LGPD em tempos de fake news

LGPD em tempos de fake news

Hoje quero propor um debate sobre a realidade em que estamos expostos no mundo digital. De um lado toda essa transformação digital que já estávamos vivendo, e de repente, com a pandemia causada pelo Covid-19, preparados ou não todos nós nos tornamos agentes da transformação digital direta, ou indiretamente.

Empresas e escolas se viram obrigados a se reinventar para continuar existindo, nunca o ensino a distância foi tão necessário e esteve em evidência como neste momento. Somos muito digitais há muito tempo, mas nunca fomos tão obrigados a ser tão digitais como agora.

Do outro lado da nossa discussão, outro tema de igual relevância e acredite, não tão recente assim temos a chamada "era das fake news". E vou lhes explicar por que eu digo não tão recente:

Quando analisamos a história presidencial americana, em meados de 1919 já havia a chamada `imprensa partidária` onde basicamente um jornal apoiava um candidato e utilizava notícias falsas, ou fake news, no intuito de denegrir a imagem do oponente. E isso pode e é observado em diversos períodos e nações até hoje. O que não nos falta são registros históricos e exemplos.

Porém hoje, com todos os canais de comunicação que temos, as mídias alternativas e o poder das redes sociais colocam a imprensa tradicional em determinados momentos em cheque, pois a maneira como você recebe uma notícia seja ela verdadeira ou não interfere diretamente na sua interação e engajamento. Hoje você recebe notícias via Whatsapp dos seus pais, amigos e familiares em um círculo de confiança bem próximo. Ou seja, estamos vivendo uma mudança altamente disruptiva no que tange o consumo e busca por informação, que já não se dá apenas pelos grandes e tradicionais meios de comunicação.

Claramente nós enquanto usuários e consumidores de redes sociais, temos grande poder de engajamento e propagação do seu conteúdo, seja ele qual for.

Você não precisa mais assistir ao jornal na TV a noite, pois você é bombardeado por notícias e informações o tempo todo, através de redes sociais, propagandas, e através de amigos e familiares em aplicativos de troca de mensagens.

As redes sociais e os grandes portais monitoram o seu comportamento através de cookies e pixels e passam a te sugerir somente o conteúdo em que aparentemente você é mais empático, exatamente igual quando você pesquisa por exemplo um tênis e quando abre seu Instagram a propaganda está lá no modelo e cor desejados.

E ai você me pergunta onde entra a LGPD neste contexto, certo?

Muitas pessoas e empresas tem tratado a LGPD como apenas uma adequação a ser feita para se evitar uma multa. Mas a LGPD é uma bela oportunidade para refletir sobre muitas coisas, inclusive sobre política. Pois hoje a sua opinião e seu posicionamento é um dado sensível, que interessa a muita gente. O seu número de telefone que tem sua conta do Whatsapp e do Telegram é importante para aquela fazenda de robôs que dissemina fake news. E para mais uma lista de atividades, que só tende a crescer.

Comece a encarar a LGPD não só dentro da sua empresa ou negócio, pois a lei trata de dados pessoais.

Você já havia feito esta reflexão?

Thalita Bento

Customer Success Leader| CS |CX |SaaS | Sucesso do Cliente | Engenheira de Telecomunicações

4 a

Ainda não havia avaliado a correlação entre LGPD e fake news. Amei muito o conteúdo Thiago, parabéns pelo artigo!! 😍

Ana Paula Reis Oliveira

Head de Growth Marketing na Gupy | Geração de Demanda l Marketing Digital | Planejamento | Mídia | Branding l Inbound Markeing l Conteúdo

4 a

Cristiani MartaMaressa JuricicAchei interessante o texto, até pq complementa o challenge da PWC para a FIAP

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