A Liderança na Era da Informação

A Liderança na Era da Informação

Para manter uma instituição de saúde equilibrada, sustentável e capaz de prestar a melhor atenção ao paciente é preciso perceber que novos tempos exigem melhores práticas. Pouco adianta comprar os mais avançados equipamentos e investir em tecnologia de ponta se as decisões da gestão não estiverem coerentes com a realidade onde essa instituição está inserida.


Em outras palavras, a mentalidade da Era da Industrialização, em que os diretores executivos eram os únicos detentores do conhecimento, tomadores das decisões estratégicas para o negócio - em contraposição a uma massa de trabalhadores que apenas cumpriam ordens - , isso já não cabe mais na contemporaneidade.


Esse movimento que se mostra mais evidente desde o início dos anos 2000 continua em franca expansão. Agora, colaboradores de diversas áreas na saúde como enfermeiros, médicos, biomédicos, engenheiros clínicos, fisioterapeutas, psicólogos que vivem o dia a dia de cada atendimento são os verdadeiros responsáveis pela criação e circulação das melhores ideias nesse organismo chamado hospital.


Parte desse processo se deve à globalização, bem como o amplo (e crescente) acesso à informação, potencializado com a internet e por equipamentos cada vez menores, mais eficientes, velozes e acessíveis.


Desenha-se uma outra geração mais questionadora, que lida de uma forma diferente com o conhecimento, que se apropria de um senso de dono, e essa geração quer mais do que executar tarefas, ela deseja contribuir de forma significativa com a melhoria da instituição.


Nesse cenário, o atual líder deve se posicionar como facilitador de um processo dinâmico ou orgânico, aquele que ajuda a ver soluções e a encontrar meios para que os talentos das instituição possam encontrar um espaço seguro para expor seu ponto de vista e participar da tomada de decisões estratégicas.


E vejo mais: com a grande quantidade de dados que passa a integrar nossas vidas, com o desenvolvimento de ferramentas cada vez mais sofisticadas de Business Intelligence e Inteligência Artificial, essa mediação torna-se fundamental. É preciso que este Lider aja no sentido de incentivar e construir um ambiente de trocas, proporcionar treinamentos que sejam realmente relevantes e, estimular a produção de conhecimento a partir de tantas informações.  


Cabe a ele também estimular seu time profissional a conquistar um entendimento profundo do que acontece com a instituição como um todo. Inclusive, é um pequeno passo na direção de monitorar de forma mais precisa a jornada do paciente. 


Essa nova visão permitiria estabelecer previsões da possível ocorrência de uma nova internação, além de ajudar a compreender quais setores são mais requeridos e necessitam de mais atenção e investimento, gerando uma distribuição mais eficiente dos recursos.


Por agora, o passo é reconhecer que facilitar e estimular o desenvolvimento de equipe de orgânica, de alta performance e alinhada as estratégias da instituição é absolutamente essencial para consolidar uma percepção ampliada dos processos de gestão e, sem dúvidas, tomar as melhores decisões no âmbito da Gestão. 

Rubens Covello, MD, BBA, PCHA, MBA

Sócio-fundador e CEO do QGA - Quality Global Alliance | Co-founder da HSO | Board Member da ISQua

3 a

Excelente artigo !

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