Liderança multigeracional: Desafios e estratégias na gestão remota de equipes de TI

Venho compartilhar que alguns meses finalizei e apresentei com sucesso meu TCC e gostaria de compartilhar um pouco de minha pesquisa!

Ao longo dos últimos meses, mergulhei profundamente na pesquisa "Liderança multigeracional: Desafios e estratégias na gestão remota de equipes de TI". Entrevistei um total de 15 líderes de cada geração (X, Y, Z) em uma pesquisa qualitativa. Cada um desses líderes, com foco na área de TI, proporcionou-me conversas produtivas e debates significativos para o cenário atual de tecnologia, bem como suas experiências como líderes e gestores, expectativas e diferenças de estratégias entre os modelos de trabalho atuais.

Ao discutirmos o debate entre Híbrido, Presencial e Remoto (HomeOffice), nos deparamos com um cenário empolgante e amplamente debatido. Muitos defendem seu estilo de vida e trabalho, destacando que o HomeOffice oferece liberdade de tempo, praticidade e conforto. O modelo Híbrido, por sua vez, combina aspectos dos dois mundos, reduzindo a distância entre funcionários, empresas e o isolamento social, embora traga desafios para aqueles que se adaptaram ao estilo Remoto, pois as empresas estão impondo exigências de mudança. Por fim, o tradicional modelo Presencial oferece experiências de comunicação e contato humano, mas também enfrenta dificuldades como locomoção, vestimenta e pressão de desempenho e controle empresarial.

Agora, entramos no ponto principal: onde se encaixa a liderança nisso tudo? A liderança é o pilar entre a empresa e seus colaboradores. Como disse Robbins (2002), "Além de inspirar, os líderes são responsáveis por criar estruturas organizacionais eficientes, definindo claramente responsabilidades e comunicação para evitar redundâncias". Os líderes no trabalho remoto emergem como peças-chave para promover a coesão e eficácia em equipes dispersas geograficamente. Organizações contam atualmente com profissionais de diferentes gerações, o que, associado ao comportamento característico de cada grupo, torna-se um fator distintivo entre os colaboradores.

Separei em quatro tópicos onde os principais pontos da pesquisa trouxeram uma visão de destaque ao assunto:

Análise das gerações:

 Quando analisei as características distintas das gerações X, Y e Z em relação à liderança adaptativa, observei padrões consistentes em meu estudo com grupos específicos. A Geração X, reconhecida por sua estabilidade, adota uma abordagem direta e severa ao lidar com discordâncias. Sua liderança é assertiva, atentando-se a detalhes e não deixando problemas exclusivamente para momentos formais de feedback. Muitas vezes, realizam abordagens rápidas após reuniões para abordar pontos e resolver discordâncias. Por outro lado, a Geração Y destaca-se pela flexibilidade e confiança. Buscam soluções de forma colaborativa, aproveitando a diversidade de perspectivas na equipe. Valorizam a comunicação aberta e adotam uma abordagem inclusiva para resolver discordâncias, promovendo o bem-estar coletivo. Já a Geração Z foca na entrega e produtividade, destacando-se pela transparência em suas lideranças. Os líderes desta geração mantêm os liderados informados sobre problemas e desafios, contribuindo para um ambiente em que todos têm consciência dos obstáculos e podem colaborar na busca por soluções. É importante ressaltar que esses resultados são específicos para os grupos analisados, e variações podem ocorrer em análises futuras com diferentes conjuntos de pessoas.

Meios de comunicação:

Quando observamos os meios de comunicação entre as gerações, percebemos que a geração X é conhecida por sua comunicação pragmática e orientada aos negócios. Eles visam o sucesso em uma comunicação direta, utilizando ferramentas empresariais e preferindo abordagens assertivas e eficientes para resolverem conflitos diretos. A geração Y, por sua vez, aborda diversas outras tecnologias de comunicação, explorando novas plataformas e focando na flexibilidade. Mantêm uma comunicação ágil e constante para enfrentar os desafios da TI, mantendo a ideia da transparência e abordando qualquer meio de comunicação desde que a colaboração, resultados e união do time estejam presentes. Um pouco diferente, a geração Z caracteriza-se pela transição fluida entre o remoto e o presencial. Além da comunicação, eles trazem soluções para solução de conflitos, flexibilizando as mesmas e levantando temas como confiança e empatia. Reconhecem que qualquer meio de comunicação, desde que haja confiança mútua, pode contribuir para a solução de conflitos de maneira eficaz.

Análise de percepções:

A análise das percepções entre as gerações X, Y e Z revela diferenças significativas. A geração X e Y muitas vezes veem a geração Z como imediatista, notando sua busca frequente por reconhecimento e disposição para arriscar em suas carreiras. Isso contrasta com as gerações mais antigas, que tendem a ter uma visão mais estratégica e planejada em relação à construção de carreira. Por outro lado, a geração Z percebe a geração X como hesitante em trazer inovações, devido à sua busca por estabilidade e entrega consistente. A crença na estabilidade pode levar a escolhas mais tradicionais, limitando a capacidade de inovação. Essas perspectivas indicam não apenas diferenças percebidas, mas também nuances nas abordagens das gerações em relação ao trabalho, carreira e inovação. A compreensão mútua dessas perspectivas pode contribuir para ambientes de trabalho mais inclusivos e colaborativos.

 Abordagem de Feedbacks

 As diferentes gerações, X, Y e Z, compartilham notáveis semelhanças em relação aos feedbacks, destacando a importância do diálogo individualizado e regular. Todas reconhecem a necessidade de conexões pessoais e feedbacks construtivos, realizando reuniões one-on-one mensais e avaliações a cada 3 a 6 meses. Esses momentos não se limitam apenas a aspectos profissionais, mas também enfatizam a compreensão empática do colaborador, contribuindo para um ambiente colaborativo e empático. A gestão multigeracional no contexto remoto revela uma interconexão fascinante, com comunicação aberta, empatia e liderança adaptativa sendo elementos unificadores para a excelência profissional.

 Com esta pesquisa, obtive insights valiosos que corroboram a relevância das estratégias identificadas para aprimorar a liderança em ambientes de trabalho remoto. As práticas de comunicação, promoção de empatia e comprometimento, transição fluida entre ambientes remotos e presenciais, gestão de feedback e transparência na liderança destacam-se como elementos cruciais na promoção de ambientes colaborativos e produtivos. Esses insights não só enriquecem o conhecimento teórico sobre liderança multigeracional em equipes de TI, mas também fornecem orientações práticas para líderes e gestores que buscam melhorar a eficácia de suas equipes em contextos de trabalho remoto.

Espero sinceramente que esta pesquisa tenha contribuído para uma reflexão pessoal e profissional mais profunda. Em um mundo onde cada um de nós é influenciado pelas características de nossa própria geração, é essencial cultivar a empatia, a confiança e o respeito mútuo. Esses valores devem ser os pilares fundamentais de qualquer ambiente de trabalho, independentemente da geração a que pertencemos. Ao compreender e valorizar as diferenças entre as gerações, podemos construir equipes mais colaborativas, produtivas e inclusivas. Que possamos aplicar esses princípios não apenas em nossas carreiras, mas também em nossas interações diárias, contribuindo para um ambiente mais harmonioso e enriquecedor para todos.

Com isso novamente quero agradecer primeiramente a minha família e amigos pelo apoio e paciência, a minha orientadora Suellen Spinello Sotille , ao cordenador Marcos Roberto dos Santos junto a minha banca, sem esquecer da minha coorientadora Ingrid Wencelewski Britto que me incentivou neste momento decisivo.