Livro no Físico - Importante ou já era?
Relutei por escrever essas palavras. Mas não há mais tempo a perder. Então vamos embarcar nessa questão: Qual é o verdadeiro sentido do livro no físico e como as transformações tem modificado a nossa relação com essa forma de conteúdo?
Há menos de três dias, fiz uma enquete, aqui mesmo no LinkedIn, e perguntei se o livro no físico é ainda importante ou já se tornou obsoleto e aproveitei para perguntar também a outras pessoas do meio sobre isso. Eu trabalho há quase dois anos no mercado Livreiro e tenho visto e lido de tudo, e para falar a verdade essa pergunta não é de hoje, mas a discussão veio somente agora após o choque das recuperações judiciais feitas pela Cultura e Saraiva, empresas grandes que perderam controle e agora estão quase/já falidas.
Quando me refiro ao livro, sempre gosto de especificar que é ele em formato de papel, impresso e manuseável, por que isso pode gerar outra discussão que não cabe neste momento que no caso é a importância do livro (e isso sem dúvida não há questionamento, pois ele sempre será grande forma de consumo genial de materiais literários que são de extrema importância para nós, seres humanos. E parar para pensar, as respostas da enquete vieram parciais, pois ainda existem aqueles que adoram o cheiro e o formato do físico e aqueles que acham que já passou da hora, mas uma coisa é certa, todos nos em algum momento da nossa vida já teve algum contato, e isso nos gera um costume de ler neste formato. É mais fácil, assim posso dizer, por que em todos os anos de nossa vida, fomos ensinados a ler e consumir por esse formato, ou seja, até muito tempo antes da chegada dos Kindles e formatos digitais, nosso cérebro se acostumou a ler dessa forma.
-"Mas é ler do mesmo jeito!" - Isso é verdade, mas sendo seres sedentários, todo terreiro conhecido é melhor aproveitado. Nosso cérebro não somente não absorve totalmente as informações, por que ele não esta acostumado. O que nos falta são experiências vividas no formato digital que possibilita essa quebra de paradigma.
Somente salientando que hoje o livro é artigo de status e nada acessível a grandes massas de classe baixa. Pois com o custo da fabricação, o valor se torna mais distante para aqueles que tem baixa renda consumir. Mesmo com todo programa de acessibilidade, ter livro em casa é sim para um público mais abastardo, e isso é sem dúvida o maior dos percalços.
In short, o livro no físico já é obsoleto, isso é inegável, assim como todo documento impresso. Além de não ser nada ecológico, a produção de papel tem se tornado cada vez mais predatória e mesmo com toda gestão ambiental, essa produção é desnecessária. Não me refiro ao papel higiênico que você utiliza, mas para produção de folders, livros, revistas e etc. Pois temos uma fonte gigantesca de informação em nossas mãos: celular, e com ele todo conteúdo está ali, disposto a somente a um click.
O único, porém, disso tudo é a função em cadeia que existe para isso, pois se o livro no físico deixar de ser consumido, o primeiro impacto que teremos é das livrarias e editoras que fecharam a suas portas, já que é sua base principal de produção.
Sem essas editoras, não existiria títulos a serem publicados, ou seja, sem conteúdo. Com a crise, muitas empresas de geração de papel sentiriam o impacto e gráficas entrariam em falência, gerando assim uma crise em massa de demissões sem precedente. O que não temos é plano para casos assim, e como tudo está ainda caminhando, ficamos paralisados com as possiblidades incertas do futuro.
E para você estamos preparados para o livro no físico acabar?
José Roberto
01.01.2019