Liderança: Da Solidão ao Entusiasmo

Liderança: Da Solidão ao Entusiasmo

Todos sonham em ser líder? Não exatamente… A responsabilidade de liderar, tomar decisões e guiar equipes traz consigo um isolamento muitas vezes inesperado. Essa solidão tem se intensificado e é, inclusive, um dos fatores que alimenta a crise de líderes que estamos vivendo atualmente.

O líder está em Crise

Muitos jovens, que costumavam ser o foco de desenvolvimento para cargos de liderança, agora demonstram uma resistência crescente em assumir essas posições. A falta de interesse dos jovens em liderar está relacionada a diversos fatores, incluindo a percepção de que a liderança é uma função de grande pressão e pouca recompensa pessoal. As expectativas sobre o líder tornaram-se imensas, e muitos jovens preferem trilhar caminhos com menos exposição e pressão.

O papel ampliado do líder

Há dez anos, a função de liderança era mais definida e limitada a objetivos claros e metas concretas. Sabia-se melhor o que era ser líder, com expectativas prescritas e papéis bem delineados. Contudo, hoje, especialmente após a pandemia, a liderança exige um envolvimento mais subjetivo. Empresas hoje chegam incluir no papel da liderança a responsabilidade pela saúde mental e felicidade dos colaboradores

O risco de ser líder

Assumir o papel de liderança envolve enfrentar um cenário de incertezas que nunca foi tão grande. Hoje, o mundo é mais imprevisível e dinâmico, e cada decisão carrega um grau de risco muito mais elevado. Desde questões econômicas até mudanças nas expectativas sociais, o líder precisa tomar decisões em um ambiente de constante transformação, onde toda escolha é arriscada e as consequências podem se manifestar de maneiras inesperadas. Liderar, portanto, exige não apenas coragem, mas uma capacidade de lidar com o risco contínuo que poucos estão dispostos a assumir.

A solidão produtiva e improdutiva

Jorge Forbes destaca que solidão do líder é intrínseca à posição, mas não é sempre um problema, como pode parecer. Para isso, ele classifica dois tipos de solidão: a produtiva e a improdutiva. 

Solidão produtiva: “É a solidão que vive o líder do tempo da globalização, que sabe que qualquer conclusão é precipitada. Quem quiser esperar o conhecimento completo de todas as premissas, para só depois concluir, está fadado a nadar no pântano da indecisão. O mundo globalizado é um mundo incompleto, que não responde a nenhum padrão universal. O líder é confrontado à necessidade do risco e da aposta, e o que diferencia o grande do pequeno líder é o talento, a coragem, a ousadia e a criatividade.” 

Solidão improdutiva: “É aquela que, causada pelos mesmos motivos da anterior, paralisa aquele que deveria ousar e, no entanto, se acovarda. É a este capítulo que pertencem os estressados, pois o estressado é quem cronifica a angústia pelo temor do ato.”

Aposta no entusiasmo

Não vamos resolver a solidão da liderança, por isso, para ser líder, é preciso uma boa dose de entusiasmo. Como coloca a Forbes, “o líder é confrontado à necessidade do risco e da aposta, e o que diferencia o grande do pequeno líder é o talento, a coragem, a ousadia e a criatividade.” Em uma época de risco, é o entusiasmo que alimenta a coragem para arriscar e a disposição para inovar. 

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