vendem o propósito". Talvez, seja esse a influência que os influencers digitais têm feito nesse movimento, influenciando o propósito das marcas.