As lições da procrastinação.
Em qualquer formação ou treinamento em desenvolvimento de pessoas, aprende-se que procrastinar é uma prática que deve ser evitada, portanto, não é recomendada na maioria dos casos.
A procrastinação é definida como o ato de adiar tarefas ou atividades que precisam ser realizadas, substituindo-as por outras menos importantes ou evitando fazê-las ou completá-las.
Embora todos nós possamos, vez em quando, adiar uma atividade (sem entrar no mérito da atividade), a vera é que sua prática recorrente provoca efeitos negativos em várias áreas da vida, incluindo acadêmica, profissional e pessoal.
Vejamos algumas razões pelas quais a procrastinação deve ser evitada:
Perda de produtividade: muitas vezes a procrastinação leva a menores índices de produtividade, já que as tarefas adiadas se acumulam, resultando fatalmente em maior estresse e pressão quando tiverem de ser enfrentadas.
Estresse e ansiedade: a procrastinação pode causar estresse e ansiedade, especialmente quando o prazo fatal está se aproximando e, principalmente, se a pessoa for despreparada.
Qualidade do trabalho: tarefas feitas às pressas devido à procrastinação, resultam em qualidade do trabalho comprometida. Quando realizadas com mais tempo e atenção geralmente produzem melhores resultados. Deixar para a última hora, normalmente, leva a maus resultados.
Impacto nas relações: a procrastinação pode afetar negativamente as relações pessoais e profissionais, uma vez que compromissos e responsabilidades, constantemente adiados, podem ser percebidos pela outra parte como falta de atenção, desinteresse ou desconsideração.
Falta de autodisciplina: o atingimento de metas de longo prazo pode ser afetado pela falta ou baixa autodisciplina provocadas pela procrastinação.
Agora, o outro lado da moeda….
Muito embora a procrastinação seja vista como um mau hábito, em certas situações ela pode trazer benefícios. Aqui estão algumas circunstâncias nas quais a procrastinação pode ser positiva:
Estímulo à criatividade: procrastinar pode abrir espaço para que a mente processe ideias em segundo plano. Quando deixamos de lado uma tarefa por um certo tempo, nosso cérebro pode fazer novas conexões que não surgiriam se prosseguissemos na tarefa inicial. O sociólogo italiano Domenico de Masi, tratou desse tema em sua obra, "O ócio criativo". Vale a pena conferir.
Tomadas de decisão mais reflexivas: em alguns casos, adiar uma decisão permite uma análise mais cuidadosa, evitando decisões impulsivas e aumentando as chances de escolher a melhor solução.
Prioridade e foco: procrastinar pode ajudar a perceber o que realmente importa. Tarefas que continuamos adiando podem, na verdade, se revelar não ser tão prioritárias, e isso nos permite focar no que realmente é importante. Saber discernir o que é Importante ou urgente, pode fazer a diferença.
Redução de estresse da rotina: reservar um tempo para descanso (mesmo que inconscientemente) ajuda a recarregar a energia para realizar as tarefas e evita o esgotamento.
Pressão positiva para conclusão: em certas pessoas, a procrastinação pode gerar uma pressão que ativa a produtividade, levando-as a concluírem uma tarefa com foco e senso de urgência.
É importante, no entanto, não confundir procrastinação benéfica com o adiamento crônico, que pode prejudicar metas e compromissos. A chave é encontrar um equilíbrio entre gestão do tempo, produtividade e autocuidado para que a procrastinação seja uma aliada e não uma inimiga. Isso pode ser obtido mediante a identificação das causas subjacentes à procrastinação e o desenvolvimento de estratégias para combatê-la, como criar um cronograma, definir metas realistas e eliminar distrações.
No geral, é aconselhável evitar a procrastinação sempre que possível para alcançar objetivos e manter um equilíbrio saudável na vida.
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