Liderança em tempos de crise: como se posicionar e inspirar

Sem dúvida alguma as lideranças no mundo inteiro não foram capacitadas para um momento como o que estamos vivendo, ações descentralizadas e certo egoísmo global demonstram isso. Se eu já acreditava que a vida de um líder, em qualquer que seja a esfera de sua liderança, não é fácil, hoje vejo que em um momento de crise como o que vivemos esse desafio se acentua. Tudo se resume a isso: quanto mais você cresce em liderança, mais desafiadoras e difíceis são as decisões que enfrenta. Essas decisões geralmente envolvem coisas com soluções imediatas ou concretas, mas às vezes envolvem situações que não são tão azeitadas, e que pedem certo esforço emocional e racional do líder.

As vezes é preciso liderar seu time pelas incertezas, e o líder precisa ser a rocha no meio de tudo isso.

Mas o que muitos se esquecem é que nós líderes não somos a prova de balas, também sentimos medos, temos receios, mas compreendemos, e assumimos isso quando buscamos nos tornar líderes, que existe uma grande expectativa sobre nós, e uma grande responsabilidade para com as pessoas que lideramos.

A realidade é que não há problema em sentir medo, só não podemos deixar que a equipe o absorva.

Nos últimos dias, o medo esteve na vanguarda de muitas notícias. Quer estejamos falando da queda repentina do mercado acionário ou do coronavírus, a incerteza da vida invadiu nosso pensamento ativo e tem assustado muitas pessoas. Sei que estamos lidando com alguns desses medos em nossa própria organização, e é provável que você também esteja lidando com eles.

Então, como devemos liderar em tempos assustadores? John Maxwell, um líder que eu admiro muito escreveu quatro pilares para liderança em tempos assustadores.

Seja uma presença visível

Esteja presente e seja visto, seu time não precisa de alguém que se esconda, seja transparente e mais acessível do nunca. Você é a pessoa que seu time conta para conversar e recorrer quando sentirem medo, ou desolados. Nesse período as suas grandes realizações estarão atreladas ao bem estar que causou ao time e não ao que fez sozinho. Foco total em tranquilizar e apaziguar a situação, dias melhores virão e seu time lembrará quem esteve ao seu lado.

Reconheça o medo, mas não o capacite

Todos somos adultos e sabemos o que está acontecendo, o acesso a informação é real time, então reconheça o que está ocorrendo. Não podemos em momentos dificeis colocar vendas e fingir que está tudo bem, se não estiver de fato. Precisamos estar sempre de mãos dadas com dados e fatos. Mas jamais deixe o time preso ao medo, porque isso apenas fortalece o inimigo. Coloque o medo no contexto certo e comunique sua crença de que dias melhores estão por vir.

Desenhe uma imagem mais promissora

Quando as coisas são assustadoras, o mundo parece pequeno e escuro, para combater isso, você deve pintar uma imagem maior e mais promissora. Devemos apontar além do medo para um dia mais promissor. Os líderes devem comunicar ao seu time a esperança do outro lado do medo.

Seja cauteloso com as previsões, mas generoso com a esperança

Você não é o Nostradamus ou a Mãe Dináh, então não tente prever o futuro, você não sabe como as coisas ficarão no final de todo o processo, e tá tudo bem. Seu time não espera que você preveja o futuro, apenas que o ajude a chegar lá. Sabe o clichê de curtir a jornada e não o ponto de chegada? Torne a jornada mais branda, mostre que existe pontos positivos em qualquer situação, pois diferente do clichê, em tempos difíceis não nos lembramos da jornada em si, mas de quem esteve conosco até que ela acabasse, então seja o guia.

Concluindo...

O nosso trabalho é fazer com que o percurso entre o momento ruim e o momento mais tranquilo de normalidade seja mais suave, sem danos permanentes no time.

Seu time está te olhando na esperança de que os conduza, se mantenha visível, presente, realista e esperançoso.

O medo nunca dura a menos que você o alimente. Como líder, é seu trabalho eliminar o medo alimentando as pessoas com esperança e mostrando a elas um futuro melhor.

Nenhum momento de tristeza e dor é eterno, é apenas mais uma fase da vida, e mais a frente, não iremos rir dessa situação, mas com certeza estaremos mais forte e resilientes, cultive agora o líder que quer ser quando tudo isso acabar.

Sobre Mim

Paulistanos de família humilde, perdi meus pais cedo e lutei muito para chegar onde estou, e adianto que não é nem metade do caminho de onde vou chegar, já fui vendedor de algodão doce, dvd pirata (não me orgulho do produto, mas me possibilitou fazer faculdade), balas em semáforos e barzinhos, cozinhas, garçom, lan house, mercadinho até chegar no meu primeiro emprego em uma multinacional (Accenture te amo pela oportunidade).

Quero compartilhar de forma simples e didática o conhecimento que venho adquirindo no desenvolvimento de software e transformação digital no decorrer dos meus mais de 10 anos de carreira, tendo atuado em grandes projetos de TI na Vale, Claro, Net, Comgás, Kroton, Rede, Cielo, Safra, Santander, Mapfre e na minha empresa do coração (e atual) Itaú.

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