Liderando duas empresas: como tem sido a minha jornada e como será o meu futuro.

Estaria “chovendo no molhado” se começasse esse artigo falando sobre as jornadas triplas das mulheres no Brasil (e fora dele). Quem convive comigo sabe que, por mais que eu defenda o empreendedorismo feminino e a valorização da mulher no mercado de trabalho, nunca fui de utilizar discursos que apontam para a desigualdade como referência. Prefiro falar da nossa competência e de como mostramos, diariamente, que podemos fazer muito mais – basta criarmos as oportunidades certas.

Dito isso, acredito que seja hora de formalizar uma decisão que há mais de dois meses rege a minha carreira. Talvez nem todos saibam, mas comecei a trabalhar com tecnologia há mais de 20 anos, como estagiária. Galguei espaços de liderança ao longo dos anos, chegando ao cargo de diretora, conquistando tudo o que poderia neste negócio.

Em 2020, duas semanas antes da pandemia, optei por encerrar essa história e começar um novo ciclo, totalmente diferente do que já tinha vivenciado, empreendendo. A questão é que o negócio que eu vislumbrava não foi pra frente e, quando eu achava que estava de “mãos vazias” conheci o Jean Ferrari e, depois de um café e muita conversa, aceitei o desafio de me tornar sócia da FastBuilt

E até o segundo semestre deste ano, trilhei exclusivamente o caminho do empreendedorismo junto ao meu time, que tem se desenvolvido com autonomia e competência.

Foi então que surgiu uma nova oportunidade: recebi o convite para ser CEO da GovernarTI .

E é nesse ponto que chego ao título desse artigo: eu aceitei o desafio depois de muita conversa de ambos os lados e com a certeza de que tenho a melhor rede de apoio possível para atuar nos dois negócios.

Hoje, portanto, tenho oficialmente uma jornada tripla, da qual tenho muito orgulho: assim como 49% das mulheres do país, segundo o Sebrae, sou chefe de lar e mãe da Paola, meu melhor projeto de vida. Sigo como diretora de operações da FastBuilt e sou CEO da GovernarTI .

Para que esse empreendimento fosse bem-sucedido, tomei algumas decisões, em conjunto com meus parceiros de negócios:

- Mantenho uma agenda flexível que me permite estar nas empresas em horários distintos durante o dia, mas com a possibilidade de reorganizar minha localização;

- Estou presencialmente todos os dias em ambos os negócios, porque acredito que essa proximidade é fundamental para que possamos realizar os alinhamentos necessários;

- Meus cargos são de alta liderança, o que significa que estou por dentro e tomo uma série de decisões, mas que tenho um time ligado à rotina operacional. Acredito e confio muito em uma liderança que promove a autonomia para que as empresas cresçam e isso tem dado certo: eu alinho, oriento e defino algumas coisas, mas dou espaço para o time mostrar seu potencial.

- Tenho uma rede de apoio dentro e fora de casa que é fundamental e que me permite conciliar a jornada nas duas empresas, sem sacrificar meus fins de semana, ou momentos em família, por exemplo. Equilíbrio é fundamental!

Escolhi falar sobre essa mudança na minha vida apenas dois meses após ela começar porque entendi que muitas vezes há um “tempo de maturação” do mercado. Estou provando para mim mesma, meus colegas, clientes e parceiros de negócios que é possível estar à frente de uma startup e conduzir outro negócio, quando os papéis estão claros.

Isso, aliás, nem é algo novo no mercado, visto que muitos CEO, empreendedores e investidores (principalmente homens) têm a mesma experiência, muitas vezes à frente de 3, 4, ou mais CNPJs.

Sigo nessa jornada, e nas próximas semanas vou compartilhar aqui mais sobre a rotina de liderança, empreendedorismo e gestão que faz parte da minha vida. A cada um de você que segue comigo e que tem apoiado essa decisão para termos os resultados que já estamos mostrando, meu muito obrigada!