Liderança Feminina = Liderança Balanceada
Há muito espaço para o diálogo sobre o papel e a presença da mulher no ambiente corporativo, principalmente porque “as mulheres ainda levarão 74 anos, na América Latina, para vivenciar a equidade de gênero nas organizações”, segundo Ana de Magalhães.
Promovido pela PWN São Paulo, o evento de ontem (29 de outubro de 2020) - que pode ser acessado aqui - contou com uma rica discussão dos nossos convidados:
- Martha Magalhães, consultora de desenvolvimento humano e organizacional
- Ana de Magalhães, editora-chefe da Harvard Business Review Brasil
- Luiz Visconte, sócio da Vicky Bloch Associados
No começo da carreira profissional de Luiz Visconte, nos anos 1960, o cenário do mercado de trabalho era bem diferente em relação ao tema, segundo ele. Tudo mudou e todos nós precisamos mudar. Ana, complementando, explica que os papéis de homens e mulheres foram moldados há alguns milênios, quando alguns aspectos foram construídos de forma mais masculina e feminina, e carregamos esse peso, no nosso inconsciente, até hoje.
Justamente por causa disso, torna-se importante entender e se conscientizar sobre como as mulheres podem se desenvolver e se posicionar nas organizações. Martha Magalhães trouxe exemplos simples do dia a dia em que vemos as mulheres em papéis secundários e operacionais, enquanto os homens geralmente tomam decisões mais arriscadas, têm mais ambições apresentadas e costumam estar em funções mais estratégicas.
Também foi discutido sobre algumas características em comum que as mulheres da alta liderança costumam apresentar: segundo Luiz, elas conseguem navegar bem em qualquer situação, desde o ambiente corporativo até os seus círculos pessoais; para Martha, mulheres bem-sucedidas têm um ótima rede de relacionamentos, não apenas dentro da empresa ou de lugares por onde passou, mas conexões mais amplas e distantes, de outras empresas, de outros setores e de outros campos, como dos hobbies. Eles destacaram que homens costumam ter maior facilidade de networking que mulheres, sendo importante trabalhar mais essa questão.
Para isso, a comunicação é uma habilidade extremamente importante. É fundamental para todos, mas as mulheres devem se atentar sobre como falam e agem, já que suas atitudes devem mostrar sua competência e uma posição mais objetiva. Finalmente, Martha destacou que as mulheres precisam pensar no seu protagonismo, à medida que deixam de ver obstáculos e problemas em relação ao gênero, e dão ênfase nas suas carreiras e no seu impacto por onde passam.