Liderar é arte, ser chefe é...
Outro dia, logo cedo, me peguei explicando a diferença entre liderar um time e ser chefe de um time. Sabe aquele momento em que você percebe que já viveu de tudo e ainda tem história para contar? Pois é, viajei no tempo e lembrei do modelo de gestão "Comando e Controle", que reinava lá nas décadas de 80 e 90, quando comecei minha carreira. Sim, aquele em que "manda quem pode, obedece quem tem juízo" era praticamente o lema oficial. O resultado? Bem, na maioria das vezes, era pífio. Os times só entregavam o que o chefe pedia — quando entregavam. Passar disso? Ah, esquece.
Mas o mundo mudou (ainda bem) e a gestão também. E foi uma tremenda evolução! Quando os objetivos começaram a ser compartilhados, algo mágico aconteceu: as pessoas entenderam seu papel no jogo, se sentiram parte da estratégia, e não só "mão de obra". E sabe o que aconteceu? A gente começou a ver equipes ultrapassando metas, inovando, criando soluções que nem passavam pela cabeça do chefe. Foi quando surgiram as organizações mais horizontais, menos hierárquicas, com menos "senhor feudal" e mais trabalho em equipe.
Aliás, Steve Jobs dizia algo genial sobre isso: "Não faz sentido contratar pessoas inteligentes e dizer o que elas devem fazer. Contratamos pessoas inteligentes para que elas nos digam o que fazer" (e olha que nem gosto da Apple). Pensa só: como liderar um time que é mais capacitado que você em várias áreas? (Dica: a resposta não é dar ordens como um sargento.)
E aqui vai o ponto principal: liderar não é sobre ser o “dono da verdade”. É sobre criar um ambiente onde as pessoas possam contribuir com as suas verdades. O chefe ultrapassado acha que só o método dele funciona. O líder sabe que o melhor método é aquele que une ideias, talentos e propósitos em prol do objetivo final. E, ironicamente, o líder não precisa ser o mais inteligente da sala, mas tem que saber ouvir, conectar pontos e, principalmente, tirar as pedras do caminho para o time brilhar.
Liderar é inspirar. É ser o exemplo que você quer ver no time. Não adianta pedir comprometimento se você não demonstra isso no seu dia a dia. Não adianta cobrar criatividade se você sufoca novas ideias. E, definitivamente, não adianta falar de colaboração se você age como um ditador corporativo. O líder inspira não pelas palavras, mas pelas ações. Ele mostra o caminho, arregaça as mangas, e, mais importante, dá espaço para que as pessoas ao seu redor cresçam. Liderar é sobre servir ao time, e não o contrário. Quem lidera de verdade constrói confiança, e a confiança, meu amigo, é a base de qualquer time de alta performance.
Agora, uma dose de realidade com um toque de ironia: ainda tem muita gente que acha que ser chefe é um troféu. Aquela postura “Eu falo, você executa, e nem pense em questionar!” já não cola mais (ou não deveria). Esses chefes, coitados, ainda vivem na ilusão de que controle é sinônimo de resultado. Mas, na verdade, é o contrário: quanto mais você controla, mais você limita o potencial do time.
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Quer um exemplo prático? Pense num objetivo de longo prazo compartilhado. Quando as pessoas entendem por que estão fazendo algo e qual o impacto do trabalho delas, o compromisso com o resultado muda. E se você lidera de verdade, cada pessoa no time vai encontrar a melhor maneira de contribuir. É nesse momento que a mágica acontece — a meta vira só um ponto de partida.
No fim, e ressaltando, liderar é sobre inspirar. Ser chefe, por outro lado, é sobre mandar. E, vamos lá, quem ainda acha que mandar funciona em pleno 2024 provavelmente ainda manda fax, usa disquete e acha que internet banking é inovação.
Então, se você é líder (ou quer ser), fica o conselho: compartilhe objetivos, confie no time, ouça, e esteja disposto a aprender com as pessoas que trabalham com você. O ego é o maior inimigo da liderança.
Porque, no final das contas, liderar é um privilégio. E ser chefe? Bom... é só um cargo.
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