Live XP com Alexandre Birman, Carlos Jereissati, Rafael Sales e Sebastião Bonfim

Resumo:

Pedido de ação incisiva/prática/rápida do governo para pagamento da folha de pagamentos, que vai ser o grande drama daqui pra frente. Principalmente para o pequeno empresário, que é responsável por 72% dos empregos no país. Os CEOs de shopping reduziram aluguéis e condomínio e, de alguma forma, todos estão tomando alguma medida para ajudar nessa crise. 

Sebastião Bonfim (Fundador Centauro)

Tem duas certezas. As avaliações dele não duram mais que 48 horas, as condições tem mudado rapidamente. A segunda, há uma relação direta entre quanto mais severas as medidas restritivas, mais severos os efeitos na economia. Não é posicionamento, é constatação sem juízo de valor. 

Centauro não está com nenhuma loja aberta. O centro de distribuição está praticamente paralisado. Estão atuando bem no digital (de acordo com o possível). Estão usando as plataformas digitais para disponibilizar para as empresas que vendem produtos de primeira necessidade, de forma a entregar produtos que a população necessite no momento. 

A folha de pagamento é a maior aflição dos empresários no momento, em especial o pequeno. Precisamos de medidas urgentes para resolver a folha de pagamento, essa é inclusive a principal medida para manter as pessoas dentro de casa. Se não houver comida, as pessoas não ficarão em casa.

Alexandre Birman (CEO Arezzo)

A empresa tem capacidade de reinvenção rápida, cultura força. Toda crise abre oportunidade, adapte-se ao novo cenário. O que não te mata te deixa mais forte. Permita-se retroceder - é melhor dar um passo para trás para depois dar dois para frente.

Vão iniciar confecção de máscaras para doar em larga escala. Deve ter tudo certificado até 6ª feira.

Se pudesse escolher uma ação do governo, seria financiamento para pagamento da folha de pagamento para o pequeno empresário, que é responsável por 72% dos empregos no país. Dessa forma, evitaria demissões em massa. Ambição da Arezzo é de chegar a zero demissões por pelo menos dois ou três meses. 

Tem feito calls diários com a rede de franqueados, suspenderam os royalties por 60 dias (1/3% dos custos dos franqueados).

Vai ter deflação forte, porque o estoque vai ter que ser proporcionado. Estão preparando uma super campanha pro dias das mães (29 de abril). Vão doar 10% da receita do período do dia das mães. 

Rafael Sales (CEO Aliansce)

Em 2008, apesar de dura, a resposta era mais óbvia. Agora tem dois dramas, a saúde pública e o drama humano de quem não está contaminado e vai sofrer tanto ou mais do que quem está doente. Depois de tantos anos pra tentar sair de uma recessão, não tivemos a oportunidade do crescimento. Quando estávamos nos animando, com os pequenos empresários abrindo lojas, franquias,… isso foi frustrado.

Essa crise parece mais difícil do que 2008, porque não é focada em um setor específico. Essa crise terá consequências severas em diversas indústrias. Por sorte o balanço da Aliansce é robusto, mas a maior preocupação é com o pequeno varejista, que é um parceiro importante. 

Fizeram campanhas de vacinação nos shoppings. Do lado das pessoas, fizeram plano de contingência já no dia 26 de fevereiro Outra medida imediata foi não fazer nenhuma medida de dispensa de funcionários. Vão reduzir despesa de condomínio para os lojistas satélites. 

Carlos Jereissati Filho (CEO Iguatemi)

Crise inédita. É preciso que o governo federal apareça com medidas claras. É preciso ser criativo para encontrar esse caminho. Os nove pontos do Armínio no artigo de hoje dá uma clareza. 30, 60 dias podem ser fatais para grande parte dos pequenos negócios. É importante uma medida agora do governo.

Vai suspender os aluguéis e estão cobrando condomínio com redução.

Existe um censo de urgência. Já mandaram 20 pedidos para o governo, em diferentes esferas. Todo mundo precisa de liquidez agora, é uma crise com prazo de validade, mas é necessário medidas rápidas.